Casal: “Os Insaciáveis” 

Querido diário,

Que saudade que eu tava de postar relatos de encontros, ainda mais com casal! E esse date estava para acontecer desde fevereiro. Quem me contatou foi a mulher, que buscava realizar uma fantasia com o marido. A princípio ficou acordado 1h de encontro e que não haveria penetração em mim, mas, caros leitores, todos os planos foram alterados no decorrer da noite. 😈

Logo de cara adorei a energia dos dois. Muito simpáticos, me trataram super bem, me senti realmente desejada por ambos, enquanto contextualizavam como chegaram na decisão, de me chamar para realizar a fantasia. Nesse momento da conversa estávamos eu e ela sentadas lado a lado no sofá, bebericando um delicioso vinho que eles trouxeram, e ele, um pouco mais afastado, mas ainda assim bastante participativo, sentado numa cadeira. 

Como tínhamos combinado 1h de encontro – e não me lembrava da possibilidade de estender – em algum momento senti uma certa urgência em beijá-la, para que o encontro desenrolasse. Geralmente parte de mim conduzir o andamento, mas sempre dá um friozinho na barriga da mulher ainda não estar preparada para esse avanço. O que não foi o caso, ela foi super receptiva e descobri que a brincadeira era mais para ela. 😈

Em pouco tempo nos beijando, percebi aquele mulherão ensopada no meio das pernas, sei disso porque coloquei a minha mão lá! 😏 Após um tempo nos beijando, nos levantamos para que as roupas pudessem sair mais facilmente e foi engraçado vê-lo nos repreendendo, por estarmos indo rápido demais, quando ele queria apreciar a visão das duas de lingerie, aos beijos, por mais tempo, rs. 

Quando me agachei para chupá-la, me surpreendi com o riacho que estava lá embaixo. Ela realmente estava gostando da brincadeira!! 😱 Depois me puxou pra cima e, enquanto eu o beijava, ela também desceu para me chupar. Não muito depois, fomos todos para a cama! 🔥 🔥 🔥

Fazer um ménage com esses dois foi muito gostoso porque EM NENHUM MOMENTO aconteceu de alguém ficar sobrando. Todas as atenções eram muito bem divididas, mesmo quando a principal interação era entre eles. Ele a chupou primeiro e após um tempo, ela o mandou que me chupasse, dizendo: “Você vai ver como ele é bom”. Aquela mulher exalava segurança e não era nem um pouco egoísta! (Sorte a minha, hehe.)

Realmente ele mandava bem no oral e percebi que ambos queriam que eu gozasse, mas não consigo gozar a três, nesse contexto, fico tímida com plateia, rs. 😬 Chupei ela de novo, focada em fazê-la gozar, mas, quando aumentei a intensidade, ela me tirou, dizendo não querer gozar tão rápido, pois, pelo que percebi, ela goza fácil.

De repente, ele a penetrou, e nesse momento fui para os peitos dela, era inconcebível ficar só olhando, dei um jeito de participar também. 😛 Falando em chupar peitos, esqueci de mencionar que no início da pegação, os dois chuparam os meus, ao mesmo tempo, um em cada lado, e que delícia foi isso! Momentos como esse me fazem esquecer que estou ali trabalhando. 😎

Em outro momento ele a pegou de quatro, com ela deitada por cima de mim, me beijando, visualizem bem quando eu digo que em nenhum momento ninguém sobrava. Após eles interromperem a transa e voltarem para as preliminares, ela incentivou para que ele me comesse também! 😱 Algo que, até então, não estava autorizado, ela soltou as amarras, tamanho seu tesão durante aquele ménage. Achei o máximo ela ter ficado tão à vontade comigo, ao ponto de dividir seu homem!

Ele mandou ver em mim por um tempo, até que voltamos as preliminares e ficamos mais alguns minutos curtindo assim. Ela conduziu para que ele me chupasse outra vez, querendo que eu chegasse lá, mas realmente não consigo me concentrar para gozar com tanta coisa acontecendo. Depois voltou a penetrá-la, até ela anunciar que iria gozar, provocando-o para que viesse também. E ele veio. Dentro dela! 😈 

Foi um ménage e tanto, caros leitores! 😎

Nos pós sexo ficamos mais um tempão papeando, enquanto acabávamos com aquela garrafa de vinho. Ele até me deu um feedback do meu atendimento, super positivo, fazendo com que eu me sentisse a profissional do ano! ❤️ Depois dessa longa e deliciosa sessão de bate papo, pedi licença para tomar um banho, intuí que já tínhamos passado do tempo, inicialmente acordado, e não queria me tornar inconveniente, caso eles quisessem ter um pouco de privacidade.

O mais engraçado é que quando eu estava me secando, no banheiro, ouvi um pequeno estalar vindo do quarto, me deixando uma leve dúvida se eles estariam se pegando, mas achei que fosse coisa da minha cabeça, afinal, tinha sido bem intenso aquele ménage, não acreditei que ainda restasse energia neles. Pois, me enganei completamente. Quando voltei, os flagrei transando, como se a transa anterior ainda fosse a mesma. Fiquei impressionada! Dois insaciáveis! 🔥🔥🔥

– Mas que safadinhos! – Falei, voltando do banheiro. 

– Vem pra cá! – Ela me chamou de volta.

Não tinha como dizer não a um pedido daqueles. Abandonei a toalha e voltei no mesmo minuto. Ele me beijava, enquanto comia ela. Mas aquilo foi só o esquenta do segundo round. Em poucos minutos pausaram, pois ela disse que precisava se limpar (ainda da primeira transa), daí foi tomar um banho e mencionaram a hidro, no andar de cima. Até subi para encher, com eles vindo ao meu encontro depois, mas quem disse que entramos na banheira? Ele estava em pé, com nós duas ajoelhadas na frente dele, o chupando. Ficamos nessas preliminares por um tempo, intercalando com beijos, até que um deles falou para descermos novamente, na cama era bem mais confortável, rs. Essa segunda transa foi tão intensa quanto a primeira, ainda que tenha durado menos tempo. Agora sim eles pareciam saciados, hehe. 

O encontro de uma hora virou três! Ainda deixaram em aberto a possibilidade de um repeteco, que torço muito para que aconteça. 😈 Amei demais conhecê-los, espero repetirmos mais vezes! 🔥 🔥 🔥

Desaventuras Amorosas Em Série – Pt 5

Querido diário,

Tive uma nova aventura sexual, pós Brigadeiro, e, posso dizer? Foi uma catástrofe!

O cara da vez é um galego do Sul. Nos conhecemos no Bumble há alguns meses e o que trarei a seguir serão relatos de três encontros, sendo o mais recente essa semana, que culminou num grande mal-estar, do meu lado.

“O Galego”

Quando demos match, ele já não estava mais em São Paulo, então conversamos um pouco e migramos rapidamente para o Instagram, para que quando ele voltasse a SP, tivéssemos um meio de contato mais rápido.

Quando postei sobre a apresentação que faria no teatro, ele se empolgou em ir me assistir e fez questão de comprar dois ingressos, um para a estreia e outro para a última apresentação, convenientemente seriam nos dias que ele estaria por aqui. Achei super fofo, visto que nem nos conhecíamos pessoalmente ainda. Na época, o Brigadeiro também tinha se interessado em ir me assistir, mas este só comprou para um dia (que nem foi a estreia) e ainda chegou atrasado, olha que diferença!

Combinei de sair para jantar com o Galego, pós apresentações. Enfim, chegou o dia, e lá fomos nós no Camélia Ododó, por sugestão minha, um restaurante vegano delicioso, da filha do Gilberto Gil, situado na Vila Madalena.

Primeiro Encontro

O achei bonito de rosto, loiro, olhos claros, mas também não pude deixar de reparar que tinha uma leve pancinha. Usava uma calça jeans, uma camisa branca de abotoar, mais soltinha, e coturno, o achei bem-vestido. O papo não fluiu tão incrível assim, percebi sutis incompatibilidades, o achei mais cult do que eu gostaria, alguns assuntos de livros e autores fiquei boiando, até chegar o momento em que só ele estava falando. Quando percebeu que fazia um grande monólogo, brincou com a própria chatice, rs. Mas ele não era esnobe, pelo contrário, um estilo bem good vibes.

Eu não tinha me encantado por ele, mas estava a fim de transar, afinal, ele era bonito, tinha ido me assistir duas vezes e eu já estava um pouco alcoolizada do vinho. Ele propôs de irmos para um barzinho depois do restaurante, mas sugeri irmos logo para onde ele estava hospedado, pois, se emendássemos em outro rolê ia acabar ficando tarde, correndo um grande de risco de eu começar a ficar com sono. Ele concordou.

Estava hospedado em um airbnb, ajeitadinho, num prédio antigo pelo Centro. Foi muito gostoso ficar com ele. Apesar da barriguinha saliente, tinha um beijo bom, seu pau era médio e grosso, tinha camisinhas Skyn (adoro quando o homem entende das coisas) e, impressionantemente, ele era muito dedicado na cama. Raramente consigo gozar no sexo oral em encontros casuais, mas ele alcançou esse feito, não saiu da minha pepeka até me fazer chegar lá. Vale ressaltar que gozei pensando no negão, na época ainda estávamos na fase dos flertes, combinando o primeiro encontro, então gozei imaginando algo que sequer ainda tinha acontecido.  

A única coisa que não curti no Galego, foi o fato dele não gozar. Ele transa muito e não goza nunca. Transas em que o cara não goza são um pouco ruins, primeiro pelo fato de parte do meu prazer envolver o outro gozar também, segundo que se o cara não goza, se torna uma transa infinita e aí a responsabilidade de interromper recaí sobre mim, que vou ficando assada e cansada. Relevei tudo isso e atribui a um possível nervosismo, por ser a nossa primeira vez.

Insistiu para que dormíssemos juntos, mas recusei prontamente, com a desculpa de ter que colocar comida para os meus gatos. Não me agrada dormir fora de casa e não achei que valia o sacrifício.

Segundo Encontro

Não me orgulho do que vou dizer, mas não posso mentir nessas páginas. A segunda vez que encontrei o Galego, não o chamei por estar com real vontade de transar com ele, mas, sim para descarregar um tesão reprimido pelo Brigadeiro, (já tinha rolado nosso batalhado primeiro encontro).

Certa noite, estava eu trocando umas mensagens de putaria com o negão, que me deixou super excitada e simplesmente foi dormir. Fiquei num ponto em que não me satisfaria apenas com uma masturbação e, sabendo que o Galego ainda estava na área, o chamei imediatamente para a minha casa. Eu sei, também me senti muito cafajeste.

Ele chegou, transamos deliciosamente, curti bastante o sexo, mas, outra vez, nada dele gozar. Depois que gozo fico sensível e quero que a transa finalize, no entanto, aguentei mais um pouco, na esperança de que ele também viesse a qualquer momento. Isso não aconteceu e quando notei que o meu esforço estava sendo em vão, interrompi para ir ao banheiro. Quando voltei já engatei uma conversa, dando a entender que não gostaria de voltar para o abate.

Depois de um bom tempo papeando, senti vontade de tomar um belo banho e lavar qualquer fluido de suor que tivesse secado no meu corpo. Perguntei se ele gostaria de tomar banho também e respondeu que não, dizendo que provavelmente suaria mais e ali cortei qualquer esperança de um segundo round, acrescentando que não sabia se aguentaria transar de novo. – Na verdade, até aguentaria, mas não estava a fim mesmo. – Ele foi todo fofo e me abraçou, dizendo que não tinha problema, mas, ainda assim, preferiu deixar para tomar banho quando chegasse em casa.

Depois que me enfiei no pijama, percebi que rolou uma expectativa de que eu o convidasse para dormir comigo, mas obviamente não era algo que eu gostaria, então não contestei quando ele anunciou que iria embora, mesmo ele enrolando para de fato ir.

Terceiro Encontro

Chegamos agora no grande X da questão, nosso último encontro, cujo não paro de pensar e refletir muito a respeito.

Observando a minha pequena trajetória com o Galego, perceba que saí com ele em todas as instâncias do meu lance com o Brigadeiro: Antes, Durante e Depois. Conforme a tabela abaixo:

Primeiro encontro com o GalegoAinda não tinha ficado com o Brigadeiro (ANTES)
Segundo encontro com o GalegoJá estava saindo com o Brigadeiro (DURANTE)
Terceiro encontro com o GalegoTinha rompido com o Brigadeiro (DEPOIS)

Três meses após nosso segundo encontro, o Galego retorna a São Paulo e combinamos de nos encontrar mais uma vez.

– Se tu quiser posso preparar uma jantinha aí. Ou tbm podemos pedir algo se tu achar melhor. Mas quero chegar beijando teu pescoço na entrada… – Propôs ele, já que combinamos o date na minha casa.

– Qual seria o cardápio? 👀 – Falou em comida é comigo mesma!

– Então, posso fazer algo simples e rápido, tipo uma massa com cogumelos salteados, ou um pouquinho mais elaborado, tipo um risoto. Um nhoque com mussarela de búfala com manjericão tbm é bom. Envolve um pouco de forno só. A sobremesa fica por tua conta. 😏 Ahahaha.

– Humm que delícia, gostei da ideia. Gosto da opção da massa ou risoto.

No dia seguinte, me surpreendi com uma nova mensagem dele:

– Tu gosta de azeitona? (Tou no super pegando coisas pra janta amnanhammm)

– Gosto!! ❤️

– Comprei o básico pra janta de amanhã já. Tu tem azeite de oliva aí?

– Tem sim!! Qual será? Massa ou risoto?

– Surpresinhaaaaaa.

– Olha que danadinho.

Até que eu estava empolgada para esse encontro, achei que agora que o Brigadeiro tinha saído da jogada, eu estaria com a cabeça livre para me divertir com quem eu quisesse, mas, me iludi achando que o Galego seria o tal substituto, uma vez que já o conhecia e tinha rolado uma boa química.

Assim que o vi, ao abrir a porta, não senti nada pulsando dentro de mim e não sentir a devida empolgação com a chegada de alguém é um péssimo sinal. Após ele mostrar as coisas que tinha trazido e colocarmos o vinho para gelar, nos encaminhamos para a cama, com ele todo carinhoso, beijando meu pescoço.

As preliminares começaram com ele super se dedicando em beijar o meu corpo e me chupar, estava gostosinho, mas, eu, apressada, ansiava logo pela penetração. Já percebi isso em mim, em encontros casuais, me empolgo mais em sentir o pau dentro, do que a língua fora.

Ele atendeu ao meu pedido e me colocou de bruços, entrando bem aos poucos, se demorando bastante só na cabecinha. Transamos um bom tempo assim, até que lhe fiz algumas solicitações, como:

– Entra tudo, devagar.

Mas ele não executava, será que desta vez ele iria gozar e estava difícil executar o meu pedido para não oscilar seu autocontrole?

Pedi mais uma vez, para ter certeza de que ele tinha me ouvido e aí respondeu pedindo que, então, eu ficasse de frente. Estava delicioso, transamos mais um tempão assim, até que comecei a me masturbar. Em algum momento, após muitas estocadas, senti que a minha vontade de gozar não demoraria e já fui preparando o terreno, tentando conduzir para que, neste encontro, ele gozasse também.

Acho que ele deve ter algum problema nesse âmbito, pois, foi eu tocar no assunto, que percebi ele meio sem graça, até titubeou nas bombadas e o menino deu uma amolecida. Achei aquilo tudo muito estranho. Pedi que se deitasse, determinada a fazê-lo gozar na minha frenética sentada.

Me surpreendi em como estava gostoso sentar nele, por um instante, até pensei que talvez tivesse uma possibilidade de eu gozar sem me masturbar, só com a penetração – algo que ainda não vivenciei com ninguém –, mas parecia uma conquista um tanto distante e incerta, quis partir para o mais garantido, peguei meu vibrador clitoriano e assumi um movimento de agachamento, subindo e descendo no pau dele.

Eu estava quase gozando, mas, toda hora ele me desconcentrava, mudando o ritmo. Isso aconteceu algumas vezes e começou a me irritar, eu tava prestes a pedir que ele ficasse parado e me deixasse executar os movimentos sozinha. Por pouco não falei, acabei optando por me concentrar mais, pois, se eu tivesse que externar alguma coisa, provavelmente seria ainda mais difícil retomar daquele ponto em que eu estava muito perto. Daí, sabe o que fiz para chegar lá? Fechei os meus olhos e pensei numa transa imaginária, adivinha com quem? Não, não foi com o Brigadeiro. Me imaginei transando com o meu personal. Eu sei, muito safada.

Depois que gozei, sabendo que ele não chegaria lá tão cedo, sem a menor cerimônia, já saí de cima dele e me deitei de bruços ao seu lado, totalmente extasiada. A partir daqui, me senti muito como aqueles caras que depois que gozam não querem mais saber do outro que está ali, me observei e não me vi dengosa, deitando no peito dele após o sexo, como eu fazia com o Brigadeiro. Daí começaram a vir as comparações.

As Malditas Comparações

De repente, saltei da cama, fui ao banheiro e quando voltei já comecei a me vestir, agitando para irmos preparar o jantar. Servi uma taça de vinho pra gente e me sentei perto. Vê-lo ali, cortando os cogumelos para mim, seria o cenário perfeito para me deixar ainda mais encantada, afinal, não tem nada mais fofo do que um homem cozinhando pra você. No entanto, eu só conseguia reparar em como seu estilo de roupa não me agradava tanto – ele usava uma camisa branca com estampa de folhas – e fiquei imaginando que poderia ser o Brigadeiro ali, realizando uma de suas promessas não cumpridas, de cozinhar para mim.

Tive que fumar um beck para me ajudar no carisma, ele também curte e fumou comigo. Fiquei mais conversadeira, ainda que os assuntos que ele trouxesse não me animassem tanto, novamente veio mais comparações, pois, com o Brigadeiro o papo sempre fluía fácil, interessante e empolgante.

– Me fala dos seus relacionamentos anteriores. – Pedi, conduzindo para um assunto que me interessasse, não por estar querendo avaliar o passado de um possível pretendente, apenas porque assuntos amorosos alheios, realmente me entretêm.

A conversa rendeu até a massa ficar pronta e ele servir no nosso prato. A apresentação estava apetitosa, até tirei uma foto e postei um story. Levei o garfo a boca na maior expectativa, jurava que estaria delicioso, pois, não imaginei que ele arriscaria preparar algo que não tivesse o domínio e a certeza de que ficaria bom.

Não estava bom.

O macarrão estava seco e os cogumelos e tomates não deram aquele tempero. Jogou um pouco mais de sal para tentar salvar, mas não resolveu. Ele mesmo reconheceu que não tinha ficado do jeito que esperava, que devia ter picado mais cogumelos e tomates e deixado ficar mais molhadinho. Procurei ser gentil e falei que estava ótimo, que só dele ter se prontificado a cozinhar algo para gente tinha sido um grande gesto. Até repeti o prato.

Depois fomos para o sofá e sugeri assistirmos alguma coisa. Procurando por algo legal na Netflix, ele indicou a série “The Office”, coloquei e assistimos uns dois episódios. Nesse momento vieram mais comparações, pois, quando eu ia assistir alguma coisa com o Brigadeiro, deitávamos de conchinha ou ficávamos abraçados no sofá, e com o Galego, eu não tinha a menor vontade de ficar no mood amorzinho.

Depois foi me dando um sono, levantei para escovar os dentes e ele veio na onda. Após colocar meu pijama, me visualizei deitando com ele na cama e torci para que não tentasse nada, pois estava com zero vontade de transar com ele de novo, torci mais ainda para que também não quisesse/tentasse dormir abraçadinho. A grande verdade é que eu gostaria que ele fosse embora, mas não tive coragem de ser indelicada a esse ponto.

Me deitei de um jeito que minava suas chances de uma conchinha: de bruços, e ainda pedi que ele fosse um pouco mais para o outro lado, toda vez que tentava colar em mim.

Eu sei, uma situação de merda, tanto para ele, que esperava uma mulher mais amorosa, quanto para mim, que o queria fora da minha cama e ainda ficava comparando em como eu me sentia diferente, mais completa, quando dormia com o Brigadeiro.

Com o negão, dormíamos grudados A NOITE INTEIRA. Começávamos comigo deitada no seu peito e ele de barriga para cima, depois, no meio da noite, quando eu queria mudar de posição, íamos para conchinha. Quando eu queria sair da conchinha, ele voltava a ficar de barriga para cima e eu me deitava novamente no seu peito. A noite inteira fazíamos essa dança. Sem esquecer de mencionar que sempre rolava uma transa despretensiosa antes de dormir. Com o Galego eu não queria nem triscar a pele.

Por volta das 2h da madrugada, acordei me sentindo um pouco sufocada, por estar dividindo a cama com ele. Sentei, bebi uma água, vi que ele deu uma despertada e justifiquei que ia abrir a persiana, pois estava achando o ar abafado. Ainda fui até a varanda e abri uma folha do envidraçamento.

Voltei a me deitar e lá veio ele querer se aproximar, me afastei sutilmente, até que me vi com pouco espaço e pedi que ele fosse mais para o outro lado. Num desses momentos ele até justificou que não queria que eu pensasse que ele era espaçoso, mas que apenas estava querendo ficar pertinho de mim. Como se eu não tivesse sacado as suas intenções.

Duas horas depois, quatro e pouco da manhã, acordei de novo, me sentindo ainda mais sufocada por ele ainda estar ali. Outra vez me sentei para tomar mais água e novamente ele veio tentar se aproximar, quando voltei a me deitar.

