“O Intenso”

Querido diário,

Descobri que o meu calcanhar de Aquiles é homem. Quando estou apaixonada desestrutura tudo na minha vida. Preparados para mais uma história? Essa vai render muitos capítulos!

Demos match no Bumble e ele já começou interagindo numa foto minha, dizendo algo sobre o meu sorriso ser encantador. Respondi de volta, agradecendo e acrescentei que eles são ainda mais encantadores pessoalmente. 

Pensei que ele fosse desfazer o match, por me achar muito atirada, mas, pelo contrário, foi na onda, dizendo que então seria ousado em me fazer um convite. E nesse momento me surpreendeu, quando saiu do clichê de barzinho e restaurante e propôs de irmos ao teatro.

Outras coisas que me impressionaram nele, seu nível de educação e cuidado. Quando a conversa rapidamente migrou para o Instagram, me enviou um vídeo de si mesmo falando, para me assegurar de que não era nenhum fake.

Ele me buscaria naquele mesmo dia, por volta das 19h, e viria de Campinas! Ele sairia de lá pra me buscar, me levaria até a peça, também em Campinas, depois me traria de volta, e ainda retornaria pra sua casa. Ou seja, ele faria quatro viagens pelo nosso encontro! Como não se impressionar com isso?

Ao mesmo tempo que eu sabia do risco que estava me colocando, indo de carro com um estranho numa viagem de 1:30, coisa que eu jamais faria com um cliente, por que com ele eu estava me arriscando? Posso colocar a culpa dessa imprudência na animação de uma sexta feira. Queria que a minha vida acontecesse e estava confiando nas boas vibrações do universo. 🙏🏻✨

Quando nos encontramos, preciso admitir, o carro dele realmente causou impacto. Um BYD grande, lindíssimo. (Agora que também tenho carro, fico reparando). Ele não desceu, mas reconheci que foi pelo inconveniente do lugar onde ele parou, e logo que entrei, já se desculpou:

– Desculpa não descer, tá complicado aqui. 

– Sei não, já perdeu alguns pontinhos. – Brinquei. 

Minhas percepções sobre ele pessoalmente: Cheiroso, bonito, bem vestido, belo carro, só podia ser um pouquinho mais alto, (éramos da mesma altura).

Sair com ele me remeteu a estar saindo com um cliente. Porque ele tinha classe, foi extremamente gentil em vir de longe me buscar, seu excelente português, todo arrumado e cheiroso, muito diferente dos outros caras que tenho saído na minha vida pessoal.  Os anteriores não chegavam nem na ponta do chinelo disso. O tipo de postura que sempre admirei nos clientes e me deparar com isso fora do meu ambiente de trabalho, poder ter um pouco disso na minha “vida real” foi muito bom. 

Percebi que estar diante de todo aquele requinte, me acionou o carisma da Sara. Fui toda desenvolta, não gaguejei em nenhuma pauta da conversa, sempre muito simpática, segura e encantadora. Não existia nenhuma insegurança em mim, nem medo de falar qualquer besteira. Me senti muito confortável na presença dele.

Em alguns momentos até fiquei com a sensação de que ele já me conhecesse como Sara, como quando um dia, que um estranho qualquer, veio me mandar msg no WhatsApp de trabalho com o print da minha foto com nome real no app de relacionamento. Vai que ele já me conhecia e deu a sorte de eu também ter dado like?

Infelizmente, ou felizmente, pois gostei do seu improviso de última hora, pegamos um trânsito absurdo na Bandeirantes (foi bem no dia que um ônibus pegou fogo e tava tudo parado desde a tarde) e aí ele teve que alterar a rota, pois não chegaríamos a tempo. Inicialmente iríamos num stand Up de um comediante famoso (mas que eu não conhecia) e como atrasamos, ele improvisou outro lugar. Fomos para um restaurante espetacular, que me remeteu aos restaurantes chiques que já fui em outros países, que misturavam uma atmosfera de baladinha, só que com mesas e luzes baixas. O lugar era muito bonito e agradavelmente intimista, chamado: “Elixir”. Tinha até um aquário lindo, gigantesco, música gostosa, um lounge. Nunca que esses caras que tenho saído pelo aplicativo de relacionamento me proporcionariam esse tipo de experiência. Ele tinha bom gosto e etiqueta, o que eu tinha com os clientes, o que reforçava a minha sensação de estar num encontro de “negócios”, o que na hora não achei muito benéfico, pois não queria associá-lo a imagem de um cliente, por mais que eu seja bem tratada pelos meus. 