– Você está muito longe. – Se queixou, dengoso.

– Me dá agonia dormir junto, me sinto sufocada. – Falei logo.

Essa noite foi um martírio, tentei todas as posições possíveis, até de barriga para cima e não estava rolando de eu pegar no sono novamente, senti real um sufocamento, tamanho meu desconforto. Em algum momento desisti e fui deitar no sofá, com os meus gatos. – Nem eles tinham vindo para a cama, como sempre fazem, para dormir comigo. – Me senti imensamente melhor.

Ainda sem conseguir voltar a dormir, bombardeei minha amiga de mensagens:

– Menina. Não gostei do encontro com o menino do sul. Não temos nada a ver, energias muito diferentes. Quando eu te mandei a foto mais cedo, parecia que o encontro estava incrível, mas eu tava achando um pouco chato a presença dele, é muito bixo grilo. Transamos só uma vez e nem fiquei com vontade de transar mais, pra vc ter noção. Na hora de dormir, eu nem dei boa noite, evitei ficar de amorzinho. Uma hora ele disse: “vc tá longe”, pq ele tentava colocar a mão em mim e eu dura igual uma estátua, sem corresponder e me afastando sempre que podia. Que triste ter essa experiência tão contrastante, tá me fazendo comparar com o Brigadeiro a todo momento, com ele a gente dormia abraçado o tempo inteiro, muito diferente amiga, até o papo com ele ontem à noite eu achava entediante em vários momentos, e com o Brigadeiro era tão diferente, o papo encaixava o tempo inteiro. Fiquei tão agoniada deitada com esse menino que levantei e vim pro sofá, os gatos nem foram na cama tbm, estavam aqui no sofá, me deitei com eles e tô me sentindo muito melhor, mas ainda sem sono. Falando no Brigadeiro, fiquei curiosa de rever a nossa última conversa, daí vi que ele tinha postado um status. Fui olhar:

Será que todo ***** já nasce destinado a ser um cuzão?

Postou essa imagem, com essa legenda, por o autor ter o mesmo nome que o dele.

Sei que não devia, mas não resisti, acabei interagindo com a postagem:

– Está lidando bem com a solidão?

*

– O boy acordou e veio ver pq eu não tava na cama. – Retomei as mensagens com a minha amiga, diante do novo acontecimento. – Falei uma meia verdade, que fazia tempo que eu não dormia com alguém (com exceção do Brigadeiro, faz tempo mesmo) e que não estou habituada a dividir a cama, que tô acostumada a dormir com meus gatos e eles estavam no sofá. Ele até tentou fazer um movimento de ir embora, chegou a pegar a roupa dele, mas ficou parado no escuro, provavelmente esperando que eu o interceptasse. Daí falei pra ele que não tinha problema dele dormir na cama, que era melhor ir depois que amanhecesse o dia. Precisei repetir umas duas vezes, até que ele cedeu, devia tá com preguiça de ir embora esse horário tbm rs.

Como era de madrugada, minha amiga não me respondeu em tempo real e em algum momento consegui adormecer, finalmente.

Acordei por volta das 6 da manhã, com ele sentado ao meu lado, já vestido, passando a mão no meu braço, avisando que estava indo embora, pelo menos foi o que entendi, mas, daí ele se deitou ao meu lado, de costas para mim. Um dos meus braços estava esticado e sua cabeça ficou na altura da minha mão, acabei lhe fazendo um cafuné, apenas para que a sua partida não fosse tão rude.

Ele falou algumas coisas que não compreendi, devido ao meu sono, estava meio dormindo, meio acordada, mas quis que ele parasse com aquela falação, pois estava me despertando e queria dormir mais, daí parei de mexer a minha mão na sua cabeça, para que achasse que de fato peguei no sono e se calasse.

Os minutos foram passando e ele não se levantava para ir embora, aquilo começou a me irritar profundamente, se eu já não quis dormir com ele na cama, ele achava mesmo que seria diferente no sofá?!

Comecei a achá-lo inconveniente pela insistência e carência. Me sentei, ele demorou uns segundos para notar que eu tinha me levantado e se levantar também. Daí, para o meu movimento fazer algum sentido, anunciei que ia ao banheiro.

Quando voltei, ele continuava sentado no sofá, zero movimento de ir embora. Cara, se eu percebo que a outra pessoa não está feliz com a minha presença – coisa que ele já percebeu pelo simples fato de eu ter abandonado a cama – eu tomaria o meu rumo imediatamente e não ficaria ensebando.

– Você quer que eu separe as coisas pra você levar? – Achei que fosse esse o motivo pra ele ainda estar ali.

– Ahh, pode ser.

Fui para a cozinha e comecei a organizar o que sobrou das coisas que ele tinha trazido. Tinha uma sobra do macarrão feito, pouca quantidade, e perguntei, por educação, se ele gostaria que eu colocasse numa vasilha para levar. Considerando que aquele macarrão tinha ficado ruim e que naquele momento deveria estar pior, esperava que ele tivesse o bom senso e dissesse que não, que poderia jogar fora.

– Ahh, pode ser.

Não queria ter que me desfazer de alguma vasilha minha, pois, nitidamente, não iria reencontrá-lo para pegar de volta, mas, não tive escolha. Depois que ajeitei tudo na sacola e até dei uma geral na pia, voltei para a sala e ele continuava lá, sem a menor iniciativa de partir. O que estava faltando????

Voltei para o sofá, fiquei meio deitada, meio sentada, me cobri, de olho meio fechado, para que se tocasse que eu só estava esperando ele ir embora para voltar a dormir. Lentamente, calçou o tênis e então veio querer me abraçar, para se despedir. O interceptei no meio do movimento e orientei que primeiro chamasse o uber, para não ficar esperando à toa lá embaixo. Ele teve um delay diante das minhas coordenadas e fiquei com a sensação de que, talvez, pretendia tentar reverter a situação com aquele abraço que nem deixei acontecer.

Daí ele deu uma respirada funda e se jogou no sofá, se sentando, para abrir o aplicativo e chamar o carro. Novamente fechei meus olhos, como se estivesse morrendo de sono e fiquei com a sensação de que ele demorou uma vida para de fato chamar um motorista.

Dei uma cochilada e acordei com ele tocando no meu braço, querendo confirmar o endereço. CARALHO! Ele sabia qual era a porra do meu endereço, pois ele foi de uber para a minha casa! Sério mesmo que preferiu me acordar para perguntar, do que checar na porra da conversa no whatsapp?!!

– Isso. Eu te mandei no whatsapp. – Eu estava ficando sem paciência com aquela enrolação para ir embora.

– Dois minutos. – Ele finalmente anunciou e me levantei para acompanhá-lo até a porta.

Dei apenas um abraço, nada de beijo, agradeci pelo jantar e me desculpei pelo ocorrido, reforçando que eu realmente não estava habituada a dormir com alguém na minha cama. Quando ele saiu e fechei a porta, enfim pude experimentar uma deliciosa sensação de privacidade. Voltei para a cama e capotei.

*

– Essas mensagens realmente me pegaram de surpresa! 😮 Eu imaginando que o encontro estava sendo um sucesso… – A resposta da minha amiga veio depois. – Você ficou com ranço real! Não tinha como você dispensar ele, antes de dormir? Com desculpa de dor de cabeça ou algo assim? Receber em casa é mais delicado mesmo, pq se tá na casa do outro, pra escapar é milhões de vezes mais fácil. Quando eu ficava com os caras dificilmente eu trazia aqui em casa e poucas vezes que trouxe, também me arrependi! Não sei se vai lembrar de um cara tatuado careca que acabou ficando com a minha chave do portão da garagem e sendo escroto, quase pelo mesmo motivo, que queria que ele fosse embora daqui e não dormisse. 😄 Tudo bem você não se sentir à vontade com ele aí, mas não fica comparando com o Brigadeiro, é normal, após uma experiência frustrante vir essa comparação, mas não vamos romantizar. Agora você precisa pegar essa experiência e aprender algo com ela, miga, pra não repetir. Será que vc repeliu o cara pq ele não era interessante o suficiente como companhia pra você? Pq vc não curte cara estilo santa cecilier, ou talvez o buraco seja mais embaixo, e essa aversão se tenha dado pelo fato dele estar disponível e não ter rolado rejeição? – Tá aí um bom ponto para refletir! – Você precisa analisar o que aconteceu com muita cautela pra entender.

Respondi assim que acordei:

– Mas acho que ter escrito sobre ele no blog, (pq tive que reviver as lembranças das partes boas), me deixou mais sensível. Talvez fosse bom eu escrever a parte 4 pra não ficar só lembrando das coisas boas e reforçar as ruins tbm, sei lá. Eu tava lidando bem com o fato de termos parado de sair, deixei de segui-lo muito convicta do meu ranço, o lance foi ter que reviver as partes boas e aí parece que as ruins ficaram apagadas. Xô xô!! Até interagi no status dele e ele respondeu.

– Tô chamando Uber, vou aí te dar uns tapas! Nada a ver você mandar mensagem pra ele! Normal nosso cérebro focar só nas coisas boas, se vc quiser eu faço uma LISTA de razões pelas quais ele não vale a pena e que vc romantizou muito!

E ela fez essa lista mesmo, num áudio informativo de quase 4 minutos, reforçando tudo que eu já sabia, mas que estava desbotado. Mas, deixemos esses detalhes para a Parte 4 do Brigadeiro…

– E qual foi a resposta dele, afinal? – Perguntou, curiosa.

– Ele disse: “Lido melhor com ela, do que magoar as pessoas.”

Ainda bem que tenho terapia nos próximos dias, muitas coisas a serem refletidas.

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Uma Vez Que Provar o Brigadeiro, Não Quer Mais Saber do Beijinho – Parte 3

Querido diário,

Confesso que foi um processo trabalhoso continuar essa história, pois, tudo que estou trazendo são fatos de dois, três meses atrás e, no decorrer destas postagens, eu e o Brigadeiro paramos de sair. E como é desafiador ter que retornar aos momentos bons, quando eles já não existem mais.

*

– Pensei numa coisa bem legal para o nosso encontro! – Comecei, toda empolgada. – Lembra lá atrás, quando tentei te chamar para sair pela primeira vez, que você não pôde por conta do compromisso familiar? Então, aquele comediante que te chamei para ir no stand up, vai apresentar de novo esse sábado! É bem legal, ele faz piadas sobre sexo. O show dele se chama “Imoral”. Eu consigo descolar ingressos pra gente ir, bora?

– Não sei.

– Nossa eu mandei três áudios super animada, empolgada, e ele só responde: “Não sei”. Não sabe o quê?

– Não saio muito, mas me parece um programa de amigos.

– Não estou te entendendo, já não estava combinado o barzinho? É a mesma coisa só que teremos um plus pra deixar a noite ainda mais divertida, com stand up. É um programa tanto pra amigos, quanto casal, o cara faz piada de sexo.

– Tá bom, como falei vc que escolhe.

– Assim que eu gosto. Te vejo hoje na academia?

– Possivelmente.

– Pq possivelmente e não com certeza?

– Pq a vida é imprevisível. Nos programamos, mas ela sempre muda os planos. Vc não mudou nosso encontro de sexta para sábado? Acontece.

– Propus uma mudança para ser ainda mais legal do que já seria.

– Se tá falando que será melhor, assume a responsabilidade se não for rsrs.

– Se você não tiver senso de humor pra piadas de sexo, quem assume a responsabilidade é você haha. Mas serão piadas do ponto de vista de um homem hétero, então acho que a chance de dar ruim é quase zero.

– Meu senso de humor é ótimo, mas um tanto quanto crítico para piadas ruins.

– Veremos se achará ruins. Acho que vai se identificar.

– Eu tinha em mente algo mais intimista.

O cara que em nenhum momento propôs nada, tinha algo em mente.

– Será intimista rs. É um barzinho com penumbra.

– Mas vamos lá.

– Mas vai com um pensamento de que será legal, se já ir achando que será ruim, aí será ruim mesmo. Emanamos aquilo que pensamos.

– Ok.

*

Uma pequena pausa na história para falar sobre esse tal humorista que faz piadas sobre sexo. Descobri o Guto Andrade por acaso no Sympla, ano passado, quando estava pesquisando por algum stand up legal para ir com um boy que eu estava saindo. – Adoro propor coisas diferentes pra fazer. – O banner do seu show me chamou muito a atenção:

Comprei dois ingressos, mas a apresentação aconteceria um mês a frente e, até lá, adivinha? Eu já não estava mais saindo com o cara. 😒 Chamei uma amiga para ir comigo, no dia ela se enrolou com o horário e acabei indo sozinha, perdi um ingresso. No entanto, valeu super a pena, me apaixonei pelo show do Guto, dei muita risada, ele é muito engraçado e desbocado. Tirei foto com ele quando o show acabou e até nos seguimos nas redes sociais. Meses se passaram e voltei no seu show, agora com um amigo gay, que, mesmo não sendo hétero, se identificou e se divertiu bastante. Não satisfeita, voltei no show do Guto uma terceira vez, com um outro boy que eu estava saindo e ainda combinei com o humorista, de na parte do show que ele escolhe um casal da plateia para que o cara diga no microfone que vai chupar a buceta da sua parceira mais tarde, escolhesse a gente, pois queria ver o boy passando por esse constrangimento kkkk. Para a minha surpresa, ele até que se saiu muito bem, falou sem a menor vergonha, mal sabia ele que tinha sido tudo previamente combinado kkkkk. Enfim, lá estava eu, pela quarta vez, no show do Guto, novamente levando um boy diferente kkkk.

– Daqui a pouco o humorista vai fazer piada sobre você. Uma fã que sempre leva um cara diferente nos seus shows. – Brincou meu amigo gay. – Se tornou seu ritual de iniciação, né?

– Acho muito válido pra testar se o cara tem a mente aberta, vai que um dia a relação evolui e preciso revelar que sou acompanhante? Já testo logo como ele lida com o tema sexo.

Inclusive, a cada um que estiver lendo, recomendo ir no show do Guto! Na página dele no Instagram sempre tem as datas das próximas apresentações, lembrando que se chama “Imoral”.

Enfim, chegou o dia do nosso date, combinamos de encontrar direto no barzinho, em Moema, onde aconteceria a apresentação.

Primeiro Encontro

Cheguei um pouco atrasada e o Negão já me aguardava na calçada. Fui vestida bem sexy e fofa, basicamente, um dos looks que uso para atender: saia curta de prega, courino, preta, um cropped branco, levemente decotado, e uma botinha preta, de salto alto grosso. Desci do uber a atravessei a rua desfilando, sentindo seu olhar em cada parte do meu corpo. Ele estava todo lindão, vestia uma camisa preta, uma calça mais clara e tênis. Me fitava parado, com as mãos no bolso, todo charmoso, nunca tinha saído com um cara tão alto, tão musculoso e com tanta presença como ele. Quando nos cumprimentamos, ainda pude reparar que ele estava usando um perfume diferente daquele que eu não tinha gostado e, desta vez, o aroma estava aprovadíssimo!!

Entramos no barzinho, nos acomodaram numa mesa mais alta e conversamos um pouco, enquanto não começavam os shows dos outros comediantes que antecederiam ao Guto. Aquele encontro foi uma delícia, foi a primeira e única vez que saímos juntos para algum evento. Ele perguntou se eu gostaria de pedir algo, me contentei com água e pegou um energético para si, não comemos nada, era um bar que só tinha fritura e não queria ficar com gosto de comida na boca, já pensando no nosso beijo. Entre um flerte e outro começou o show dos comediantes e, infelizmente, nenhum era tão bom, fazendo com que eu sempre acrescentasse que o show do Guto seria imensamente melhor.

Em algum momento nos beijamos e o safadinho já foi com a sua mão boba pra baixo da minha saia, alisando minha coxa. Não achei ruim, tava doida pra dar pra ele depois. Quando enfim o Guto entrou, cerca de duas horas depois, estávamos tão envolvidos na nossa bolha, que a apresentação se tornou pano de fundo e não mais o evento principal. Não o vi rindo e se divertindo tanto quanto com o último boy que levei, mas interpretei como uma coisa positiva, por estar mais focado na gente. Quando o show acabou, dei uma enrolada pra ver se ele tomaria a iniciativa de me convidar para ir a sua casa – algo quase impossível, pois ele mora com a mãe idosa – , mas como eu já tinha dito lá atrás que se o nosso beijo fosse bom, eu o arrastaria para casa depois, então meio que já estava subtendido que iríamos para a minha.

– E agora? – Ele perguntou.

– Vamos lá pra casa. – Falei por fim.

Quando chegamos no meu apartamento, a tensão sexual que tinha se instalado no barzinho, por conta da interrupção e mudança de ambiente, havia se dissipado. Para variar, ele ficou um bom tempo entretido com os meus gatos. A princípio achei fofinho, de todos os poucos caras que tiveram o privilégio de conhecer o meu apartamento, ele foi o único que deu tanta atenção para os meus filhos bichanos, mas, após um tempo, comecei a achar que ele estava de enrolação e sem iniciativa. Sobrou pra mim conduzir para que o sexo desenrolasse. Apaguei as luzes e deixei aceso apenas o meu ring light, uma iluminação mais suave, aconchegante e acendi uma vela aromática. Lembro que após eu fazer tudo isso, ao me voltar para ele, percebi um sutil olhar julgador, como se eu estivesse sendo a apressada da história.

Pude experimentar com ele algo que há muito eu sentia falta: Sexo com conexão. E quando digo isso, não quero dizer que não tenho conexão com meus clientes mais frequentes, que já saem comigo há algum tempo, apenas que é diferente quando você transa com alguém fora do contexto profissional, ainda mais sendo alguém que você está alimentando um certo tesão e curiosidade há algum tempo. Senti como se eu não estivesse transando com um estranho – ainda que de certa forma ele fosse – .

Seu corpo nu é a coisa mais linda que eu já vi. Peitoral saltado, pernas musculosas, barriga chapada, minha vontade era de ficar só apreciando por algum tempo, queria poder tirar uma foto e guardar de lembrança. Seu pau, bem, confesso que me desapontou só um tiquinho. Era grande no tamanho, mas não muito grosso, pra não dizer fino. Mas tudo bem também, decidi que isso não diminuiria em nada o meu prazer, seria até benéfico, pois poderíamos transar várias vezes, sem que eu ficasse assada. Ele me chupou e, confesso, seu oral não foi muito bom, mas deduzi que devia ser falta de prática. Depois já foi pegando a camisinha, sem esperar que eu o chupasse, mas antes que encapasse falei que queria chupá-lo também, imagina se eu, que adoro fazer um boquete, não ia sentir o dele na minha boca. 😛

Enquanto o chupava, ele aparentou gostar bastante, mas não me deixou muito tempo lá, já quis encapar e transar logo. Começamos com ele por cima. Desde a primeira fincada foi uma delícia do início ao fim. Senti apenas um leve desconforto quando ele queria ir muito fundo, nessas horas pedia para ir devagar, pois como era muito comprido, alcançava até onde não tinha mais para onde ir. Ficamos um tempão transando nessa posição, nossos rostos se encostando, olho no olho, beijos ardentes, uma conexão deliciosa, estava tudo muito incrível.

– Sua buceta agora é minha. – Ele disse.

Que tesão.

Depois pediu que eu ficasse de quatro e, posso dizer, que descobri uma nova experiência nessa posição com ele, pois a forma como metia, era muito diferente do que eu conhecia. Vamos combinar que essa posição é muito safada, mas ele conseguiu transformar em amorzinho. Ele não metia muito forte enfiando tudo, quando queria ir mais fundo, avançava lentamente e deitava seu corpo sobre as minhas costas, beijando a minha nuca e os meus ombros, muito carinhoso, delicioso! Daí sempre que eu sentia a cabeça do seu pau encostando lá no fundo, me dava um tesão inexplicável, acho que tocava algum ponto que eu desconheço. Estiquei a mão e peguei meu vibrador na prateleira da cama, posicionei no meu clitóris e senti muita vontade de gozar nesses momentos que ele ia fundo devagar, só com a cabecinha. Eu estava quase lá, quando, inesperadamente, ele disse no pé do meu ouvido:

– Goza no pau do seu negão.

Ali eu fui com Deus. Era como se ele soubesse o que estava faltando para eu gozar. Foi surreal de bom. Eu já estava há algum tempo me masturbando enquanto o sentia, e quando ouvi sua voz, grossa, e ainda mais sexy naquele momento, pronunciando essa frase tão baixinho, veio a explosão. Como é gostoso transar com quem você também sente imenso tesão. Depois que gozei, pedi que ele se deitasse, era a minha vez de retribuir todo o seu empenho. O fiz gozar na minha sentada, e não demorou muito, como se ele só estivesse me esperando ir primeiro.

Me aninhei naquele peitoral macio e ele disse algo, no pós sexo, que gostei bastante. Revelou que para os homens, após gozar, pode ocorrer dois tipos de sensação: A primeira é o sentimento de fuga, quando repele a outra pessoa e já quer ir embora – o famoso gozou, tchau – e a outra sensação era a que ele estava tendo, de querer permanecer e ficar ali junto. Ainda teve a audácia de dizer em outro momento:

– Não vai se apaixonar, hein. – Como se ele também não tivesse correndo esse perigo.

Transamos duas vezes nessa noite, mas não gozamos na segunda, desde o princípio percebi que ele é o tipo de homem que só goza depois, e se, a parceira também gozar. Acabamos não comendo nada desde o momento em que nos encontramos, até sentimos fome, falamos sobre pedir algo no Ifood, mas nenhum dos dois assumiu a tarefa de fato. Ele até brincou depois que comigo era só “pau e água”, rs.

Ficamos acordados até 3h da manhã, não só transando, mas também conversando. Tivemos um matinal delicioso na manhã seguinte, mantendo as mesmas posições exploradas até aquele momento. Antes dele ir embora servi granola com iogurte pra gente e conversamos mais durante o café da manhã. No decorrer do dia, me surpreendi com ele me enviando mensagens, compartilhando como estava sendo seu domingo em família.

No outro dia, a sua primeira mensagem foi:

– Sentiu falta do travesseiro humano rsrs.

– Me diz você se sentiu falta do meu corpinho aninhado no seu.

– Olha eu vou ser sincero, senti sim.

– Bom, nesse caso, então posso dizer que senti também.

Combinamos que nos encontraríamos uma vez por semana para transar. Eu estava vivendo o paraíso, finalmente tinha encontrado um contatinho fixo que rolasse uma química gostosa e muita conexão.

– Vc estava há quanto tempo sem transar? – Ele perguntou.

– Isso não vem ao caso. – Desconversei.

– Rsrs. Responde. Vc já sabe quanto tempo eu estava.

– Com um negão desse, a minha vida toda, você já sabe tb.

– Rsrs. Sei não. Quanto tempo a senhora não transava? – Ele insistiu.

– Que diferença isso faz? Rs. – Segui me fazendo de sonsa. Esse tipo de pergunta nunca favorece a mulher na resposta, ou passa a imagem de vagabunda ou de desinteressante, que ninguém quer comer, rs.

– Danadinha.

Na véspera do nosso segundo encontro, resolvi dar uma atiçada:

– Sabe, eu tava lembrando das nossas transas e notei uma coisa interessante.

– Já são tantas assim? – Tinham sido só três, rs. – O que?

– Que as duas vezes que você gozou foram do mesmo jeito…

– Vc por cima.

– Aham. Você gosta da mulher por cima né.

– É pq eu segurei, senão ia gozar quando estava te comendo de 4.

– Quero sentar bem gostoso em você amanhã.

– Pode sentar. Tbm gosto de ir por cima de vc, te esmagando. Colocando pressão nessa bucetinha.

– Adoro você por cima de mim.

– Percebi. Ei, lembrei agora que você deu um tapa na minha bunda.

– Foi mesmo. Um só. Quer mais? Rs.

– Rsrs. Eu que bato nessa relação.

– Como ele é mandão. Tbm sou viu, cuidado.

– Kkk. Agora que já foi amorzinho, tá na hora de vc apanhar um pouquinho.

– Quero continuar falando sobre.

– Rs. Vai dormir.

– Sem graça.

– Amanhã eu vou te comer de todas as formas que vc quiser.

– Assim espero. Boa noite.

– Rs. Boa noite.

Segundo Encontro

Ele já chegou chegando, pegando na minha bunda e me dando um beijo de língua super ardente, ainda na porta. Trouxe um vinho, que já coloquei para gelar na mesma hora. Cuidei para que desta vez não fosse só “pau e água” e preparei um jantar pra gente, nada demais também, uma comida que eu já tinha, com o adicional que assei um frango temperado para ele, um que estava há mil anos no meu congelador, minha última compra antes de parar de comer carne. Transamos três vezes antes do jantar. A gente transava e conversava, até algum assunto dar gatilho para iniciarmos uma nova transa, isso aconteceu umas três vezes. Nossas transas eram bem amorzinho, descobri, inclusive, que aquele papo de homem mandão era só da boca pra fora, ele não era nada agressivo na cama, o máximo que fazia era parecer possessivo, como se eu fosse exclusivamente dele, como quando me mordeu tão forte na bunda, ao ponto de eu gritar com a mordida!

– Deixar minha marca aqui, que você vai lá pra Itália, pra verem que você tem dono.

Confesso que adoro essas coisas na hora da intimidade.

Durante o intervalo entre as transas, numa das pautas que conversamos, ele disse que quando está saindo com alguém, o prazo que ele se dá é três meses.

– 3 meses? – Levemente confusa.

– É, geralmente, em três meses eu já não quero mais.

– É… dizem que em três meses ou é tchau ou é… amor. – Falei pausadamente, fazendo um charme na última palavra, finalizando com uma piscadinha e mandando um beijo.

Ele deu uma risadinha gostosa. Senti que estávamos muito sintonizados.

Gozamos as duas primeiras transas e a terceira ficou inacabada. Enfim, fomos jantar. Foi uma delícia esse momento. Nossa primeira refeição, juntos. Comemos e trocamos bastante ideia, eu adorava o fato de conversar com ele ser uma coisa tão fácil e fluída. Após comermos, tendo em vista que já tínhamos transado 3x e estávamos de bucho cheio, sugeri de colocarmos algo para assistir. Ele concordou, daí, fuçando na Netflix, acabei escolhendo a série que todo mundo estava comentando: “Bebê Rena”. Dei um pega no beck sozinha – ele não fuma e em algum momento ainda me deu uma leve recriminada, dizendo que eu colaborava com o tráfico – e me deitei de conchinha com ele no sofá.

Posso dizer que nesse momento senti um bem-estar enorme ao lado dele. O primeiro episódio da série estava engraçado, comentávamos nossas percepções sobre alguma cena que víamos, senti que super combinávamos. Sabe quando você se sente “em casa” na presença de uma pessoa? Eu me sentia exatamente assim. Sem me preocupar se estava sendo sexy ou inteligente o bastante, sem precisar fazer nenhum esforço para impressionar, conseguindo ser eu mesma e tudo fluindo naturalmente.

Assistimos uns dois episódios e então fomos nos deitar para dormir. Numa conversa despretensiosa antes de adormecer, o tesão aflorou novamente e o sexo desenrolou de forma inesperada.

– Humm, alguém tá animado. – Constatei ao sentir seu pau duro.

– Eu animo.

– Eu também animo. 😈

Estava tudo escuro e eu só conseguia ver a silhueta daquele homem em cima de mim. Nessa transa ele ainda acrescentou algo novo. Ao invés de ir e voltar com o pau, ele começou a rodá-lo dentro de mim. Foi diferente, gostei bastante, pena que ele não ficou muito tempo nesse movimento, devia ser mais cansativo, rs. Não gozamos, mas, mesmo assim, foi um sexo delicioso de boa noite.

Terceiro Encontro

– Uma semana sem essa delícia já. – Reclamei.

– Pois é. Tá viciada.

– Uma vez por semana é uma frequência baixa pra ser considerado vício. Considero moderado.

– Kkk. Quer passar para uma vez por mês?

– Ele fala como se não fosse prejudicar a si mesmo também.

– Kkk. Verdade.

– Daqui a pouco vc enjoa aí diminui a frequência.

– Uma semana é pouco pra enjoar. Te falei que essa frequência é ótima. Não enjoa e dá saudade.

Nosso terceiro encontro seguiu a mesma linha do segundo. Sexo logo na sua chegada, bastante tempo conversando, jantamos pizza e mais episódios de Bebê Rena antes de dormir.

Tivemos um papo entre as transas que me despertou um pequeno alerta. Ele quis voltar na questão dos três meses, reforçando, e até brinquei que não achava que encerraríamos nesse prazo de fato, pois a data exata que completaria esse período, seria um dia depois do seu aniversário e um dia antes do Dia dos Namorados, duas datas importantes, não condizentes com um término. Daí ele acrescentou que apesar dele dizer isso, ele era a pessoa mais contraditória que existia, pois, ao mesmo tempo em que reforçava para a outra pessoa não se apaixonar – exatamente como fazia direto comigo –, ele seguia sendo todo fofo, carinhoso e isso fazia com a que outra pessoa tivesse uma interpretação errada das coisas, achando que ele estaria se envolvendo. Ali me despertou um alerta, pois, era exatamente a visão que eu estava tendo dele, em relação a nós, e eu tava curtindo essa ideia, de percebê-lo totalmente na minha. No entanto, ao mesmo tempo em que pensei isso, também desconfiei se essa sua fala não era uma estratégia, para disfarçar um possível envolvimento da parte dele.

*

– Estou com a buceta dolorida de tanto transar essa noite. – Compartilhei com ele no dia seguinte, após sua partida.

– Kkkk. Falei q estava inchada.

– Bom olho.

– Tá doendo muito?

– Eu não conseguiria transar hoje de novo.

– Vai ter que desmarcar o cara de hoje e o de amanhã também. – Ele brincou, sem ter a menor ideia do quanto sua piada era condizente, rs.

Quarto Encontro

Desta vez ele levou nuggets e kibe veganos para o nosso jantar de petiscos. Para acompanhar, comprei um vinho, molho trufado e pimenta, no supermercado. Nessa noite ainda assistimos a um episódio de Black Mirror, “Hang The DJ”, quarta temporada, o episódio mais romântico, sobre um tipo de “Tinder” do futuro. Coloquei para que ele conhecesse a série.

Não serei repetitiva em todo o resto, apenas posso dizer que nessa noite gravamos um caseiro sextape, naquela posição de quatro que eu amava fazer com ele. Alguns inscritos do meu OnlyFans já viram esse vídeo, inclusive. 😏

– Nossa tá muito foda esse vídeo. – Ele reconheceu.

– Tá um tesão! Eu amei! 😋 Quero fazer mais, com uma iluminação digna rs.

– Vai vender no onlyfans rs. – Mal sabia ele que eu ia mesmo, rs.

– Posso? 😏 Preciso do seu consentimento antes rs. – Entrei no jogo.

– Rsrs. Dividindo os lucros rsrs.

– Hahaha. Se tiver vendas eu repasso a sua parte então rs.

– Rsrs.

Quinto Encontro

Começou um pouco atribulado. Apesar da premissa para aquela noite ser bastante empolgante, já que ele até traria o seu videogame para termos uma interação diferente e divertida, juntos, no entanto, peguei no seu pé para que passasse numa farmácia e comprasse preservativos, antes de vir para a minha casa. Reconheço que fui um pouco chata nesse sentido, até porquê eu tinha preservativos, mas eu simplesmente não achava justo eu ter que gastar as minhas camisinhas, que comprei para os meus atendimentos, sendo que ele já estava me comendo de graça, na minha casa, e só tinha contribuído com o adereço no primeiro encontro, justo ele que nem deixava o pau roçar na minha xana e já corria pra encapar o menino. Então se ele fazia tanta questão, que arcasse com os custos.

– Não esquece de trazer preservativo. Skyn. – O relembrei da minha preferência pela marca, coisa que eu já havia lhe dito no nosso primeiro encontro, quando ele apareceu com Jontex (e não era nem a linha pele com pele).

Não tem Skyn não, vai ter que ser com a Jontex que tá aí mesmo, não tem Skyn, tô atrasado ainda, tem Skyn não, depois a gente fica só no videogame.

Tudo isso foi dito num áudio que recebi no mesmo minuto da minha mensagem, ou seja, ele sequer estava numa farmácia de fato, para afirmar que não tinha Skyn, e pelo seu jeito de falar, com tanta repetição negativa, recusando o que eu estava solicitando, fiquei com a impressão, nessa minha mente analisadora de jornalista investigativa, que o seu incômodo era por, talvez, não querer gastar dinheiro, comprando uma camisinha que era mais cara do que a que ele estava acostumado a comprar.

– 😒

– Tem quantas aí?

– Traz a olla azul então. E na próxima você vai em outra farmácia.

Chegou na minha casa bicudo, mas tinha comprado a Skyn que eu pedi. Ainda ficou indignado quando viu que eu tinha preservativo de sobra, dizendo que quase foi assaltado, com o videogame na mochila, por ter desviado da rota para ir na farmácia. Como se alguém tivesse a coragem de assaltar um negão daquele tamanho, sem ser a mão armada.

Enfim, felizmente esse estressezinho não estragou a nossa noite, transamos maravilhosamente, depois pedimos um Ifood e jogamos videogame. Foi divertido. A princípio, ele colocou um jogo de luta para que duelássemos e descobri que somos muito competitivos, só consegui ganhar dele uma única vez, fiquei até com meus dedos vermelhos de tanto dar meu sangue naquele controle. Depois colocou Resident Evil, e daí eu quis ficar só assistindo-o jogar, pois é o tipo de jogo que eu sempre fico tensa, se sou eu que estou jogando.

No dia seguinte, após nosso sexo matinal delicioso, enquanto conversávamos, coincidentemente, o tema PROSTITUIÇÃO entrou na conversa. 👀

Ele começou:

– Vou deixar você sem aguentar pau até semana que vem… não sei como garota de programa consegue aguentar.

Daí ele acabou emendando um assunto relacionado, contando que uma vez, um amigo dele tinha descoberto que a namorada era acompanhante de luxo, que anunciava em site e tudo. Perguntei qual site, pra ver se ele sabia da existência do site que eu me anuncio de vez em quando e ele não se recordava qual. Resolvi explorar mais o assunto e perguntei o que ele achava dessa situação, se acontecesse com ele.

– Ah foda, né.

– Por quê?

– Ahh sei lá, o cara fica exposto, né? A pegar coisas…

– Ué, mas dizem que as profissionais se cuidam bem mais que as demais mulheres, justamente por trabalharem com isso, precisam estar sempre saudáveis. – Tinha que defender a minha classe, né?!

Ele refletiu um pouco sobre o que eu falei, concordou brevemente, até que disse:

– Tá sabendo demais, hein?! Sei lá, nunca fiquei com uma pra saber.

– Tá ficando agora hahaha. – Trouxe a verdade em tom de brincadeira.

Ele me olhou desconfiado e aí acrescentei para disfarçar:

– Você não me chama de “minha putinha”?

– Minha putinha, não de todo mundo.

Daí, vendo que fiquei calada, mantendo um semblante enigmático, como se eu realmente fosse, ele me olhou com mais atenção e disse:

– Será que você é?? 👀

E eu só nas risadinhas, sem dizer que sim, nem que não. Ele continuou me olhando, tentando decifrar algo.

– Será que você é? Bom… você viaja bastante, né…

– Será?? 👀 – Brinquei ainda mais com a sua desconfiança.

– Mas acho que não, você é bem magrinha, só se fosse daquelas que só acompanha em eventos.

– Tem gosto pra tudo. – Olha ele me desmerecendo, achando que não tem mercado para as magras!

– Mas, se você fosse, a sua bucetinha também não seria assim…

Eu teria que ser arrombada?! Pensei, mas não externei. Fiquei preocupada se esse seria o mesmo pensamento da sociedade, que não conhece a intimidade das profissionais desse ramo. Cheia de doença, com a buceta larga, era desse jeito que uma garota de programa devia ser, na visão limitada dele?

– Você disse que meu pau era grande, só se você mentiu pra mim. – Continuou analisando o fato da minha buceta ser apertada.

“Grande, mas fino”, pensei.

E o assunto morreu aí. Apesar de tudo, achei bem positiva a conversa, não fiquei tensa em nenhum momento com a possibilidade dele descobrir, e pelo que observei não me pareceu preconceituoso, apenas alienado. Resta saber se estava de boa porque, no fundo, não se imaginava lidando verdadeiramente com este cenário ou por não ser um problema para ele, de fato.

Antes de sairmos da cama, ainda perguntou:

– Você sente vontade de transar mais de duas vezes por semana? Com pessoas diferentes?

A resposta sincera para essa pergunta seria “Sim” e “Não”. Se eu tiver sido bem comida, aguento dois dias sem sexo, depois já quero de novo, mas não necessariamente com pessoas diferentes, desde que eu tenha um contatinho gostoso que sempre represente. Mas me limitei a responder:

– Por quê? Você quer aumentar a frequência?

– Vou contar aqui suas camisinhas. – Pegou meu pote de preservativo e começou a contar mesmo.

– Quer monopolizar minha buceta sem estar namorando comigo? Vem com essa não! Tá com ciúme? Pega na mão e assume. Já ouviu a música da Ludmilla?

Passou pela minha cabeça ter que comprar novas camisinhas para não diminuir a contagem daquelas que ele sabia a quantidade, e não gostei nada desse pensamento.

Sexto Encontro

– Podíamos dar um pulinho em casa, depois do treino, antes de você ir pro trabalho. Só eu sinto falta de sexo aqui? Você iria trabalhar até mais feliz. 😏

Propus um encontro mais rápido, já que, por uma série de acontecimentos, não estávamos conseguindo casar as agendas.

– Antes de ir trabalhar eu passo aí para te ver. Que horas vc termina o treino?

– 12h.

– Então 12:30 eu passo aí.

Recebê-lo durante o dia, não teve o mesmo encanto, sei lá, a noite tem um Q de maldade. Pulamos as preliminares e fomos direto para a penetração, desta vez tive que recorrer ao gelzinho, a contragosto dele, que sempre espera que eu esteja pronta e lubrificada, ainda que não me chupe para isso. Iniciamos na nossa posição habitual, com ele por cima.

– Sabe o que eu tava lembrando aqui? – Soltei durante o sexo.

– O que?

– Que você ainda me comeu de ladinho. Não gosta dessa posição? Ou foi falta de oportunidade mesmo?

– Foi oportunidade mesmo e o tamanho que não encaixa.

– Verdade, tem a questão de você ser mais alto rs.

Após um tempo com ele me macetando, insisti para fazermos de ladinho. Foi engraçado que ele não aguentou dois minutos assim e já quis voltar para a posição anterior, dizendo que a minha bunda estava pressionando seu pau, tornando mais difícil dele segurar.

Pela primeira vez, em seis encontros, em mais de dez transas, gozamos juntos! ❤️ Eu me masturbava, ao mesmo tempo em que ele me penetrava e avisei que estava perto, incentivando para que viesse junto comigo. Nem acreditei, foi mesmo delicioso.

A forma como o outro se entrega na hora do orgasmo é uma coisa que reparo bastante e, dependendo do que eu ver, pode aumentar ainda mais o meu tesão pela pessoa. E o gemido que ele solta na hora H é muito sexy! Vê-lo gozando daquele jeito tesudo, junto comigo, só intensificou ainda mais o meu orgasmo. Que ápice espetacular. 🔥

Agora o fato mais curioso desse nosso sexto encontro, além de finalmente termos conseguido chegar lá juntos, é que essa acabou sendo a nossa última transa.

E nem sabíamos.

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P.S.: Se houverem muitos pedidos, quem sabe escrevo um Epílogo. 😏

Uma Vez Que Provar o Brigadeiro, Não Quer Mais Saber do Beijinho – Parte 2

– Sabe como dizem, uma vez que experimentar o brigadeiro, nunca mais quer saber do beijinho.

– Não se preocupe que não vou grudar em você rs, se for tão incrível assim, apenas buscarei outros similares. A não ser que você queira repetir também. 😏

*

Querido diário,

Antes de avançarmos para a parte que todo mundo está mega curioso para saber, preciso que conheçam mais desse personagem, o Negão, para que a expectativa de vocês se iguale a minha, nesse um mês de conversa, que antecedeu ao tão esperado (e batalhado) encontro.

Então, voltemos aos diálogos:

Relacionamento Inter-racial

– Qual seu biotipo de mulher? Negras também? – Por um momento considerei que todo aquele jogo duro fosse por ele ter valores tão arraigados de só querer se envolver com mulheres da mesma cor.

– Não tenho um biotipo, gosto de mulher bonita. Entretanto, negras bonitas procuram caras  brancos e com grana. Isso é uma coisa racial de ascensão, muito foda, mesma coisa de jogador negro, sempre com uma loira do lado.

– Como também tem muitos caras negros com mulheres negras e caras brancos com mulheres brancas.

– Sim, não é uma regra. Depende muito do contexto em que a pessoa está inserida.

Acabei voltando na sua primeira sentença, sobre envolvimento inter-racial:

– Isso foi uma crítica? Fiquei confusa.

– Não é uma crítica, mas o simbolismo que isso carrega é muito foda, igual a ditadura da magreza para vocês mulheres, colocam isso como um padrão.

– Continuo não entendendo a qual simbolismo se refere. Pq da mesma maneira que pode ter mulheres negras com caras brancos por dinheiro, tbm tem loiras com negão pelo mesmo motivo. Segundo vc trouxe os exemplos.

Daí ele me mandou um áudio.

– Está difícil de explicar porque é uma questão complexa mesmo. Isso merece um café, ou melhor, uma bebida, em algum lugar. Mas vou tentar te explicar rapidinho. Essa questão do negro, que prefere a loira, não são todos, mas a maioria, se você pegar os negros que ascenderam, eles vão estar ao lado do que? Da mulher loira, ou uma mulher de cabelos pretos, mas branca, porque foi implantado na cabeça dele, há muito tempo, que o sucesso é esse. Ter dinheiro, um carrão e uma mulher branca do lado. Por quê? Aí volta pra vocês, qual o padrão de beleza? Qual foi o padrão instituído, que agora estamos tentando mudar? Uma mulher branca, loira e magra. Então basicamente é isso, são barreiras que precisamos romper.

De repente me vi numa discussão sobre relacionamento inter-racial e precisei abrir a minha cabeça para o assunto.

– Mas será mesmo que o cara negro em ascensão está com a branca por conta disso ou porque ele GOSTA e se sente atraído por esse tipo de mulher? Tem muitos exemplos de caras negros que se deram muito bem na vida e que estão com mulheres negras ao lado. Barack Obama, Jay-Z, Will Smith, tem vários… então eu acho que pensar com esse viés, não sei se é o mais correto. Tudo bem, eu entendi que alguns pensam assim e adotam isso, mas eu acho que o cara negro que está com uma loira é porque se sente atraído por esse tipo de mulher. Sei lá, um relacionamento é uma coisa muito séria para você ficar com alguém sem um sentimento envolvido, apenas por aparência ou interesse nesse sentido.