Abaixei meu olhar para conferir o cardápio, e quando voltei a olhá-lo, para fazer uma pergunta do menu, me surpreendi com ele me admirando com aquele olhar de apaixonado, o que reforçou a minha teoria dele já ser um seguidor da Sara, afinal, não era possível todo aquele encanto por uma pessoa que ele acabara de conhecer. Muito intenso. 

Em algum momento ele se surpreendeu com a minha resposta, perante a sua pergunta de qual vinho eu gostaria, quando respondi que primeiro seria importante definirmos os pratos. 

– Onde você aprendeu essas etiquetas? – Ele perguntou, todo impressionado.

Na verdade aprendi indo a muitos restaurantes chiques com os meus clientes, mas me limitei a dizer que tinha aprendido muito com meu ex, que era apaixonado por vinhos e até viajamos para conhecer algumas vinícolas, o que também era verdade. 

Eu sempre me policiava em não mentir pra ele. O via como alguém potencial para ter um relacionamento e quando tivesse que abrir a verdade, não queria ele pensando que tudo que foi falado era uma grande mentira. Falei que trabalhava como ghostwriter e realmente escrevo, inclusive, muitos clientes me conhecem através do blog. Também falei que sou atriz, novamente não menti, só ainda não ganho o suficiente com isso (por enquanto). 

Fomos os últimos a sair do restaurante. E perto de irmos embora, quis me fazer uma proposta sobre a minha volta. Eu dormir na sua casa, no quarto de hóspedes, para ele não ter que dirigir até tarde, ou poderia me colocar num hotel, caso eu não me sentisse a vontade de dormir lá. Eu me conhecia o bastante pra saber que se fosse pra sua casa, com certeza transaríamos e eu não queria apressar as coisas desse jeito. Tinha gostado dele e queria que durasse. Respondi que era importante eu voltar pra casa, pois tinha aula no dia seguinte (e tinha mesmo). Me pareceu um teste. Ele era polido demais para facilitar uma situação de sexo no primeiro encontro. 

Me trouxe de volta e assim que parou o carro, foi o grande momento do nosso primeiro beijo. Pensei que seria só um de despedida, mas as coisas foram esquentando. Me senti na liberdade de levar minha mão até o meio das suas pernas, por cima da roupa, precisava conferir uma coisa. Ele era magro e da minha altura, não imaginei que pudesse ter todo aquele pauzão, ali meu interesse subiu pra 100%. Ele também começou a ir com a mão para lugares ainda não explorados e começou a me dedar deliciosamente. (O tipo de coisa que não costumo gostar com cliente, mas com ele foi muito bem recebido).

Em algum momento abri sua calça e já segurei seu membro nas minhas mãos. Fiquei com vontade de chupar e senti que poderia, sem que ele me visse como uma vagabunda. Chupei por pouco tempo, ele estava a perigo e não me deixou continuar. Disse que era a sua vez de me chupar também e instruiu para que eu fosse pro banco de trás. Eu estava de meia fina e saia, não tão difícil quanto calça, mas ainda assim teve uma certa logística de precisar tirar até o sapato. 

Ele me chupou. E chupava muito bem. Não era possível que encontrei o pacote completo. Depois me sentei em cima dele, mas não transamos, fiquei só masturbando (vontade não faltava, mas fiquei na dúvida sobre ele e não quis arriscar em tomar a iniciativa). Ficamos nesses amassos dentro do carro por duas horas, com moradores de rua remexendo sacos de lixo na nossa frente. 

Eu senti a pegação diferente. Ele parecia ser alguém que de fato eu namoraria. Teve um momento em que eu estava sentada em cima dele, que ele falou:

– Por favor, só te peço uma coisa. Não machuca aqui não. – Apontando para o seu próprio coração.

Que tipo de cara fala isso no primeiro encontro? Ou ele era muito emocionado ou um cafajeste profissional. 

Qual o seu palpite?

2 comentários em ““O Intenso”

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