– Perfeito. Eu quero que você escute o seu áudio e os exemplos que você deu. O “gostar” e “se sentir atraído” pode ser manipulado. Por que eu gosto de algo? Tem que ter alguma experiência com aquilo para eu gostar ou não gostar de alguma coisa. Em que momento foi embutido na minha cabeça que isso é o que eu gosto? Você deu exemplos de pessoas dos Estados Unidos. Lá, casais inter-raciais são até malvistos, fora que lá o racismo é tranquilo, se o cara não gosta de negro, ele pode falar abertamente. Lá, os negros tem uma comunidade muito mais forte, então negro acaba ficando com negro, visto várias exemplos que você deu aí, citar casais inter-raciais que é a exceção. No Brasil já é o contrário, o único casal negro que me recordo aqui é o Lázaro Ramos e a Taís Araújo, não me vem a cabeça nenhum outro casal famoso.

– Tá bom, entendi, faz todo o sentido tudo que você trouxe, realmente. Então, quer dizer que quando você tiver no seu auge, ganhando muito bem, tendo muito sucesso, você vai ficar com uma mulher negra, né? Afinal, uma mulher branca ao seu lado vai muito de encontro ao sistema.

– Não, aí a gente entra num outro problema que é, além de eu também estar inserido nesse sistema, outro desafio é você encontrar negros que tenham o mesmo pensamento que o seu. Existem, claro que eles estão por aí, em alguns lugares, não no meu contexto, isso é triste, mas é a verdade. Não conheço muitas negras advogadas, as que eu conheço, não são bonitas. De qualquer forma, não critico casais inter-raciais e não procuro uma esposa negra, apesar de ser o aconselhado, principalmente negros que estão em um patamar elevado, porque os filhos destes negros serão a próxima geração que vão romper esse estigma que a gente vive. E também tem outro ponto, eu não sou o cara de fazer o ‘approach’ (é mesmo?? Rs), você percebeu, não sou o cara de chegar e conversar, eu nunca gostei de ser o chato, o cara que incomoda, odeio sentir que estou incomodando alguém, então, acaba que, por acaso, as loiras que sempre chegam em mim. E agora, depois de formado, advogado, a gente sabe que qualquer coisa pode ser considerado assédio, então, juntou a fome com a vontade de comer e me mantive na minha, sem chegar em ninguém.

– Mas você percebe quando a pessoa está na sua.

– Rsrs, só quando deixa muito evidente.

– Exemplo?

– Vc quando veio falar comigo.

– Ou seja, desde o meu primeiro movimento você sabia, e diversas vezes se esquivava das minhas investidas. Então talvez você não estivesse tão a fim assim? 🤔

– Eu tentei fugir, mas agora vc sabe o contexto.

– O contexto que você só quer sexo sem compromisso kkkkk. O tipo de contexto que você não precisaria recusar meu convite rs.

– Nossa. Não queria nem sexo sem compromisso.

– Então te induzi a querer dar uma relaxada?

– Falando deste jeito realmente me faz pensar se é uma boa ideia. 😕

Oxe.

– E por que não seria? Não entendi. Falei algo que te ofendeu? – O papo com ele às vezes desandava do nada.

– Não ofendeu. Mas pareceu que estou saindo por aí procurando sexo casual.

– E se fosse, qual o problema? Rs. Isso não foi uma crítica, só quis dizer que vc não precisaria recusar meu convite para beber algo, sabendo que vc não quer se envolver, até pq tbm não quero.

– Eu sei. Mas não sou este tipo de cara. Vc que me convenceu.

– Nossa agora pareceu que vc nem queria sair comigo, que foi vencido pelo cansaço rs. Há um interesse mútuo ou me iludi aqui? Rs.

– Não é isso. Eu te olhava, pq te achei bonita. Aí quando você falou comigo, pensei ‘tô ferrado’.

– Pq ferrado?

– Pq vc tem uma energia boa. Como eu conseguiria manter distância?

– Mas pq precisaria manter distância se os dois estão se curtindo? 🤔

– Trauma meu.

Traumas

Em outra conversa anterior a essa, falamos sobre seu último relacionamento, enquanto eu tentava romper a barreira de marcarmos um encontro.

– 3 anos é tempo demais pra deixar trauma com ex te bloquear de viver a vida. – Sara psicóloga, valores in box.

– Rsrs. Verdade. Está quase me convencendo.

– Ainda não te convenci? Hahaha. Achei que já estivéssemos alinhados ref esse relaxamento rs. Eu fico me perguntando como um homem que treina tanto como você, não tem libido rs.

– Tenho rsrs, o treino é justamente a resposta. Treinar pesado para não sobrar testo livre. Mas quando não tem jeito é Brazino o jogo da galera. Sexo é energia. E não é toda energia que vc quer dentro de vc.

Se ele soubesse o tanto de energia que entra dentro de mim rs.

– Então as vezes é melhor o 5×1. – Ele continuou.

– Eu não me conformaria só com masturbação. Não sei como vc consegue. Precisamos resolver isso urgente rs.

– Tbm não sou esse punheteiro ai que vc tá pensando.

– Sexo é saúde. E você já não tá batendo bem das ideias há mais de 4 meses, rs. É uma necessidade fisiológica.

– Já fiquei 2 anos sem, de boa.

Agora me falem, como argumentar com um cara que não se importa de ficar sem sexo? Como seduzir alguém assim?

– 😳

– Vou te contextualizar. Relacionamento abusivo de 4 anos, terminou na pandemia, aí foquei 2 anos no que eu deixei de lado, depois voltei para as atividades, mas só conheci mulheres que ficaram apaixonadas, aí minha responsabilidade emocional falou mais alto. Então decidi que  isso tudo não era mais pra mim.

– Mas essas mulheres que se apaixonaram não eram boas o bastante para você se apaixonar também?

– Não sei se conseguiria. Meio que traumatizei um pouco.

– O que houve nesse relacionamento para você caracterizar como abusivo?

– Meu Instagram, vc viu que é novo, – e eu achando que ele fosse impopular mesmo, rs – tive que deletar. Pegava meu celular, ciúme de todos. Queria me engordar de todo jeito.

– Qual a vantagem dela nisso?

Daí ele enviou uma montagem, com ele antes, gordinho, e ele atualmente, malhadão.

– Namorando x 1 ano solteiro.

– Mas muitas pessoas dão uma relaxada quando estão namorando. Meu ex tbm engordou e não foi por minha culpa não rs.

– Mas eu não podia ir treinar que já fazia cara feia.

– Ela não treinava tbm?

– Nada. Por isso que vc precisa sempre encontrar alguém na mesma vibe. Claro que vc interage com todos, mas quem vai andar ao seu lado precisa ter algo em comum.

– Mas que mais? Ciumenta, possessiva… esperava um combo maior pra te bloquear por três anos. Tá faltando coisa aí.

– Eu acho  que perder o tempo que foi o pior.

Estava achando um pouco fraco os motivos que o traumatizaram e trouxe a minha experiência como contraponto, num lindo podcast de 3:41. Sara psicóloga ataca novamente, para todos os traumatizados que também estiverem lendo esse post! 😄

– Danilo, o meu primeiro relacionamento também foi abusivo, só que assim, não dá pra você se fechar depois disso. E não me refiro nem a se fechar para outros relacionamentos e sim para novas aventuras mesmo, entende? Você mencionou 4 anos ser perca de tempo, com o meu primeiro, foi 8 anos! 8! E foi num nível muito pior que o seu. Eu tive vaginismo, não sei se você sabe o que é, um resumo rápido aqui, caso você não saiba, vaginismo é uma contração involuntária da vagina que impede a pessoa de ter relações sexuais. Então, a gente começou a namorar, logo de início ele não gostou de saber que eu era virgem, pensando no trabalho que lhe daria, (no final das contas ele teve um trabalho ainda maior, por conta do vaginismo, rs) aí depois de um ano tentando transar e não conseguindo, foi quando levei a questão para o médico. E como resolve o vaginismo? Com psicólogo e também com determinados exercícios que incentivam a dilatação da vagina, enfim, não vou entrar em mais detalhes, desnecessários agora, mas a questão é, por conta do vaginismo, a nossa relação ficou uma calamidade, a gente não conseguia transar – o sexo anal, que eu conseguia fazer uma vez por semana, não supria mais (mas não falei essa parte para ele, rs) – e um relacionamento não se sustenta sem sexo. Uma coisa é quando você já está velho e sem tesão, outra coisa é um casal jovem, né? Ainda mais ele que tinha muita disposição sexual. Foi um caos e se tornou muito abusivo, pois, chegou num ponto que ele já não tinha mais paciência comigo. Pra você ter uma ideia, uma vez que fomos tentar pela milionésima vez, ele ficou tão nervoso por não termos conseguido, que se levantou da cama e deu um soco na parede. 😱 Como se isso já não fosse assustador o bastante, como consequência ainda quebrou o dedo mindinho e tive que ouvir que a culpa era minha, porque EU NÃO FUNCIONAVA. Como se eu fosse um objeto com defeito de fabricação. E não foi abusivo só por isso, constantemente ele me diminuía, não me apoiava, me chamava de burra, enfim… eu poderia muito ter me fechado depois disso também, ainda mais que foram 8 anos. Claro que isso me criou certos bloqueios, no sentido de eu levar um tempo para botar fé em mim mesma, de não me achar boa o bastante para algo que eu estivesse me propondo a fazer, pensando que se ainda tivéssemos juntos, com certeza ele apontaria algo de errado na minha performance, e aí, somente com meus próximos relacionamentos que fui, cada vez mais, desbloqueando coisas em mim, ao perceber como o tratamento dos meus outros namorados era COMPLETAMENTE diferente. Então não é você se fechando pra vida que irá desbloquear esses traumas, pelo contrário, somente se envolvendo com outras pessoas, tendo outras experiências, que aí você vai vendo que a vida não é essa crueldade, entende? Não tô falando que você tem que fazer isso agora, comigo, mas é um conselho pra vida, pra você se abrir mais para as pessoas.

E todo esse discurso porque eu queria transar com o cara.

– Realmente, perto da sua história a minha não é nada.

– Não diria não é nada, também não vamos desprezar a sua, mas a sua é mais branda pra você se bloquear desse jeito, isso que quis dizer.

Eu já saí com uma garota que tinha vaginismo, é complicado.

Me conta dessa experiência.

– A garota sentia dor na penetração, engraçado pq ela namorou antes e meu pênis é normal.

– Essa foi uma das que se apaixonou e você deu o pé na bunda, ou é outra ex namorada? Rs.

– Não, essa foi uma vez só e não foi legal. Não tinha clima para continuar, aí depois ela voltou para o ex.

– Acho que já falamos bastante sobre relacionamentos anteriores e traumas. Já podemos voltar a falar do nosso date. – Voltei o assunto pra gente.

– Podemos.

– Até pq isso me fez imaginar coisas. – Voltei no trecho que ele dizia o pênis dele ser ‘normal’.

– Pq espera algo maior rsrs por eu ser negão rsrs.

Simmmm!

– Não exatamente rs, só fiquei pensando se a nossa percepção de “normal” seria a mesma rsrs.

– Não sei, mas vou te dar uma dica para perceber, esquece o tamanho do pé, se fosse assim eu estaria bem (45) tem relação e proporção com a mão.

Verdade isso, homens??

Eu achava que tinha a ver com o tamanho do pescoço…

– Dica interessante rs. Não reparei na sua.

– Acho que tem um tamanho ok.

– Acho que está sendo modesto rs.

– Em relação ao meu peso e tamanho, se eu fosse magrelo, talvez aparentaria ser maior rsrs,  mas não tenho nenhuma questão com isso. Todas as vezes que precisei ele foi eficiente, tirando essa menina com vaginismo.

– Você será o meu primeiro… – Negão, no caso – então não sei o que esperar rs. Mas estou bem excitada e curiosa.

– Ixi então melhor desmarcar rsrs.

– Nada disso.

– Sabe como dizem, uma vez que experimentar brigadeiro, nunca mais quer saber de beijinho.

E aí chegamos no diálogo do início desse post, que, inclusive, deu nome ao título desta saga. 😏

Chamando na Chincha

Outro dia, em meio a tantas conversas aleatórias, mais uma vez voltei na questão do date. Não pensem que foi fácil desenrolar isso, rs.

– Vamos combinar nosso date pra semana que vem? Já está mais adepto a ideia do barzinho?

– Ok. Vc quer fazer o que, ir beber? Semana ou final de semana?

– Final de semana é melhor né? Ou sexta a noite. 😏 Você bebe o q?

Não sou de beber, mas quando saio, acompanho.

– Cerveja? Vinho? Drink?

– Depende muito do que vamos fazer depois, o tipo de bebida rsrs.

– O que vc quer fazer depois? 😏

– Vc decide! A escolha sempre deve ser de vocês. Se alguém falar algo diferente disso, afaste-se.

– Assim eu me apaixono. – Dei corda.

– Rs, é que fui criado de forma tradicional. Homem antes de tudo tem que ser o protetor da mulher, em prol do seu bem estar. Depois eu fiquei forte e também fui ensinado que é dever cuidar dos fracos e oprimidos rsrs.

Não sou fraca e oprimida, mas entendi que foi no melhor dos sentidos.

– Que cavalheiro. Se o beijo for bom te arrasto pra casa depois.

– Colocou uma condicionante perigosa.

– Pq perigosa?

– Jogou pressão pra cima. Agora se não me convidar vou saber que o meu beijo é ruim.

– Da mesma maneira que você disse que só sairia comigo se a peça fosse boa rs.

– Rsrs, verdade.

– E você precisa gostar do meu beijo tbm, é uma via de mão dupla, né rs.

– Eu sei que o beijo será bom. O que precisa ver é só a química na hora que a minha língua encostar na sua, aí já vamos ver como vai ficar o PH.

– Já sinto a química a distância. 🧨

– Te falei que sou apaixonante.

– Preciso lembrar de não me apaixonar, senão você dá o pé igual com as outras que se apaixonaram rs.

– Não é assim, mas eu também sou a incoerência em pessoa, peço que não se apaixone, mas trato bem, sou atencioso, carinhoso, e dizem que transo bem. Aí fica difícil.

– Um perigo esse homem. Ai de mim. Difícil não se apaixonar nesse combo. Mas saiba que do que lado de cá será difícil pra vc tbm viu. 😏

– Eu imagino, mas liguei o modo não apaixonar, há muito tempo.

– Vou deixar o meu modo bem ativado também. Criar uma armadura forte diante desse homem cheio de borogodó.

Focado demais para se deixar envolver

Em outro ponto da conversa, falamos sobre outra coisa muito importante para a construção deste personagem. Descobri que ele está totalmente fechado emocionalmente, não só pela questão do trauma com o relacionamento anterior, mas também por estar extremamente focado nos estudos, querendo prestar concurso para promotor, algo que é muito difícil e que ele já vem tentando há alguns anos.

– Focado. – Reconheci sua dedicação.

– Ou simplesmente burro demais para desistir.

Você está tentando há quanto tempo?

Focado, sem deixar mulher me distrair, uns 2 anos. Sem foco, dividindo a atenção, tem uns 6. O que aprendi com isso? Uma coisa ou outra Danilo, as duas vc não consegue.

– Só encontrar uma que te apoie. – Eu sempre trazendo as coisas para o meu lado, rs.

– É bem difícil.

– Difícil mas não impossível. Um sexo de vez em quando faz bem pra saúde e te ajuda a focar no que precisa.

Quando namorava passei na primeira fase do MP, minha ex virou e falou: ‘agora vc me larga’. 😕

– E vc largou? Rs.

– Larguei. Mas não foi pq eu passei na primeira fase e bombei na segunda, foi pq ela não tinha o perfil  para acompanhar, ninguém tem. É uma vida sofrida, limitada.

Ninguém é uma palavra muito forte. Não acho bacana você generalizar por poucas experiências.

– Ok. Vou reformular. Penso que ninguém merece isso, ficar esperando alguém.

– Ninguém merece o que? Uma pessoa dedicada em alcançar o que almeja pra si, mesmo que isso custe menos tempo juntos? Uma vez por semana livre você não conseguiria? Já vai conseguir na próxima sexta né, para sairmos. Acho ótimo, sem grude e com uma pequena saudade. Uma vez por semana não rola pra vc?

– Claro que rola. Mas todos sempre querem mais e mais.

Todos vc tá incluindo vc? Ou seria ‘todas’? Rs.

Todos.

– Um vez por semana acho uma frequência excelente, não enjoa e dá saudade. – Eu lutando para enfim conseguir o meu contatinho.

– Pois é, eu também acho.

– Então vamos nos dar muito bem. Supondo que vamos repetir.

– Rsrs.

– Ou você não gosta de repetir?

Tudo que é bom, merece replay.

– Pensamos igual então.

– Muito para o meu gosto.

– Estou te falando, faltava eu na sua vida.

– Rsrs.

Digo, na sua vida 1 vez por semana rs.

– Ligeira.

Mas fiquei curiosa para entender como será sua vida depois que conseguir chegar onde vc quer. Daí terá menos tempo para relacionamentos, né?

Sim.

Ou conseguirá ter uma vida conjugal satisfatória? Rs. Você pretende continuar solteiro ou casado?

– Aí seria hora de casar.

– Olha só, o rapaz bloqueado de se apaixonar quer casar no futuro rs. Realmente incoerente rs.

– Neste ponto não, imagina o seguinte, o que faz quando termina de escalar uma montanha? Vc desce, todo o foco está em chegar, não em permanecer. Não tenho nada contra relacionamento, é que pra mim realmente não funcionou.

– Não encontrou a pessoa certa ainda.

Ou o tempo certo. Sei lá, não me prendo a essas questões.

Não tem que se prender mesmo, apenas deixar fluir leve.

– De pesado basta eu, com 105 kg rs.

*

Eu sei que você deve estar achando tudo isso trabalhoso demais e que eu deveria ter largado de mão há muito tempo, mas eu realmente vi potencial nele, fora que as conversas estavam interessantes, ele tinha conteúdo. O fato de não ceder tão facilmente, só o valorizava ainda mais. E se tem uma coisa que eu sou é determinada. Quando eu quero uma coisa, vou até o fim para conseguir!

O Primeiro Beijo

Na semana do nosso encontro, nos vimos na academia, na quarta-feira, como de costume. Quando terminei o meu treino, ele gentilmente também encerrou o dele e o esperei, por poucos minutos, para que tomasse um banho, pois, iríamos embora juntos e de lá ele iria para o trabalho, que era perto. Eu também moro próximo da academia, então calhou dele vir me trazer até a minha casa.

Assim que entramos na minha rua, ele lembrou que tinha um restaurante vegano na rua de cima (não estou mais comendo carne animal, exceto peixe) e andamos mais um pouco, para que me mostrasse. Daí, após me indicar a localização do tal restaurante, chegamos num ponto da caminhada em que teríamos que nos despedir, ele pegaria o caminho para o seu trabalho e eu voltaria em direção ao meu apartamento.

Ficou aquele silêncio cheio de significado, não foi preciso dizer nada, nos aproximamos e nos beijamos. Na calçada, sem nenhum romantismo, mas foi a forma como as coisas aconteceram, eu não ia interromper e dizer: “só vamos ter nosso primeiro beijo no date”, então foi ali mesmo.

Que beijo! 💋 Aquela boca carnuda sabe o que faz! Encaixou muito!! Só não foi mais perfeito por conta do lugar e do seu perfume que, não pude deixar de reparar, era muito forte e enjoativo. Aff como eu sou chata, né? Um beijo delicioso daquele e eu reclamando do perfume do cara, kkk. Rolou uma encoxada de leve, mas nada muito indecente.

Voltei pra casa tão excitada, que a primeira coisa que fiz foi me jogar na cama e me masturbar. 😛 Ainda me dei ao luxo de cochilar depois de gozar, imaginando como seria aquele encontro!

C O N T I N U A

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Uma Vez que Provar o Brigadeiro, Não Quer Mais Saber do Beijinho – Parte 1

Querido diário,

Após demasiadas buscas por um contatinho potencial em aplicativos de relacionamento, a vida fez questão de mostrar que tudo flui melhor ao vivo (o mesmo se aplica para quem ainda não saiu comigo, rs. 😉)

Numa bela quarta-feira de março, estava eu com meu personal trainer, treinando na academia, quando reparei num certo alguém. Preciso ambientá-los que a academia que eu frequento é desprovida de homens bonitos, então este se destacou do todo e não me recordava de já tê-lo visto.

O homem em questão, fisicamente, é diferente de qualquer outro que já me relacionei na minha vida pessoal: quase dois metros de altura, musculoso, careca e negão! Eu diria moreno ou pardo, mas ele se identifica como um homem negro, então carinhosamente o apelidei de “negão”. ❤️

Eu nunca me envolvi com homens negros antes, não por qualquer preconceito, longe de mim, simplesmente nunca tinha aparecido um que me despertasse o interesse, como aconteceu com esse (ou, talvez, por, inconscientemente, temer o tamanho da giromba, rs).

Entre um exercício e outro, comecei a encará-lo e tive a impressão de que ele estava retribuindo. Na sexta-feira seguinte, quando voltei a academia (eu treino 3x por semana), não o encontrei e na próxima segunda também não. Já estava ficando preocupada que não fosse mais vê-lo, quando na quarta-feira, felizmente, ele estava lá de novo. Astuta como sou, percebi então que o alecrim só treinava naquela unidade uma vez por semana, sendo, pelo visto, sempre as quartas.

Novamente trocamos olhares e em algum momento rolou até um cumprimento com meneio de cabeça, mas, nada além disso. Ao finalizar meu treino, passei por ele, dei uma bela encarada e segui em direção a saída. Quando passei pela catraca, dei uma última olhada e adivinhem? Ele ainda estava me olhando!

A fim de acelerar o processo, tentei acha-lo nos aplicativos de relacionamento, vai que ele também fosse solteiro e estivesse cadastrado? Pela distância, com certeza, o aplicativo iria sugeri-lo para mim. Daí apareceu um cara muito parecido com ele, uma versão mais feia, confesso, mas poderia ser o ângulo, homem raramente sabe tirar foto. Decidi prosseguir com o match, no intuito de descobrir se era ele, através das conversas. No entanto, o papo com este foi um fiasco, muito monossilábico, parecia que eu estava me comunicando com alguém extremamente introvertido.

– Oie, Tudo bem? – Comecei.

– Tudo sim e vc?

– Também estou bem. Onde você treina? – Já perguntei logo para tirar a prova.

– Jiu?

– Que?

E a conversa morreu aí. Cheguei à conclusão que se fosse ele, não ia querer nada com uma pessoa tão monótona. Desfiz o match e, cara de pau como sou, usei esse acontecimento para puxar assunto com o boy na semana seguinte. (Mulheres, venham comigo! Rs.)

Na próxima quarta-feira, após terminar o meu treino, fui lá falar com ele.

– Oi, tudo bem? – Cheguei toda animada e sorridente e ele retribuiu na mesma medida. – Você se chama Caio? – Perguntei na maior caruda.

– Não, rs. Meu nome é Danilo. – Nome fictício.

– Nossa, ainda bem… – Respondi com verdadeiro alívio.

– Por que? Rs. – Claro que ele ficaria curioso, rs.

– Eu tentei te achar no aplicativo e dei match com um cara parecido com você, mas fiquei na dúvida se era a mesma pessoa, ainda bem que não! Ufa! – Toda sincerona. – Mas então tá bom, prazer Danilo. Ahh, posso pegar seu Instagram?

– Humm, eu não posto muito no Instagram… – Mas passou mesmo assim.

O Instagram dele realmente era muito desinteressante, parecia até uma conta fake. A foto de um ator no perfil, pouquíssimos seguidores, pouquíssimas postagens, conteúdo repetido, sempre com ele treinando. Se eu não o tivesse visto pessoalmente, pela rede social jamais me interessaria. Fiquei até receosa que o meu Instagram o intimidasse, éramos o total oposto.

Mais tarde, no mesmo dia, pela rede social, naturalmente desenvolvemos uma conversa, descobri sua profissão e que tinha 38 anos.

– Você é solteiro? E qual seu signo? (Perguntas de entrevista rs)

– Rsrs. Solteiro e geminiano, acho que isso explica o solteiro.

– Isso explica muito! – Poxa vida, justo um geminiano?!

Em outro ponto da conversa, ele trouxe algo que me deixou em dúvida, se a nossa troca de olhares, na academia, não tinha sido coisa da minha cabeça:

– (…) meio cego mesmo, por isso às vezes fico meio que encarando as pessoas, rs.

– Então o que eu achei que fosse paquera, era só você tentando enxergar as pessoas? – Rebati.

– Rsrsrs, hoje em dia é difícil paquerar, tudo pode ser considerado assédio e você ainda treina com personal, grande chances de envolvimento.

– Envolvimento com meu personal??

– É bem comum.

– Não com a gente, apenas amigos, ele é bem profissional. – Mas bem que eu queria kkkk, maior gato! 😬

– Rsrs, entendi. Então já que fez um questionário, tá na minha vez. Faz o que além de viajar? Idade e signo?

Quando falei o meu signo, vocês acreditam que ele foi até pesquisar e trouxe a colinha para a conversa?

“A mulher de Áries é uma líder nata, cheia de energia e determinação. Além disso, ela é corajosa, independente e adora desafios. Por isso, sem medo de dar o primeiro passo, ela está sempre pronta para enfrentar novas aventuras e perseguir seus objetivos com paixão e fervor.”

– Acho que encaixa com você, pelo que vi até agora. Eu achava uma baboseira essa coisa toda de signo, mas realmente faz sentido. – Ele disse.

– Eu acredito muito. Minha melhor amiga é de gêmeos e brigamos direto, visto que geminianos mudam de ideia toda hora. – Dei uma leve alfinetada.

– Rsrs, verdade.

E a conversa morreu aí.

No dia seguinte ele interagiu em algum story meu e voltamos a papear. Em determinando ponto, tentei chamá-lo para sair:

– Tem um comediante que eu gosto bastante, ele vai apresentar esse sábado num barzinho em Moema. Anima?

Eu sei o que você deve estar pensando: “Calma Sara, espera o cara tomar a iniciativa”, mas eu não gosto de perder tempo e queria logo ficar com ele. Respondeu que já tinha um compromisso agendado com a família e acrescentou:

– Barzinho em Moema, nem lembro a última vez que fui lá.

– Uma ótima razão para voltar a sair, rs. – Eu sou que nem aqueles caras que não aceitam um não como resposta, rs.

– Acho que não sei fazer isso mais não, rs, interagir com pessoas. – E ele, a mulher difícil.

– Você está interagindo comigo, né kkk. E não seria interagir com pessoas, no caso com a pessoa que tá no rolê com você, rs.

– Bom argumento.

E morreu aí.

No dia seguinte, novas interações em coisas que eu postava, até que postei sobre o espetáculo que eu iria atuar e ele mordeu a isca.

– Quem você vai interpretar?

– Uma meretriz. – Eu sempre faço papel de puta nas peças, a arte imitando a vida, kkkkk.

Na quarta-feira seguinte não nos vimos na academia. Ele não foi, pois, tinha machucado o joelho, e na outra semana eu que não fui, por conta de um job.

– Fugindo do treino? – Minha ausência foi notada.

– Alguém sentiu minha falta?

– Pois é, sua presença me agrada.

– Quis te dar o troco por semana passada.

Enfim, não vou ficar trazendo tim-tim por tim-tim das nossas conversas, então vamos pular para a parte que interessa!

Numa bela quarta-feira, durante um treino, meu personal se ausentou para ir ao banheiro e nessa hora conversamos, com ele demonstrando o maior interesse em ir me assistir na peça. Eu tinha uma cota de ingressos para vender, então não caberia lhe dar uma entrada, se nem para os meus amigos eu não dei. Foi eu deixar o recinto, que ele já pediu meus dados do Pix pelo Instagram. A partir daí trocamos número de telefone, pois, seria mais fácil para lhe enviar o PDF do ingresso pelo WhatsApp.

Na semana seguinte, quando nos falamos na academia, novamente investi para que saíssemos.

– Depois que passasse o espetáculo, podíamos fazer alguma coisa. – Joguei, assim como quem não quer nada.

– Eu te falei que não sou muito de sair. A sua peça será o meu primeiro evento do ano.

– Então vai ser só isso? Essas interações de academia?

Ai falei logo.

Estava difícil arrancar um posicionamento, o coloquei contra a parede e ele visivelmente não sabia o que dizer. Até que:

– Vamos ver, se a peça for boa…

Que jogo duro era aquele? Não era possível que após tantas conversas e interações, só eu estivesse interessada. Será que tinha interpretado tão mal assim?! Pois, bem, voltando para casa, não me aguentei e voltei no assunto, pelo WhatsApp:

– Quase levei um fora agora. Você não bebe nada, é isso? Pode ser um café tbm rs.

– Rsrs, não era um fora.

– O que era então? Rs.

– Incompatibilidade.

– Como assim?

– Vc é uma jovem e bela atriz, com muitos sonhos. Eu, um velho advogado, cansado, sem sonhos, só uma meta, não combina. E vc está em uma idade chave para conhecer alguém legal, alinhado com os seus objetivos e sonhos, não pode ficar perdendo tempo com uma pessoa como eu.

– Falei de fazermos algo, não é um pedido de casamento rs. E quem disse que estou perdendo tempo? Uma pessoa como você? O que isso quer dizer? Não entendi. Uma pessoa interessante que pode rolar altas conversas também interessantes…

– Vc argumenta bem! – Jornalista, né? 😎

– Vamos congelar essa questão e voltamos nela depois da peça, vai que você se irrita e não vai mais me assistir rs.

– Claro que vou te assistir com aquele olhar julgador.

(…) e seguimos conversando sobre o espetáculo, até que decidi trazer a conversa para um tópico mais interessante:

– Há quanto tempo que você não dá uma “relaxada”? Rs. – Perguntei, sem a menor vergonha na cara.

– Nem lembro. Todo dia que treino eu relaxo! Não era essa relaxada né? Rs.

– Não, rs. Deve ser essa que vc nem lembra mais rs.

– Esse ano certeza que não.

– Como você pode ser tão negligente com você mesmo?

– Rsrs.

– Qual o motivo?

– Trauma com ex possivelmente.

– Você precisa estar namorando pra isso?

– Não. Mas rola uma responsabilidade sentimental.

– Basta ambos serem bem resolvidos.

– Então difícil achar alguém assim, as pessoas acabam criando expectativas.

– Difícil, mas não impossível. 😏

– Rsrs.

– Mais de 4 meses é muito tempo. Você deveria resolver isso. Inclusive, posso sugerir alguém muito bem resolvida pra isso. 😎

– É, quem?

Daí respondi com uma figurinha minha, segurando uma taça e um olhar bem sugestivo.

– Então tá “relaxando” com frequência? – Ele indagou.

– Sinto que estou precisando relaxar também.

– Rsrs.

– Podíamos nos ajudar.

– Boa ideia.

– Quando? – Direta e reta.

– Tem que ir bem no espetáculo primeiro.

– Confesso que ando tensa com a estreia, relaxar não seria nada mal…

– Vc é direta, rsrs.

– É o meu jeitinho. E você é escorregadio, rs.

– Sem prática.

Enfim, rolou muuuuito papo e nada de marcarmos o encontro por essa conversa. O espetáculo estava longe, seria para dali a dez dias e quando finalmente combinamos a data, ainda levou mais uma semana, após o encerramento. A parte boa é que depois que desbloqueamos o tema “sexo” na conversa, passamos a nos falar todos os dias, às vezes pequenas interações, mas sempre com uma certa constância.

Será que o primeiro encontro foi bom?

Será que transamos nesse dia?

Terão que aguardar pelos próximos capítulos… 😎

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Sonho Mirabolante

Querido diário,

Acho que nunca compartilhei aqui uma peculiaridade minha. Eu sou uma pessoa que sonha muito. Literalmente, no sentido real da palavra. Tenho sonhos fantásticos, muitas vezes mirabolantes, do tipo que se eu acordasse lembrando de cada detalhe, poderia escrever roteiros incríveis. Lembro que um ex-namorado meu até brincava, perguntando se eu não tinha usado drogas antes de dormir, pois meus sonhos eram uma verdadeira viagem, rs.

Quando eu acordo e consigo não esquecer de imediato, vou correndo tomar nota, o que acaba me rendendo uns textos confusos, pois muitas vezes são coisas completamente plausíveis no sonho, mas quando tento trazer em palavras, fica muito sem sentido. Tenho várias anotações assim, que espero um dia, quem sabe, quando estiver com a minha criatividade mais apurada, possa transformar na composição de alguma história, rs.

Enfim, tudo isso para dizer que esta noite tive mais um desses sonhos! Um sonho tão mágico e especial, que fiquei o dia inteiro vibrando na energia do que vivenciei dormindo, se é que eu estava mesmo dormindo, pois acredito muito em viagem astral.

Sonhei que eu viajava para outras dimensões de vida. E cada dimensão diferente era uma aventura muito gostosa. Algumas eram submarinas e nelas eu podia respirar e enxergar embaixo d’água, como se aquela forma de vida fosse o meu natural. Em todas as dimensões eu me via como uma humana e houve interações com outros viajantes, assim como eu, ou seres locais daquele plano. 

Em determinada dimensão, parecia que eu tinha filhos, um casal, o menino era um pouco mais velho que a menina. Ele, uns 10 a 13 anos e a menina, uns 5. O menino era muito aventureiro, queria viajar toda hora, eu tentava contê-lo para que não viajasse sem supervisionamento, pois, por mais que aquelas viagens fossem inocentes e, aparentemente, livres de qualquer perigo, se viajasse sozinho, corria o risco de ir para uma dimensão mais avançada que o nosso discernimento e nesse tipo de dimensão corríamos alto risco de nos tornarmos uma presa, não conseguir voltar ou, pior, morrer na tal dimensão. 

Em uma dessas dimensões eu vi a existência de ET e foi a que eu mais senti medo, por não ter o controle da situação. Após essa dimensão quis evitar um pouco de viajar e foi quando tive que me esforçar para driblar o garotinho de querer viajar sozinho. 

Havia um truque mágico que fazíamos com o nosso olhar, tentando hipnotizar a pessoa para que fizesse a nossa vontade. Mas a pessoa não poderia ter a menor percepção da sua intenção, senão a tentativa de hipnose não funcionava. Eu travava uma pequena batalha com o garotinho nesse sentido, pois, ele tentava me hipnotizar para que ele pudesse se aventurar sozinho e eu tentava hipnotizá-lo para que desistisse e caísse no sono. Numa dessas tentativas ele conseguiu me vencer, mas depois voltou assustado de uma dimensão e decidiu ser obediente, rs. 

Depois eu tive um duelo com um homem, que estava competindo algo em determinada dimensão comigo, disputávamos algo que não me lembro. Até que a disputa tomou um rumo mais sexy. Duelávamos com nossos corpos atracados um no outro, era uma forma de sexo, mas diferente do que conhecemos, não eram movimentos repetitivos e contínuos, a cada tentativa de impedir que o outro partisse para outra dimensão, sentíamos o prazer da penetração com o corpo do outro e nosso duelo se tornou uma coisa muito prazerosa. Não me lembro do seu rosto, apenas pequenos detalhes físicos, loiro, robusto e bonito. 

Tínhamos a mesma energia sexual e o mesmo apetite, como se ele fosse a minha versão masculina. Foi uma troca de energia maravilhosa. Era como se durante o ato sexual sentíssemos, além das nossas próprias sensações internas, também o que o outro estava sentindo. Então a sensação de prazer duplicava, pois eu conseguia sentir as minhas próprias, somadas a dele e vice-versa. Sério, foi muito prazeroso aquilo. Acordei muito com a sensação de que esse homem pudesse ser a minha alma gêmea, em outra dimensão rsrs. 

Quase gozamos juntos, eu só não consegui, pois, uma parte de mim tinha consciência daquilo não ser real e me veio um sentimento muito realista de que eu nunca consigo gozar quando sonho que estou transando kkkk, chega muito perto, mas sempre retrocede. Então a minha própria mente me sabotou, pois na hora H, eu pensei: “Estou sonhando e nunca gozo sonhando, então não vou conseguir gozar agora”. Nossa mente às vezes atrapalha, rs.

Já ele gozou e foi uma delícia. Mas não teve fluidos. E o sentimento do pós sexo não foi de me sentir usada ou abusada, pelo contrário, foi de pertencimento. Não ficou claro se ele era da mesma dimensão que os meus filhos, assim como não sei dizer se ele era o pai deles, naquele plano era como se uma coisa não dependesse da outra para existir, ou seja, eu não precisava de um esperma para conseguir reproduzir uma vida, fisiologicamente falando.

Meu cérebro despertou logo depois disso, demorei a abrir os olhos, não queria sair da energia daquela experiência. E o mais curioso de tudo, é que enquanto eu estava lá, vivenciando tudo aquilo, as viagens e as aventuras dimensionais, sentia como se eu já tivesse estado ali antes.

Foi tudo muito nítido e rico em detalhes visuais, tão extraordinário, que não consigo acreditar que foi apenas um sonho, aleatório e sem significado. Acordei muito reflexiva sobre a vida. Alguém aí também acredita que possa existir outras possibilidades de existência? É muita prepotência achar que só existe a nossa. Da mesma maneira que uma formiga não consegue enxergar a grandiosidade do que é um humano, por ser tão pequena e fisicamente limitada, penso que talvez existam outras formas de vida superiores a nossa, que não conseguimos enxergar com as ferramentas que temos.

Mais alguém aí já se pegou pensando sobre isso e chegou a esta mesma inexplicável conclusão?

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Cuidado Ao Abordar Uma GP

Mala

Sejam muito bem-vindos ao quadro mais informativo do blog! Felizmente (ou não, já que é divertido para quem tá lendo rs) cada vez menos esse menu ganha uma atualização (a última foi em abril do ano passado), mas, quando tem, é entretenimento na certa! 😁

Vamos ao cara da vez! Lhe apelidei carinhosamente de:

O Velho Rico

Determinada noite, estava eu num date com um cliente, no restaurante do hotel que ele estava hospedado. Se tratava de um cliente antigo, só saímos uma vez no passado. Ele não é de São Paulo, estava aqui para um curso e aproveitou para reviver essa experiência comigo.❣️

Enquanto bebericávamos o vinho, de repente passou um cara bem mais velho (chuto aí uns 70 anos, ou mais, bonitão, alto, magro, estilo Roberto Justos), e no momento em que esse homem passou, sem o menor pudor, virou para me olhar de frente e ficou me encarando desde então, enquanto andava para a sua mesa, quase que andando de costas, só para continuar me olhando. No mesmo minuto reparei que ele estava me paquerando, não tinha como não perceber, foi ótimo para o ego, mas muito indiscreto. Ele passou com mais três amigos e, poucos minutos depois, trocou de mesa, sentando em uma que ficava exatamente no meu campo de visão.

Em determinado momento fui ao banheiro e, surpreendentemente, ele veio atrás de mim! Quando abri a porta para voltar a mesa, ele estava me esperando do lado de fora, disfarçadamente, fingindo mexer numa máquina de café.

– Me dá o seu telefone? – Ele pediu. Acabei passando o meu número de trabalho, obviamente. Após conseguir o que queria, se despediu: – Meu nome é *****, você é maravilhosa! – Me deu um beijo no rosto e voltou para a sua mesa.

Mais tarde, na mesma noite, após eu voltar para casa, quando vi sua mensagem, já fui direto ao ponto e disse que lhe enviaria as informações para que pudéssemos nos encontrar. 

– Oiiii Sara. Faça isso sim!

Após eu enviar, ele disse que viajaria no dia seguinte cedo e que me chamaria assim que voltasse. 

– Aguardarei sua mensagem. 🥰  – Respondi toda fofa.

– Com certeza!!! Você é uma pintura! 🥰👏🏻👏🏻👏🏻

Após voltar de viagem, ele cumpriu o que falou e me contatou:

– Vamos marcar para amanhã à noite? Vem jantar comigo? 

– Claro, qual duração gostaria? 🙂

Daí ele mandou um áudio:

– Você é uma querida linda, eu, por mim, ficaria a vida inteira com você. Eu quero te convidar, vamos sair pra jantar num restaurante legal pelo Itaim, no Nino? Jantar e depois a gente vem aqui pra casa, não vai demorar não, sei lá eu, 1h30. Quero te conhecer pessoalmente, você é uma querida linda, pode ser?

Pela minha experiência e pelo teor das suas palavras, me pareceu muito que ele queria me levar para jantar sem que esse tempo fosse contabilizado. 

– Com jantar, 1h30 acho um pouco apertado, aquele dia, por exemplo, combinei com ele 3h para podermos fazer tudo sem pressa. 

Daí ele fez uma contraproposta:

– 2h e você viria jantar aqui no restaurante que te conheci! Não é por nada não, mas depois vou em meu clube jogar poker!!! Tudo bem?

De repente ele tinha um compromisso depois? Rs. Tava na cara que não quis pagar por todo esse tempo comigo. 

– Claro, como preferir. Que horário exatamente?

– 9h?

– Para jantar acho melhor 20h, não? Nos organizamos para ficar 1h no restaurante e depois 1h no quarto. Você mora ao lado do hotel?

– Sim, moro aqui em cima do restaurante.

– Ok, 20h?

– Ok. Deixa eu te falar uma coisa! Quando chegar, antes do jantar te faço o pix. 

– Até amanhã então! 🥰

– Acho que você ouve elogios todos os dias! Mas você é realmente deslumbrante!!! Meus olhos não erram!!! É do sul?

– Sim.

– Santa Catarina? Porto Alegre?

– Paraná. 

– Nossa nem sei o que dizer!!! Uma pintura! 👏🏻👏🏻👏🏻🥰 Boa noite.

Na noite seguinte fui encontrá-lo. 

Quando cheguei, ele já me esperava do lado de fora do restaurante. Perguntou se ele precisava acertar a minha corrida do Uber, respondi que não, que tava tudo certo e então pegou no meu braço para entrarmos no restaurante. Quando digo que pegou no meu braço, é literalmente isso que quero dizer, segurou em mim, como se quisesse me puxar para andar com ele, achei um pouco estranho, mas deduzi que fosse sua falta de jeito mesmo. 

Enquanto nos encaminhávamos para a mesa, ele parou no meio do caminho, como se quisesse me falar algo muito importante que não pudesse esperar chegarmos na mesa.

– Você é linda, maravilhosa! Meus olhos não erram! Não é mesmo? 

Eu já tinha sacado o quanto ele tinha me adorado, mas aquilo achei exagero, qual a necessidade de me interromper no meio do trajeto para continuar me elogiando? Kkkk. Na mesa não foi diferente. Sempre se debulhando em elogios, como se quisesse me deixar sem graça, ao ponto de eu aceitar qualquer coisa que ele propusesse. 

Lembra que ele disse que me faria o pix antes de pedir o jantar? Pois então, voltou no assunto, dizia que ia me pagar a todo momento – sendo que eu nem estava cobrando – , mas não fazia de imediato. Eu, que nem estava preocupada com o pagamento, comecei a ficar, diante de tanta enrolação. Era como se ele quisesse me ouvir dizer: “Imagina querido, mais tarde você me acerta”, como se na cabeça dele, eu gostando muito do encontro, acabaria deixando por conta da casa. Eu só sorria e concordava, até que, finalmente, após tanta cena, ele fez. 

Geralmente, quando janto com um cliente que está muito empolgado comigo, o cara faz perguntas sobre mim e a minha vida, no intuito de me conhecer mais, esse não, só sabia elogiar, uma falta de assunto tremenda, daí eu que lhe fazia algumas perguntas, a fim de conduzir para uma conversa mais sólida. 

– Qual seu signo? – Perguntei em algum momento.

– Você não vai acreditar, mas meu aniversário é amanhã!! Verdade, vou até te mostrar meu documento.

– Sério? Olha só! Quero ver. 

Daí ele pegou seu RG e ficou demorando para me entregar, quase tomei da mão dele.

– Me dá logo, rs. 

– Calma, deixa eu tampar o ano que eu nasci. 

Kkkkkkk.

Realmente seu aniversário era no dia seguinte, revelando ser do signo de gêmeos. 

– E aí, o que vai fazer de bom no seu aniversário? – Perguntei. 

– Vou amanhã no Iguatemi comprar um presente pra você!! – Visivelmente querendo me impressionar. 

– Pra mim? Mas o aniversário é seu!

– Mas meu presente é você! – clichezão rs.

Daí começou com uns papos muito amorosos, até me apelidou de “Habib”, dizendo que eu seria o amor da vida dele. 

– O que você precisar, Habib, pode contar comigo! 190 é o número da polícia, o resto sou eu!

Perguntei o que ele fazia da vida, disse que tinha uns comércios na Santa Efigênia. Depois chegou um amigo dele (um daqueles que estavam no jantar do outro dia), se sentou a mesa conosco e jantamos todos juntos. Achei um pouco estranho que uma terceira pessoa participasse, mas agi normalmente, parecia que ele queria me inserir no seu universo. O amigo dele foi simpático e respeitoso, descobri até que trabalhava no tribunal da justiça. 

Depois subimos, só nós dois, para o seu apartamento, que era um flat, dentro do hotel. Ele parecia ter a maior pinta de rico, mas achei um pouco estranho que morasse num flat, que apesar de bonito, era pequeno, dentro de um hotel. A intimidade desenrolou normalmente, mas não vou me ater a esses detalhes, visto que tenho muito ainda para contar e o sexo foi o menos importante. 

No pós sexo, deitados na cama, continuamos conversando e aí ele compartilhou que dia 18 iria num casamento. 

– Eu até te convidaria para ir, mas acho que você não ia querer…

– Ué, podemos combinar. 

– Combinar o que? Grana?

Obviamente. 

– Sim. 

Daí ele pareceu um pouco incomodado, como se eu devesse aceitar ir de graça, só pela companhia dele. Fiquei empolgada com a possibilidade de receber para acompanhá-lo num evento e até comentei que já tinha um vestido de festa lindo que poderia usar.

Depois fui no banheiro, ele também, e quando retornou, se espantou que eu já tivesse vestida. Ofereceu de me dar carona até em casa, o que acabei aceitando, pois economizaria com o Uber. Não sou muito expert com carros, mas o dele parecia ser um Jeep Renegade. 

Dois dias depois me convidou para irmos no Iguatemi comprar meu presente. Acabei aceitando, era um dia que eu estava mais tranquila, pensei: “Por que não?”. Ele me buscou em casa, mas me engabelou no caminho, fazendo duas longas paradas antes. Primeiro parou no 78º DP da polícia, mas nem desceu do carro, uma pessoa lá de dentro veio conversar com ele, parecia que ele tentava resolver uma questão sobre um Porsche e no final ainda disse para o cara: 

– Tá vendo essa mulher bonita aqui? Minha futura noiva! O que ela precisar, vai falar com você! Ok?

Fiquei super sem graça, o outro rapaz deu um sorriso extremamente servil, concordando. Qual a necessidade disso, gente? O Velho Rico até me fez pegar o contato do tal oficial, para deixar salvo na minha agenda. 

Você pode estar pensando: “Poxa, bacana Sara, o cara é cheio dos contatos e tá te incluindo nas coisas”, bacana seria se eu realmente fosse alguém que estivesse se envolvendo com ele, o que não era o caso, eu não era a futura noiva de ninguém, e não me sentia confortável com aquela situação forçada. 

No trajeto até a próxima parada fomos em silêncio, até que ele perguntou:

– Você está tensa? Tô te achando meio tensa.

Eu não estava tensa, apenas não rolava nenhum assunto no carro, então fiquei quieta na minha. 

A próxima parada foi na Offner, ele tinha marcado um rápido café com um outro homem, para tratar sobre o assunto do Porsche também, daí, ao chegarmos lá, ele encontrou, por acaso, outro conhecido, que estava tendo uma reunião de negócios com duas mulheres. Fui apresentada a todos e nos sentamos ao lado. O Velho Rico queria ficar trocando selinhos comigo em público, o que me incomodou bastante, não estávamos num encontro propriamente dito e ainda que estivéssemos, não troco carícias em público, vai que eu encontrasse alguém conhecido? 

Em determinado momento comecei a papear com uma das mulheres, o povo já estava falando até de fazer viagens, e daí ela pediu meu Instagram. Fiquei super constrangida na hora, sem saber como escapar, não passaria o meu pessoal (ele já tinha me apresentado como Sara) e não queria passar o meu de trabalho, para que ela não visse que eu era acompanhante. Dei umas gaguejadas e então passei o meu de trabalho mesmo, lembrei que é trancado e simplesmente não a aceitaria depois. 

Enfim, ele finalizou a reuniãozinha com o outro homem e então seguimos para o Iguatemi. Achei péssimo o cara querer pagar de namoradinho do meu lado, sendo que eu nem estava recebendo por isso. 😒 Ele ainda queria andar de mãos dadas pelo shopping. Recusei, dizendo que poderia acabar encontrando algum conhecido e ele ficou visivelmente incomodado, como se eu tivesse o ofendido. Quem devia se sentir ofendida era eu, nada daquilo foi combinado. 

Após darmos uma pequena explorada pelo shopping, me conduziu para a Arezzo (nem para ser uma Louboutin 👠). Me comprou uma linda bota de R$ 500 e então quis fazer uma outra parada, dentro do shopping mesmo, na casa Lotérica, para conferir alguns jogos que ele tinha feito e fazer mais alguns. 

Depois disse estar começando a ficar com falta de ar, retornamos ao endereço da Offner e lá me colocou dentro de um táxi para que eu fosse embora. Disse que não me levaria em casa por conta do trânsito que pegaria, enquanto um táxi poderia ir pelo corredor de ônibus. Achei ótimo. Todo esse tempo juntos totalizou 2h. 

No dia seguinte ele me mandou mensagem, me convidando para jantar. Percebi se tratar de um convite não remunerado e recusei. Vira e mexe ele me fazia convites assim, não aceitei nenhum e me vi diante da necessidade de conversar com ele sobre. Afinal, não é porque estava me convidando só para comer que eu não deveria cobrar por isso, não estou passando fome para um jantar, num restaurante chique, ser o bastante para me deixar feliz, eu sou uma acompanhante, oras, a pessoa que quer a minha companhia precisa pagar o meu cachê para isso. Me sugeriram sair para jantar com ele uma única vez, para conversar pessoalmente sobre essa questão, mas me deu muita preguiça, queria tratar pelo WhatsApp mesmo e fiquei postergando.

Quando voltei de viagem da Itália, ele me mandou mensagem, perguntando se eu já tinha voltado. Levei um dia para respondê-lo, pois estava ocupada organizando minhas coisas pós viagem e como já sabia o que ele queria, deixei para responder quando eu tivesse disposta a conversar sobre o assunto. Daí, não satisfeito com a minha demora em lhe dar a devida atenção, ele teve a audácia de me enviar uma mensagem no meu número pessoal!! Como ele conseguiu? Não sei te dizer. 

O bloqueei sem dizer uma palavra e no outro dia, o respondi pelo meu número profissional:

– Oi, voltei sim. Vi sua mensagem no meu número pessoal e achei bastante invasivo. Eu não te passei nenhuma forma de contato, além desse número que estamos falando.

– Desculpe, não acontecerá novamente! Nunca mais receberá qualquer msg ou tel naquele n⁰. 

Óbvio que não, pois já te bloqueei. Pensei comigo. 

– E se precisar de algo, estarei aqui! – Ele finalizou, querendo deixar a conversa leve, mas nem respondi.

Três dias depois me contatou novamente. 

– Oiiii boa tarde. Tudo bem? Me chama quando puder! Saudades! 

– Oie, boa noite. Tudo bem e com você?

– Sim, tudo bem e com você? – Eu já não tinha respondido que estava bem? 🙄

– Tudo bem. 

– Blz. Foi bem de viagem?

– Qual delas? Estou em Bogotá agora. 

– Nossa, não imaginei! Volta quando?

– Amanhã. 

– Vai comigo no casamento sábado? 

Olha aí o assunto do casamento voltando! 👀

– Precisamos combinar ref a isso. Acompanhamento para eventos, preciso saber o horário de partida e horário de retorno, com isso consigo te passar o valor desse serviço. E se você busca apenas a companhia ou com sexo incluído.

– Sei lá! Sua cia é agradável e muito!!! Estou entrando no avião! Voltando do Rio! Falamos amanhã? – Reparem como ele fugiu do assunto. 

– Falamos quando quiser, só mandar as informações por aqui, quanto antes melhor para eu me planejar também.

– Ok. Excelente noite. Bjo. 

– 😘 

Ele chamou no dia seguinte? Não. Como eu já tinha percebido, era só falar de valores que ele recuava. Dois dias depois te mandei um “?”, respondendo da mensagem que ele falava “falamos amanhã?”.

– Oi, boa noite. Estou na estrada chegando em São Paulo. Fui até a praia na casa do meu irmão. Te chamo mais tarde! Pode ser?

Ele chamou mais tarde? Também não. Cogitei deixar pra lá, estava nítido o que ele queria e claramente não era o mesmo que eu, contudo, decidi fazer uma última tentativa, pois queria reverter para que se tornasse um cliente pagante.

– Oie, bom dia! Poxa que contraditório o seu interesse em querer que eu te acompanhe no casamento. Demonstrou a maior empolgação inicialmente, no entanto, foi eu trazer a questão financeira, que de repente começou a fugir do assunto. 🤔 É importante lembrar que nos conhecemos dessa maneira Fulano, nesse contexto, trabalho com isso e dependo disso. Um homem que gostou tanto de me conhecer, como você enfatizou várias vezes, não se incomodaria com as minhas condições, desde que pudesse ter a minha companhia, sem preocupações, em troca.

Daí ele mandou áudio:

– Oi, não é justo você me dar uma dura dessa, eu estava com uns pepinos aí, por isso não te liguei. Eu quero que você vá comigo sim! Eu vou te ligar a tarde, a gente conversa, ou toma um café, não pensa que eu vou fugir de qualquer compromisso, não sou homem disso. Tua companhia eu gostei realmente, não precisa me dar essa dura, não tô acostumado a tomar dura de ninguém, só de Deus. A tarde te chamo.

“Não tô acostumado a tomar dura de ninguém”, mimado ele. 

– Imagina, não dei nenhuma dura, estou apenas esclarecendo que meu trabalho envolve o ‘meu tempo’ e não necessariamente o sexo em si. Ser acompanhante é acompanhar a pessoa no que ela quiser fazer na minha presença, seja uma noite de sexo, uma viagem, um jantar ou até mesmo um café. – Já trazendo aqui a questão dos convites para jantar ou café, que não é do meu interesse fazer sem ser remunerado. 

Enfim, combinamos um horário e ele me ligou, ainda que eu não seja adepta a atender ligações. 

Ele disse que sairíamos de São Paulo umas 17h no sábado, que a festa de casamento seria às 19h, em Americana, e que voltaríamos, mais ou menos, umas 4h da manhã. Sugeri então que combinássemos o período de um pernoite, que abrangeria 12h juntos. 

Novamente percebi seu incômodo por eu tratar as coisas de maneira tão profissional, mas segui adiante e falei o valor. Após eu falar (ainda concedi um desconto de R$ 500 por não ter a parte sexual envolvida), ele ficou um segundo em silêncio, até que recuou, dizendo não estar confortável com a situação. 

Eu teria que estar confortável em acompanhá-lo de graça, mas ele não estava confortável de pagar pela minha companhia, ridículo, né?!

Ele disse que se um dia eu precisasse de ajuda, me adiantaria ou emprestaria o valor que eu estava pedindo no pernoite (e a parte do “o que você precisar pode contar comigo”? A ajuda dele então seria me emprestar dinheiro? Rs. Que eu saiba ajuda deveria se enquadrar como doação, ainda mais vindo de uma pessoa na posição dele), querendo me mostrar que a questão não era o montante financeiro, mas que não se sentia confortável em ter que pagar para estar comigo. 

Achei todo aquele papo patético. O cara me conheceu assim e queria forçar um sentimento que só vinha do lado dele. Ou ele esperava que eu me portasse como muitas novinhas interesseiras, que ficam adulando o cara, na expectativa do que ele pode vir a oferecer um dia. 

Eu não funciono dessa maneira. Já tive um sugar daddy no passado e detestei a experiência. Sou muito independente para isso. Prefiro muito mais que as coisas sejam claramente combinadas, nem mais, nem menos. Ele paga e eu entrego. Sem cobranças afetivas, sem encheção de saco, sem melodrama e carência. 

– Semana que vem eu te ligo para jantarmos e saímos naqueles termos. Você é uma querida, gosto muito de você.

– Tá bom Fulano, boa noite. – Eu só queria finalizar logo a ligação e parar de ouvir ele falando. Me subiu o sangue aquele papo furado.

Assim que finalmente desliguei, gritei de raiva, xingando ele a distância. Que Velho abusado! Queria pagar de namoradinho do meu lado, publicamente, numa festa chique de casamento, sem ter que desembolsar nenhum centavo por isso! É muita prepotência achar que eu, linda, jovem e bela, me sujeitaria sem qualquer contrapartida! Deve se achar muito o Rei da cocada preta. 

Francamente, viu. 😒

Amizade Tóxica

Querido diário,

Hoje mergulharei em uma reflexão sobre um tema delicado: amizade tóxica. Todos nós, em algum momento de nossas vidas, nos deparamos com relações que, apesar de antigas e aparentemente sólidas, revelam-se prejudiciais e desgastantes.

Minha jornada com uma amizade de longa data me proporcionou uma visão mais profunda nesse âmbito, me levando a questionar o verdadeiro sentido desse relacionamento.

De antemão, lhe aviso que esse post está bastante longo (10 páginas do word), então, sinta-se a vontade para ler um pouco por dia. Decidi trazer todas as situações complexas que vivenciei nessa amizade, para refletirmos juntos e quem sabe te desperto insisghts sobre determinada amizade da sua vida também?

DESDE A ÉPOCA DA ESCOLA

A minha amizade mais antiga é com uma pessoa que conheço desde a época da escola. Nos aproximamos por razões contraditórias, ele queria recuperar algumas coisas que foram dele e que estavam em minha posse – mais precisamente pôsteres e revistas da Avril Lavigne – daí se aproximou por puro interesse, mas viu que eu era uma pessoa muito legal e acabamos nos tornando amigos, ainda mais pelos gostos em comum, visto que éramos fãs da mesma artista. 

A nossa primeira briga ocorreu certa vez que ele estava me devendo dinheiro, apenas R$ 5, mas naquela época essa quantia tinha outro valor e para um adolescente que não trabalha e não tem mesada, qualquer quantia é muito. 

Ele não me pagou no dia que tinha prometido, o período foi se estendendo, até que tive uma urgência, usaria o dinheiro para vacinar a minha cachorra – época incrível em que uma vacina custava só R$ 5 – e fui cobrá-lo sem mais tanta gentileza. Percebendo que ele só me enrolaria e nunca pagaria, estruturei um plano maquiavélico para fazer com que me pagasse. 

Fui até a casa dele num dia e horário que eu sabia que ele não estaria e coloquei meu lado atriz em ação, fazendo com que sua mãe me deixasse entrar no seu quarto para pegar algo que eu sabia que ele ficaria puto para que eu devolvesse. Funcionou como eu planejara, no mesmo dia ele apareceu na minha casa, furioso, querendo tal objeto de volta (se tratava de uma pasta catálogo com várias papéis de artistas da música e cinema, que ele colecionava).

– Devolve a minha pasta! 😡

– Paga os meus R$ 5! 🫴🏻

Ele pagou, na maior má vontade, ainda teve o descaramento de ficar segurando a nota para que eu puxasse e rasgasse. Ficamos meses sem nos falar depois disso, até que um dia ele me procurou com uma carta de 5 páginas, dizendo o quanto sentia falta da minha amizade, que eu era importante na vida dele e pediu desculpas. Achei o gesto super fofo e voltamos a nos falar imediatamente. 

ME METENDO EM FURADA

Anos mais tarde, quando éramos mais velhos e já estávamos trabalhando (inclusive no mesmo primeiro emprego, eu comecei antes e arrumei pra ele), me meteu numa grande enrascada.

Ele estava indo para a minha casa e no meio do caminho presenciou o atropelamento de um cachorro. Ficou desesperado, me ligou chorando, pedindo que eu fosse encontrá-lo. Chegando lá, fiquei tão aflita quanto ele e providenciamos o socorro para o animalzinho. 

Na clínica veterinária, o custo para operar o dog (precisaria amputar sua pata) ficaria em R$ 2.500. Não tínhamos essa quantia e acabei enfiando o meu namorado na história, pedindo que passasse no seu cartão de crédito, que, obviamente, não gostou nada, e fez muito a contragosto, com a condição de eu me comprometer a pagar todas as parcelas pontualmente, inclusive assumindo o risco, caso o meu amigo não pagasse a parte dele.

Depois que operaram o cachorro, descobriram que não bastaria somente uma cirurgia, teriam que fazer outra, por mais uma pequena fortuna. Nesse momento, o meu amigo, vou nomeá-lo Renato, lavou as mãos, tentando me convencer que a melhor alternativa era dar eutanásia no cachorro. Eu sou muito mole para essas coisas e para mim era inconcebível ter que sacrificar o bichinho. Não podia mais contar com a ajuda do meu namorado e não tinha dinheiro para outra cirurgia. Foi uma situação bem difícil.

Voltei para casa arrasada, chorei muito e fiquei pesquisando alguma solução na internet. Consegui apoio de alguns amigos e descobri que existia o hospital público veterinário em São Paulo (na época eu morava em Guarulhos). Acabei levando o cachorro debilitado para a minha casa. Ainda vivia com a minha mãe, que não gostou nadinha de eu levar um cachorro de rua, todo arrebentado, sem consultá-la. Enfim, não vou me prolongar nesse episódio da minha vida, tudo isso pra contar da enrascada que esse meu amigo me meteu e depois me abandonou com a bucha sozinha. 

PREJUDICADA POR TERCEIROS

Anos mais tarde, agora morando sozinha e já trabalhando como acompanhante, mais uma vez vejo minha vida ser prejudicada por conta dele. Renato começou a namorar um cara perturbado, extremamente tóxico, que começou a me atacar, no intuito de me afastar, devido a sua possessividade. Ele me expôs na minha faculdade, revelando aos coordenadores do meu curso de jornalismo, que eu fazia programa. Foi uma situação bem estranha, acho que já comentei aqui no blog. 

Eu tinha tirado uma foto bem sexy no banheiro da universidade (sozinha, obviamente), e postei no Twitter com a seguinte legenda: “Aquela brincadinha antes da aula

Na semana seguinte fui chamada para conversar na coordenação. Disseram que tinha chegado para eles de uma “colega de sala” minha, que fui flagrada tirando fotos inapropriadas no banheiro e que ao me pedir que parasse, eu fui agressiva. Que era para eles tomarem uma providência, senão a tal colega iria na polícia. 

– Essa situação não aconteceu. – Falei com firmeza, diante de tamanho constrangimento. – Se fosse pra eu tirar uma foto nua no banheiro, concordam que eu não tiraria com outra pessoa dentro?!

Não menti, mas também não neguei. 

– Entendo. Você sabe de alguém que esteja querendo te prejudicar?

– Sei, e não é da faculdade. 

– Bom, então só toma cuidado. 

Ainda me deram carona para o campus que eu teria aula naquele dia. Uns fofos. Anos mais tarde, quando fiz o meu TCC, um livro reportagem sobre “O Preconceito Com a Prostituição” (que, vale ressaltar, tirei a nota máxima), fiz questão de convidar essa mesma professora para fazer parte da minha banca. 😌

O Renato me pediu ajuda para sair da casa desse tal namorado tóxico (já estavam morando juntos), eu ajudei, fui atrás de carro para transportar suas coisas, lhe arrumei dinheiro para algumas despesas, fiz todo um movimento, para dois dias depois ele voltar para os braços do namorado, mesmo ele tendo ferrado com a sua amiga. 😒 Sério, me senti uma grande palhaça. Nos afastamos por anos, não estava mais disposta a comprar essa briga. 

Quando enfim se separaram e o tal namorado precisou ser internado, nos reaproximamos.

Zero Ponta Firme

Na vida adulta, novamente ele sempre pisando na bola. Desde que saí da casa da minha mãe, já me mudei duas vezes e na última mudança pedi encarecidamente pela sua ajuda. Eu estava exausta e precisava muito de alguém para me ajudar a arrumar as coisas. Ele disse:

– Tá bom amiga, só vou colocar ração pros gatos e tô indo. 

Ele sumiu. Só foi dar sinal de vida no dia seguinte. Disse que tinha dormido. Aquilo me chateou muito, pois, de todos os meus amigos, ele era o mais íntimo, a última pessoa que poderia me deixar na mão daquele jeito.

Zero Confiança ou Credibilidade

Começamos a ter brigas mais sérias quando passou a envolver dinheiro. Me pedia emprestado e nunca me pagava. Por mais que eu já fosse acompanhante e tivesse mais condições do que ele, isso não lhe dava o direito de abusar da minha bondade. E ele é o pior tipo de devedor que existe, aquele que deve e ainda fica irritado de ser cobrado.

Chegamos num ponto em que eu tive que por um fim naquilo e deixar claro que nunca mais lhe emprestaria nenhum centavo, ainda perdoei a última dívida, percebendo que ele nunca me pagaria, a fim de evitar mais briga.

Uma pessoa que eu não podia contar quando eu precisava, não me agregava em nada e só me sugava. Ele sempre estava na merda, precisando de ajuda, era exaustivo demais ser sua amiga. Qualquer relação saudável precisa ter uma troca, e eu não tinha nenhuma contrapartida.

Decidi me afastar pois cheguei no meu limite. Aos olhos dele eu estava sendo uma péssima amiga, por virar as costas quando ele mais precisava, mas quantas e quantas vezes eu não estive lá e não fui reconhecida?

Anos se passaram e novamente nos reaproximamos. Ele agora estava numa fase melhor, finalmente empregado, engrenando e crescendo. 

Amizade, Não Significa Liberdade

Em novembro do ano passado fomos no show da Taylor Swift, pista premium, ingresso caríssimo, ganhei de presente, duas entradas, de um cliente e chamei o Renato para ir comigo, pois não conhecia mais ninguém que fosse tão fã da Taylor (como eu) quanto ele. Voltamos com uma energia tão boa do show, que perdurou por semanas. Viemos para a minha casa e não deixei que ele fosse embora, fui lhe dando abertura para que continuasse e estava mesmo agradável a sua companhia em tempo integral ao longo dos dias. Eu saía e voltava para casa e o encontrava trabalhando no seu home office, quando terminava conversávamos e assistíamos alguma coisa juntos. 

Quase dando um mês, bateu a vontade de ter a minha privacidade de volta e, gentilmente, pedi que ele fosse embora. Aceitou numa boa, o que foi mesmo ótimo. Nossa relação permanecia satisfatória. 

Numa noite que eu estava quase indo embora de um rolê, com uma amiga, o Renato me ligou e propôs de esticarmos a baguncinha na minha casa. Achei a ideia interessante, ele providenciaria umas bebidinhas e traria mais uma pessoa com ele, alguém que eu conhecia só de nome, pelas coisas que ele me contava. 

As coisas entre nós voltaram a azedar a partir desse dia. Ele chegou na minha casa com duas pessoas estranhas, uma eu já tinha autorizado e a outra foi alguém que ele conheceu poucas horas antes, no rolê que ele estava antes de emendar na minha casa. Achei aquilo uma puta falta de respeito, em nenhum momento me perguntou ou avisou que estaria levando mais alguém que eu não conhecia. Não era uma festa aberta, era uma coisa mais íntima para quatro pessoas, fui surpreendida com alguém estranho dentro da minha casa e tive que agir normalmente, para não ser indelicada. 

Continuando as decepções da noite, de repente tive a ideia de abrir uma garrafa de vinho, que eu tinha ganhado de um cliente e estava guardando para um momento especial. Quando peguei a garrafa, adivinhem? Ela estava vazia! 

– Eu não estou acreditando que você bebeu a garrafa do meu vinho, que eu ganhei de presente, não me pediu, não me avisou e ainda guardou de volta vazia!!!

Gente, fala se não é MUITA FOLGA?! 😒

– Ai bebi, tava um dia aqui sozinho e fiquei com vontade. Depois te compro outra. 

“Depois te compro outra”, isso vindo do maior caloteiro de todos!

Para não ser deselegante com os convidados, engoli a minha raiva, pois ninguém ali sabia do meu histórico de decepções para entender o grande chilique que eu queria dar. Inclusive, aquela noite eu entendi como é péssimo dar festinha em casa. Teve um momento que eu queria que todo mundo fosse embora para eu ficar em paz, no silêncio, mas como eu era a única com a bateria fraca, fiquei sem graça de ser a estraga prazeres. Simplesmente abandonei todos na sala e fui dormir, tentei pelo menos, sendo impossível um digno descanso, com todo aquele barulho. 

Mais alguns dias se passaram e determinada noite, o Renato me mandou uma mensagem, falando sobre nos encontrarmos para assistir uma série. Eu estava me arrumando para ir num pernoite, falei que ia atender e voltaria só no dia seguinte. 

No outro dia, quando cheguei na minha casa, flagrei o Renato dormindo no meu sofá. Não me avisou que iria, não me perguntou se podia, simplesmente apareceu, como se a casa fosse dele. Respirei fundo e pensei: “não vou me estressar”, eu tinha combinado de passar o dia na minha mãe e não quis deixar essa energia influenciar o meu dia. Peguei o que precisava e saí de novo, com ele dizendo seus motivos, que só ia dormir mais um pouco e então partiria. 

Naquele mesmo dia, quando voltei da casa da minha mãe e me deparei com algumas coisas fora dos conformes na minha casa, cheguei no meu limite e decidi lavar toda a roupa suja! 😡

– Amigo, vou te falar, de coração, atitudes suas que estão me incomodando e em nome da nossa amizade, peço que você dê muita importância para isso. O fato de você ter acesso ao meu prédio e ao meu apartamento, não te dá o direito de fazer o que bem entender aqui. Eu não engoli até hoje você ter tomado o vinho que eu ganhei de presente, que eu estava guardando para uma data especial, sem me perguntar se podia, como se fosse seu!! E ainda ter a cara de pau de guardar a garrafa vazia de volta, como se nada tivesse acontecido!! Além de você não ter me pedido, você sequer teve a decência de me comunicar depois que tinha tomado, fazendo com que eu descobrisse ali na hora, naquele dia com visita aqui em casa. Você acha isso bacana?! Falando em visita, no dia da baguncinha, você apareceu aqui com uma terceira pessoa que eu não conhecia e não estava esperando. Fui pega completamente de surpresa. Em nenhum momento você me perguntou se podia trazer mais gente ou sequer avisar que tinha mais uma pessoa com vocês e que ficaria chato não chamar. Você tem que ter bom senso quando estiver lidando com coisas que não são suas, Renato! Não é a sua casa pra você trazer quem você bem entender. Essa madrugada, você se aproveitou que eu não estaria aqui, pois sabia que eu estava no pernoite, pra vir, sem me perguntar se podia, ou sequer me avisar que viria. Não falei nada na hora pra evitar a fadiga, mas, novamente, aqui é a minha casa, não a sua, exijo o mínimo de respeito! Você foi embora e deixou o meu ventilador ligado gastando energia, sendo que quando você chegou estava tudo desligado. Ainda deixou meu envidraçamento aberto, sendo que não estava daquele jeito quando você chegou. Por fim, o meu enxaguante bocal de tratamento para a gengiva, que estava cheio, agora está vazio, pq não sei que diabos você fez pra acabar com ele. Eu sei de tudo que tenho aqui, tudo que tenho é fruto do meu suor! Estou muito decepcionada e de saco cheio das suas atitudes. Falta de senso e de respeito. Pra amenizar um pouco do sentimento ruim que estou sentindo em relação a você nesse momento, quero que me reembolse a garrafa de vinho que você tomou sozinho e o enxaguante bocal que estava cheio. Meu pix: ******* Assim que fizer já me manda o comprovante.

Nem era nem pelo valor, mas pela falta de respeito mesmo!

– Sobre ter ido no seu prédio, já falei que fui pois eram 3h da manhã e não estava achando Uber pra voltar pra casa, como estava próximo fui pra dormir em seguida acordando iria embora! Pois como sabe o perigo que está São Paulo, eu achei melhor ir aí dormir ao invés de voltar a pra casa a pé. O seu enxaguante não me recordo de estar cheio, mas como você diz que estava, eu te reembolso o valor e você compra outro, assim como farei com o vinho, sem problema. Combinado 🤝 Assim que eu te fizer o Pix te aviso.

Se passou 1h e nada. 

– E então?!

– Não mandei ainda, falei acima que “assim que eu fizer eu aviso”. Vou te mandar assim que eu receber meu segundo pagamento, isso daqui pra semana que vem, creio que não tem problema. Ou tem algum problema? Muito estranho isso desse enxaguante pois do jeito q você fala dá impressão que joguei fora o que tinha dentro, ou que estava cheio e eu usei muito até ficar vazio, não entendi nada kkk.

– Quem não entendeu nada fui eu. Muito estranho digo eu. De todo o texto que te mandei, em nenhum momento você teve a humildade e decência de se desculpar por todas as suas mancadas que apontei. Agora ainda insinua que eu que acabei com meu enxaguante e não você. Olha pro contexto como um todo. Coloca a mão na consciência.

– Como disse não usei, tipo coloquei nada na boca, não entendo como está vazio ou se já estava e você não se deu conta. De qualquer forma desculpe. E tenha um feliz natal. Ótimo domingo. 

Falta de Amadurecimento

Quatro meses depois, chegando na situação atual, outro desentendimento.

Ele me contou uma situação ridícula em que não conseguiu embarcar num ônibus de viagem, por não estar com o documento original. O fato é que há anos ele possui apenas a xerox, em péssimo estado. Nunca mais se preocupou em providenciar um RG novo. Ele veio me contar a situação, se colocando como a vítima da história, recriminando o motorista e em nenhum momento reconhecendo a sua culpa no ocorrido. 

– É amigo, acho que é um sinal pra você tirar um novo documento. 

Ao invés da pessoa concordar, reconhecer o seu desleixo, ficou se justificando, com uma soberba de ser muito ocupado e não ter tempo para ir no poupa tempo, sendo que estávamos falando de algo que deveria ser tratado como prioridade. Percebendo que os meus conselhos estavam sendo completamente ignorados, decidi poupar minha saliva e deixei ele falando sozinho. 

Poucos dias depois ele voltou nesse assunto, dizendo que, diante da humilhação de não ter conseguido embarcar por o motorista não querer liberar a sua viagem, decidiu que ia comprar um carro (como se ele tivesse condições para tal), pois assim não seria mais impedido de ir e vir. Eu só respondi isso:

– Eu acho que antes de pensar em comprar um carro você precisa tirar um novo documento. Até porquê, para comprar o carro você precisa de documento, se for parado numa blitz, também precisará de documento. 

Fiquei indignada com aquilo. A pessoa estava errada, continuava culpando o motorista e falava de comprar um carro, quando até pouco tempo atrás mal tinha dinheiro na conta. Não me aguentei e gravei um story desabafando sobre aquela situação no meu Instagram pessoal. Não falei quem era a pessoa e ocultei ele para que não visse. 

Passaram-se dias, até que, de alguma forma, esses stories chegaram ao seu conhecimento. Uma bela tarde, quando estávamos combinando dele ir me assistir no espetáculo que eu atuaria, do nada ele disse: 

– Não vou ir te assistir, você não merece, sabe o que você faz? Vai lá no seu story e posta, faz um desabafo para os seus amigos e me oculta igual você fez. Fazendo story falando sobre mim e zombando sobre meus sonhos, péssimo. Não vou, não tenho interesse, passar bem.

Respondi:

– Primeiro, não falei que era você, ngm sabe quem é a pessoa. Segundo, não zombei dos seus sonhos, se alguém fez fofoca pra você, então pede pra passar a informação direito, falei sobre um amigo que não tinha maturidade de reconhecer que as coisas ruins que acontece com ele não são culpa dos outros, que não é legal ficar nessa zona de vitimismo. Basicamente o que eu já tinha te falado e você cagou. Então sim, desabafei nos stories, pois acho uma puta imaturidade alguém estar te dando conselhos construtivos e vc preferir culpar o outro, como você fez de culpar o motorista, sendo que o errado era você de estar sem o documento original. Independente dele ter aberto exceção para outras pessoas e não ter aberto pra você (como você fez questão de enfatizar que as pessoas ficaram com dó de você), não é obrigação do motorista abrir exceções, o papel dele é seguir as regras. Te falei tudo isso e em nenhum momento você reconheceu estar errado, adotando uma postura de ficar apenas se justificando, justificativas não adiantam, você está só enganando a si mesmo. Amigos não são aqueles que passam a mão na nossa cabeça e concordam com as nossas reclamações, pelo contrário, amigos mesmo são aqueles que falam o que vc não quer ouvir, no intuito de te ajudar a crescer e evoluir. Não quer ir na peça, não vai. Desde o princípio não acreditei que você fosse mesmo. Agora tenta pegar as coisas que falei e absorver para algum aprendizado. Sai dessa bolha de ficar com raiva de quem vai contra você. Você vai ver como a sua vida vai dar um salto.

Ele respondeu super arrogante, dizendo pra deixar ele na bolha dele, que ele estava sem tempo pra isso, que muita coisa boa estava acontecendo na vida dele e blá blá blá. 

– Isso aí, continua na sua bolha de ignorância que só vai te fazer bem. Se um dia decidir sair dela, estarei aqui. Beijos. 

Dois dias depois eu fiz aniversário e ele não mandou nenhuma mensagem de parabéns. Uma semana depois foi o aniversário dele e retribui a gentileza. Seguimos sem nos falar desde então, mas tá lá, sempre acompanhando a minha vida e olhando os meus stories. 

Conclusão…

É muito triste ver uma amizade de anos, que tinha tudo para ser cada vez mais forte e consolidada, sempre balançando e ruindo, porque um dos lados é incapaz de evoluir e aprender com os erros. Custei muito a entender que o fato de ser algo antigo, não quer dizer que será vitalício, tem pessoas que realmente precisamos nos afastar para continuarmos crescendo. 

Após refletir sobre as experiências vividas, percebi que manter uma amizade não é apenas sobre nostalgia ou história compartilhada, mas também sobre crescimento e respeito mútuo. É preciso saber quando é hora de seguir em frente, mesmo que isso signifique abrir mão de uma relação que um dia foi significativa.

No final das contas, aprendi que algumas amizades podem não resistir ao teste do tempo e das adversidades, e tudo bem deixá-las para trás. O importante é seguir em frente com gratidão pelos bons momentos e com a esperança de encontrar conexões mais saudáveis e enriquecedoras no futuro.

Enfim, um longo e diferente desabafo por aqui…

Alguém aí se identificou? Já passou por algo parecido com alguém? Vamos trocar figurinhas nos comentários. 🙂

Minha Nova Descoberta Sexual

Querido diário,

Aconteceu uma coisa muito inédita! Muito inédita mesmo! Algo que eu já tinha aceitado que nunca aconteceria comigo. Mas aconteceu… quero dizer… quase. Mas nem o quase nunca tinha acontecido, então senti que foi um grande progresso!

O Desconfiado

O mais curioso dessa história é que o cliente que contribuiu para que eu tivesse essa descoberta sexual, foi um que, confesso, no início, achei mala. Ou seja, de onde menos imaginamos podem surgir coisas boas, rs.

– Então é só marcar o horário e eu te esperar no lobby do hotel. – Ele alinhou. – Você tem RG contigo, né?

Não gostei dessa pergunta do RG. Primeiro que era óbvia, qual adulto não tem? Rs. Segundo que para encontrá-lo no lobby e subirmos direto, era irrelevante o meu RG.

– Você tem horário hoje ainda?

– 21h. Talvez 20h.

– Mais cedo?

– Já falei os horários que consigo. – Que irritante quando eu falo o horário que eu posso e a pessoa pede algo diferente do que eu acabei de dizer!

– Você vai estar vestida como?

– Agende e verá. – Oxe, o cara nem agendou e já quer spoiler?!

– Pode ser às 20h então?

– Pode ser. Quanto tempo gostaria? Qual hotel? Qual seu nome? – Aquelas perguntas de praxe para seguir com o agendamento.

– 1h, contando a partir da entrada no quarto. – Que desnecessário ele dizer isso. – Você tem RG contigo? – De novo ele querendo saber do meu RG.

– Combinado então. Quando eu tiver chegando pedirei que me encontre na entrada do hotel para subirmos direto sem eu precisar passar pela recepção. – Ignorei a pergunta do RG, pois, diante desse meu esquema de entrar com o cliente, seria indiferente.

– Por que você não quer passar pela recepção? –  Senti uma pitada de desconfiança, por acaso ele achava que eu era uma criminosa?

– Para não perder tempo.

– Podemos tentar… mas você vai trazer identidade caso eles parem e perguntem?

– Sempre que atendo em hotel faço dessa maneira e nunca tive problema. O hotel não fica monitorando se entrarmos juntos, pois será como se estivéssemos hospedados, voltando de algum lugar. Passar pela recepção na maioria das vezes tem fila e demoram até tirar xerox do meu documento, então me aguarde na entrada do hotel e subimos direto para o elevador.

– Okay, mas você tem identidade… se por um acaso? – Gente que insistente!

– Todo adulto tem documento. Desnecessária essa pergunta. – Sim, eu sei, fui um pouco grossa, estava sem paciência, mil vezes fazendo a mesma pergunta. Talvez eu estivesse de TPM também, somado ao fato de tê-lo achado um tanto mala por esses detalhezinhos na abordagem.

– Se puder vestir jeans, eu gosto.

Não pretendia ir de jeans, na verdade, eu mal uso calça jeans hoje em dia (só tenho uma no meu guarda-roupa), contudo, não me recusei, pois também não queria passar uma imagem de chata.

– Jeans e tênis? – Ofereci. Se é pra sair do meu look de encontros, então vamos com tudo.

– Tô começando a gostar de você, melhor ainda!

– E você tava querendo sair com quem não gostava?

– Um rostinho e corpinho bonito não são tudo. Adoro garotas inteligentes.

Enfim, combinamos.

– Chego em 10 min. – Avisei quando já estava perto.

– Okay, já vou descendo. Vou estar sem o celular, pois a Paulista está um horror.

– É importante você estar com o celular para saber quando de fato cheguei.

Sério mesmo que ele pretendia ficar incomunicável bem na minha chegada?! E se nos desencontrássemos? Ambos não nos conhecíamos, não sabíamos como era o rosto um do outro, achei muito sem noção.

– Okay.

Eu tinha pedido uma foto dele para eu ter uma noção de quem estava indo encontrar, ele me enviou uma de óculos escuro que não deixava ver seu rosto direito, e, para completar, chegando lá, constatei que a foto devia ser muito antiga, pois não vi nenhuma semelhança com a pessoa que me aguardava. Nem consegui sorrir nesse primeiro contato, o achei muito mentiroso. Todo desconfiado e mala, mas do lado dele também não passava nenhuma segurança.

Ao entrarmos na suíte, ele, ainda desconfiado, guardou seu próprio celular no cofre e pediu que eu me virasse para colocar a senha. Eu ficava cada vez mais broxada. Depois pediu que eu me sentasse e contasse sobre mim. Eu não estava muito simpática por todo o contexto, mas me forcei a ser, afinal, ele estava pagando.

Quando enfim a parte sexual começou a desenrolar, rapidamente identifiquei que ele era o tipo que quer aproveitar até o último minuto. Como assim, Sara? Aquele cara que só vai deixar para gozar no último instante e foi exatamente assim que aconteceu. O pau dele era consideravelmente grande e grosso, então já me via indo embora esfolada. Desconfiado como ele era, também não me chupou, ainda bem que levei meu gel. O tempo inteiro foi somente eu o agradando.

A única parte boa desse encontro, que realmente foi muito boa mesmo, foi pela descoberta sexual. De repente, me pediu para ficar de quatro, com os meus pés no chão, comigo inclinada sobre a cama. Já transei nessa posição antes, talvez não com muita frequência, ou com alguém com o dote grande como o dele.

Assim que ele entrou em mim e iniciou os movimentos, comecei a sentir uma sensação diferente na penetração, muito parecida com quando estou me masturbando, mas, nesse caso, sem eu estar me tocando. Senti que o pau dele massageava o meu clitóris por dentro. Eu não estava acreditando que aquele cara mala, estava conseguindo me proporcionar um prazer diferente!

Nesse momento achei ótimo que ele demorasse para gozar, pois queria continuar explorando aquilo. Será que eu conseguiria gozar só com a penetração, sem estar me masturbando?! Em anos de vida sexual ativa, somente nesse encontro que descobri a possibilidade de eu conhecer um orgasmo só com a penetração. Impressionante, não?!

Agora a pergunta que não quer calar: eu cheguei lá??? Não, infelizmente ainda não foi dessa vez, mas descobrir essa possibilidade foi muito significativo. Pouquíssimas mulheres conseguem gozar só com a penetração e saber que posso fazer parte desse seleto grupo, me deixou muito emocionada!!

Quando enfim ele gozou, faltando 5 minutos para o término do tempo, deitou-se ao meu lado com a maior cara de bobo apaixonado e disse:

– Como você está se sentindo, meu amor?

– O que? – Aquele romantismo todo, vindo de alguém que eu nunca tinha visto na minha vida foi tão desproporcional, que até perguntei de novo, para ter certeza se tinha ouvido direito.

– Como você está se sentindo, meu amor? – Com um sorriso de orelha a orelha.

Achei cafona e já cortei logo:

– Estou apertada, vou fazer xixi.

Após usar o banheiro, já aproveitei para emendar o banho. Assim que liguei o chuveiro,  ele me surge na porta, dizendo:

– Humm espertinha.

– Como assim “espertinha”? Não entendi.

Ele desconversou e saiu do banheiro. Será que estava me achando ‘espertinha’ por eu usar os míseros 5 minutos que restavam para tomar banho?! Não queria pensar que fosse isso.

*

Uma semana depois ele quis sair comigo de novo.

– Acabei de chegar do Rio. Pensei em você, está disponível hoje?

– Poderia encontrar por volta das 21h.

– 20h não daria??? – Eu não tinha acabado de falar 21h?! Novamente ele sendo irritante com a questão do horário.

– Talvez 20:30, mas talvez chegue atrasada. 21h chegaria mais tranquila.

– Okay, 21h então.

– Você pode vir de saia.

– Hoje irei do meu jeito.

– Pode dar uma dica do que isto quer dizer mocinha?

– Que não vou de saia.

Novamente eu não estava muito amigável com ele, no fundo acho que homem gosta de mulher que faz jogo duro, rs.

Após adentrarmos na suíte e trocarmos alguns beijos, ele fez questão de perguntar por que eu não quis ir de saia. Depois ele decidiu que naquele segundo encontro iria me chupar, daí pegou uma toalha de rosto e forrou no sofá para que eu me sentasse. Achei cuidadoso, mas com suas perguntas antes do ato, achei cuidadoso até demais.

– Ela está molhada mesmo? – Me perguntou com a maior cara de desconfiado, ao passar seu dedo pela minha pepeka e sentir um molhadinho.

Não que eu estivesse morrendo de excitação, mas sim, ela até que estava colaborando naquele dia.

– Sim, ela tem uma lubrificação própria. – Respondi séria.

– Mas você se cuida, certo? – Ele perguntou cheio de dedos e já me causou uma leve irritação.

Seria o mesmo que eu querer transar com alguém sem camisinha e na hora H virar na cara da pessoa e perguntar: “Você não tem Aids, né?”, esse tipo de coisa ou você confia e vai, ou não faz, perguntar ali na hora é muito broxante.

– Sim, me cuido, mas esse tipo de pergunta é bem quebra clima, se está com medo, então não faz. – Falei logo.

Ele deu uma risadinha sem graça e acabou me chupando. Não preciso nem dizer que não curti seu oral. Depois voltamos a nos beijar e daí ele veio querer ficar passando o dedo pelo meu cu. Eu não estava nem um pouco na vibe e pedi que parasse.

– Você não gosta?

Ele já tinha lido aqui no blog o post do Meu Melhor Contatinho (comentou comigo no primeiro encontro) então sabia que eu até gosto e não deve ter entendido a minha recusa. Eu curto, mas não é sempre e não é com qualquer pessoa, essa é a questão. Somado ao fato de eu ter ido encontrá-lo no mesmo dia que tinha me depilado com uma depiladora diferente, a região estava mais sensível, além de eu não estar na vibe mesmo.

– Não.

Seu pau, que até então estava duro, começou a amolecer na mesma hora. Tentei reanimar no sexo oral, mas não estava funcionando, pelo visto ele era bem sentimental.

– Só por que pedi pra tirar o dedo, ele desanimou? Rs. – Perguntei, tentando descontrair.

– Pois é… – Ele respondeu, um pouco apreensivo.

Percebi que para reanimar o garoto não bastaria ser safada e sexy, eu teria que colocar meu lado romântico em ação. Levei ele para a cama e busquei ser o mais carinhosa possível. O olhava nos olhos com muita intensidade, enquanto meus dedos passeavam pelo seu peitoral e barriga, lhe fazendo muitos carinhos. Minha estratégia surtiu efeito e aos poucos seu membro foi voltando a ficar rijo.

Não muito depois encapamos e começamos comigo por cima. Quando fui ficando um pouco cansada, trocamos e ele veio no papai e mamãe. Algumas estocadas assim, até que me levou para aquela posição mágica, de quatro, com os pés apoiados no chão, inclinada sobre a cama. Quando ele me penetrou e começou a ir e voltar com velocidade, descobri que o ocorrido no primeiro encontro não foi sorte, realmente aquela posição, pelo menos com ele e com o seu pau que tinha aquelas medidas, funcionava muito bem!

Novamente senti que poderia chegar ao orgasmo apenas com a penetração e foquei em chegar lá. No entanto, descobri o que estava me barrando. Eu carecia de memórias sexuais ardentes para me auxiliar naquela jornada. Vou explicar melhor…

Para eu gozar não basta só o sensorial, o mental precisa estar alinhado junto, geralmente eu sempre penso em alguma putaria que me dá muito tesão, mas ali, com ele, todas as memórias que eu tinha pareciam fracas para atingir um orgasmo daquela magnitude. Faz tempo que não tenho sexo casual na minha vida pessoal, então não tinha nenhuma lembrança viva o bastante. Se eu me tocasse chegaria lá com certeza, mas o plano era atingir de um jeito diferente, né? Não quis usar a masturbação como muleta. Em algum momento ele gozou e a transa acabou.

Comentei com ele sobre essa minha descoberta sexual e passei a vê-lo com outros olhos.

– Você tem uma personalidade forte, né? – Ele observou, relembrando o início do encontro.

– Tenho. – À essa altura já bem mais simpática.

Brinquei que ele precisava vir mais vezes para São Paulo, para explorarmos mais isso. Meu leve rancinho tinha evaporado, ao constatar que ele tinha mesmo o borogodó.

Fico aqui pensando, será que só com pauzão é possível alcançar isso? A posição chave eu já descobri, agora preciso testar com outras amostras, enquanto ele não volta. Só digo uma coisa: quem conseguir, vai ganhar um relato fantástico aqui!! Rs.

Desaventuras Amorosas Em Série – Pt 4

Querido diário, 

Sigo aqui na minha incessante busca por um contatinho de qualidade. Após fazer muita terapia, descobri numa das sessões, que ter que esconder o que eu faço das pessoas, me causa certos bloqueios, por eu não conseguir ser eu mesma. Dito isso, com minha última experiência do Bumble, decidi aderir uma estratégia diferente. 😼

Dei match com um cara interessante e já comecei a puxar papo com algo escrito na sua bio, sobre ele correr de pessoas que usam a própria foto de fundo (que não é o meu caso, vale ressaltar). Daí a conversa foi desenrolando até chegar na parte em que dizemos o que cada um faz da vida. Decidi aplicar aqui o meu plano. Afinal, era um completo estranho, não tínhamos nenhum amigo em comum, não estava apaixonada por ele, logo, se desse tudo errado, eu não teria nada a perder. 

Decidi lhe trazer algo relacionado a minha vida secreta. Eu não disse na lata que era acompanhante, mas contei que escrevia para o blog de uma (o que de certa forma é verdade, indo pela lógica de que quem escreve para a Sara é a persona por de trás dela 😉). A conversa foi mais ou menos assim:

– Eu escrevo sobre blá, blá, blá, erotismo, blá, blá. (Claro que a palavra “erotismo” saltou na frase.)

– Onde encontro seus textos?

– Eu escrevo para dois blogs. O meu, que, confesso, está um pouco abandonado e temas mais picantes para o blog de uma acompanhante.

… suspense… 

– O que é um blog de acompanhante?

Como assim, gente?

– Um site em que publico meus textos, como se fosse autoria dela, rs. Você não sabe o que é acompanhante?

– Acompanhante é tipo uma prostituta?

Vê-lo pronunciar “prostituta” me soou tão preconceituoso. Poderia ter dito “garota de programa” ou “profissional do sexo”, sei lá. 

– Isso, mas prostituta é uma palavra muito forte. Para quem é do meio há diferença na nomenclatura. 

– Ahh, não sabia. Qual a diferença? Posso ler o blog? Fiquei curioso. 

– Acompanhante é como se fosse uma modelo ficha rosa. O sexo não é o mais importante e sim a companhia. O sexo é consequência. Vou ver com ela se posso divulgar para alguém que não é o público dela. 

E o papo encerrou aí, por hora. 

Fui compartilhar com uma amiga (a Emma Loli, que vocês já conhecem), e ela recriminou totalmente a minha estratégia:

– Ai amiga, não sei… pra mim essa história não cola. Me pareceu muito aqueles papos de adolescente, tipo assim: “ei, a minha amiga quer ficar com você”, sendo que na verdade é a menina que quer. Sabe quando a gente fica colocando uma amiga no meio, pra falar o que a gente quer ou o que a gente é? Você ficou defendendo muito, tipo assim: “Nossa não, não é prostituta, essa palavra é muito forte…” já tá se doendo, muito informada do assunto. E esses assuntos é bom nem mencionar. Isso não valoriza a sua imagem para um namoro sério, ou casamento. Infelizmente tem coisa que a gente tem que deixar guardado. Tem coisa da nossa vida que não precisamos expor. A não ser que você queira ser acompanhante pra sempre na sua vida. É isso que você quer? Agora se for um plano para algo maior no futuro, deixa em off. As pessoas não precisam saber como que você conseguiu pagar todos esses cursos para se tornar uma atriz maravilhosa. Não precisam saber o seu caminho. Não vai interferir na relação, você não está fazendo mal a ele, não está fazendo mal a ninguém, então não precisa contar. Passa longe desse assunto. Aí você fala: “Ai vou ver com ela se posso passar para alguém que não é o público dela”, como você sabe que ele não é o público dela? Porque para uma acompanhante, quanto mais divulgar, melhor. Ele é homem, hétero, então é o público dela.

Eita que balde de água fria! Fui respondendo ponto a ponto:

– Mas amiga eu não mostrei nada pra ele, quem garante que existe realmente esse site? Quem garante que eu escrevo realmente? Entendeu, quem garante? Ninguém garante nada. E eu não estava “me doendo”, estava apenas explicando. Ele não é o público dela simplesmente pelo fato dele sequer saber da existência do blog dela. O cara que pergunta “o que é um blog de acompanhante?”, claramente não é o público. Não basta ser homem e hétero para ser considerado o público alvo. O público dela são homens que gastam dinheiro com esse serviço. E outra, quem disse que eu quero namorar ou casar com esse menino? Amiga, eu estou exercitando uma coisa minha de aceitação, de falar pras pessoas, de não ter vergonha do que eu sou, é um processo de aceitação, estou apenas me exercitando. O problema da sociedade é que as próprias acompanhantes tem preconceito com o que faz.

– Amiga, mas aceitar quem você é? Você é tantas coisas. Por que você tem que falar disso como principal? Então isso te define? É uma coisa que te define pro seu futuro, como carreira, sonhos e aspirações? Agora se for uma parte da sua vida, que você está fazendo e tem prazo de validade, algo que você faz agora para alcançar outra coisa maior no futuro, para quê vai se desgastar falando disso, que já é um assunto delicado pras pessoas, sendo que não é isso que você vai fazer pra sempre? 

– Muito psicóloga ela. – Encerrei o assunto. 

Outro dia ele me cobrou sobre o site, se ela tinha autorizado passar e, com as palavras da Emma reverberando na minha cabeça, respondi que não, que não poderia. 

– 🙁

Refleti ainda mais e depois mudei de ideia. Mandei o site para ele, precisava concluir o meu experimento.

Ele chegou aqui no blog e se deparou com o post anterior, “O Meu Melhor Contantinho” e já veio comentar: 

– Que delícia. Quero um contatinho desse. 

– Quer ser meu contatinho? – Já fui direto ao ponto. 

– Quero muito. Quero você. 

– Precisamos nos conhecer pessoalmente primeiro.

E já combinamos o primeiro encontro, noite de sábado, num barzinho de drinks, sugerido por ele, chamado Regô, na República. 

Assim que desci do Uber e o avistei na calçada, gostei do que vi. Alto, bastante cabelo na cabeça, bonito de rosto, como nas fotos, os únicos pontos de alerta foram, primeiro, para o seu físico, sabe aquele que tá começando a engordar, mas ainda não pode ser considerado um gordinho? Tipo isso. E segundo, sua vestimenta, a calça que ele usava era muito justa (ao ponto de ver como as pernas estavam engordando) e All Star nos pés (sou um pouco avessa a homens adultos que se vestem como adolescente). Usava uma camisa preta (ufa, sem estampas) e, de modo geral, senti uma energia muito boa. Ele também era de Áries, o que prometia um match incrível na cama. 

Gostei que ele se mostrou muito interessado em me ouvir, começou a puxar assunto sobre a minha vida no teatro – já que quase não fui encontrá-lo, mencionando o possível cansaço do ensaio que ocorreu naquele dia – e eu não estava nem um pouco tensa ou nervosa – como costumo ficar em primeiros encontros – por justamente ter dentro de mim de que se ele fosse minimamente esperto, já tinha sacado que “eu” era a “Sara” – afinal, mandei o blog, ele poderia ter fuçado as redes, visto as fotos e ter se dado conta de que éramos muito parecidas – e, se ainda assim quis me encontrar, então eu poderia ser eu mesma que estava tudo certo. Em pouco tempo, o beijo rolou. 💋 Achei delicioso. Fazia tempo que eu não beijava alguém desconhecido na minha vida pessoal e sentia aquele tesãozinho. 

Conversamos muuuuuito, uma conversa super fluída, animada, eu ria com ele, ele ria comigo, estava tudo maravilhoso, um date perfeito. Várias vezes voltávamos a nos beijar e a vontade de transar só crescia. Porém, nesse dia, eu tinha uma grande questão, eu não poderia transar, pois, faria um exame ginecológico de rotina no dia seguinte e tinha que estar em abstinência. Não valeria a pena quebrar o resguarde, pelo tempo que eu já estava nessa. Eu, inclusive, quase cancelei o encontro com ele por conta disso, pois, me conhecendo, sabia que passaria vontade se gostasse dele. Mas, ao mesmo tempo, não queria perder o timing do date e também pensei: “não sou obrigada a transar no primeiro encontro”, então, não seria esquisito se não rolasse. 

Em determinada altura, ele começou a soltar umas putarias no meu ouvido. Dizendo que queria me chupar, por exemplo. Como eu já estava muito excitada com os nossos beijos, super aprovei esse jeitinho mais safado, mas, não pude corresponder do jeito que ele merecia, pois, se eu não ia poder transar naquela noite, por que iria atiçar ainda mais o menino? Então eu só olhava pra ele e dizia: “Hummmmm”  ele deve ter pensado: “Cadê aquela escritora de contos eróticos? Só sabe dizer hummmmm??” 😂😂😂

Conforme o date foi se encaminhando para um ponto de “vai ou racha”, eu apenas falei: “Hoje eu vim só para te conhecer”, tive que jogar aquele balde de água fria, pois chegou um momento em que o comportamento de um destoava muito do outro.

Daí o encontro foi minguando, já tava chato ficar só beijando sabendo que não ia dar em nada. Ele anunciou que estava ficando com sono e foi a deixa para irmos embora. Pagou a comanda sozinho (cavalheiro, gostei), e, na calçada, enquanto aguardávamos nosso uber (que convenientemente chegaram ao mesmo tempo), ele tentou a sua última cartada, me encoxando fortemente, para que eu sentisse o tamanho do seu volume. 

– Gostou? – Ele perguntou. 

– Gostei. – Mas nada fiz. 

Cheguei em casa, lhe avisei que tinha chegado (conforme me pediu) e daí ele quis continuar o papo de putaria. Eu mordia e assoprava. Falei que estava com a calcinha molhada. 

– Deixa eu ver? – Ele pediu.

– O que eu ganho em troca?

– Te mostro como estou por aqui. – E já mandou um vídeo curto, filmando apenas a parte da cueca, preta, em que ele passava a mão no volume, que, naquele ângulo, não parecia tão volumoso assim. 

Enviei a foto da calcinha e aí ele disse que queria ver meus seios. Daí nessa hora fiquei na dúvida se ele realmente sabia que eu era a tal acompanhante, pois já teria visto meus seios nas redes sociais. 

– Isso é tudo que você terá hoje. – Cortei.

Ele ficou se lamentando.

– Sua imaginação cuidará do resto. – Fui mais enfática no corte e parei de responder. Não me agradava ficar trocando putaria com alguém que eu ainda não tinha transado. E se a transa fosse ruim? De que valeria toda aquela falação?

No dia seguinte, para que a última mensagem não ficasse sendo a dele deixado no vácuo, puxei assunto:

– Boa tarde taradinho.

– Boa tarde taradinha do screenshot.

– Como assim?

– Eu percebi que você tirou print do meu vídeo ontem.

Eu tinha mesmo. Não printei, mas gravei da tela. Como ele tinha mandado visualização única, quis gravar para o caso de ser algo muito bom que eu quisesse ver de novo depois. Muito X9 esse Instagram. Aff.

– E você guardou essa informação para um momento preciso. 

– Ontem estava muito entretido pra dizer qualquer coisa. 

– Estava mesmo, muito empolgado.

– Pois é hahaha. 

E o assunto morreu aí. 

Durante a semana, tomei a iniciativa de convidá-lo para assistir uma peça de teatro no sábado seguinte. Uns amigos meus estavam se formando e era um espetáculo de conclusão de curso, completamente gratuito. Fui assistir 5x e toda vez que eu ia levava mais pessoas, pra vocês verem o tanto que eu gostei do espetáculo, realmente incrível! Achei que seria um rolê divertido pra gente, não queria ir direto transar, sem fazer algo antes.

A partir daqui as coisas começaram a ficar estranhas. 

Nossa comunicação era toda pelo Instagram. Sequer trocamos número de telefone no encontro. Eu fiz o convite umas 10h da manhã e ele foi me responder às cinco da tarde, estando online VÁRIAS VEZES. Não que eu estivesse controlando, mas, por acaso, quase sempre o via online, quando eu entrava também. 

Você deve estar pensando o que qualquer pessoa normal pensaria: “Ahh ele devia estar ocupado, trabalhando, o Instagram estava aberto no computador”, mas se fosse o caso, ele permaneceria sempre online e não entrando e saindo. Enfim, comecei a reparar nesses detalhes e senti um certo descaso. Ele sequer tinha visualizado, totalmente desinteressado. Lá pelas cinco da tarde, sua resposta veio e foi super negativa:

– Olar. Tudo bem e com você? – Quem usa “olar” com uma possível crush? Pra mim isso é muito dialeto de friendzone. – Sábado já marquei compromisso. – Seco assim. Sequer sugeriu outra data. 

Preciso acrescentar um rápido adendo: No barzinho, após eu dizer que naquela noite não rolaria, eu mesma já tentei combinar um próximo date. O diálogo foi:

– Quando vamos nos ver de novo? – Já intimei. 

– Durante a semana eu tô morto. 

– Então próximo sábado?

E ele concordou! Daí agora, o bonitão vem dizer que já tinha marcado outro compromisso. 

Fiquei muito com a sensação de que como não embarquei no seu papo de putaria, eu não tinha mais serventia pra ele. Ao mesmo tempo, fiquei com várias indagações: 

  • Não dizem que o homem se atrai pelo difícil?
  • Se já estava me tratando com esse descaso sem ter me comido (quando em tese deveria estar mais interessado), imagine depois que me comesse?
  • Será que ele achou que eu seria difícil demais e simplesmente não quis ter trabalho?
  • Ou descobriu que eu era acompanhante e achou ridículo o meu “joguinho”? (Que na verdade nem era um.)
  • Ou descobriu que eu era acompanhante e ficou com preconceito.

Conversei com um amigo, para ter uma visão masculina das coisas:

– Amiga, já chama ele pra transar. Diz que está com tesão e quer experimentar ele. Homem gosta de ser usado. Seja dominadora. 

– Pra que vou dar esse gostinho dele me comer, me tratando desse jeito? O cara sequer tá se esforçando pra isso.

– Ele está te ignorando e vc está caindo no jogo dele. Reverte isso. Não é sobre dar o gostinho é sobre ganhar o jogo kkkkk.

– Reverter dando o que ele quer?

– Ou é o que vc quer? 😏

Realmente eu queria. Tá. Mandei a mensagem.

– Mas a gente não ia transar no sábado? Já tínhamos combinado na noite do barzinho. – Trouxe logo o assunto para a putaria, já que, pelo visto, era isso que o atraía. 

Daí, minha gente, isso era 20h e ele online. No dia seguinte, 8h, novamente ele online e eu continuava ignorada. Isso me indignou muito. 12h no vácuo. Agi impulsivamente e lhe enviei um áudio bem malcriada. Antes que desse tempo de eu apagar, agora sim ele foi rápido e abriu a conversa. O que ele fez após ouvir o áudio? Exatamente o que eu pedi, deixou de me seguir, nem tentou reverter a situação. 

Ai que merda, rs. 

Pior que eu estava super curiosa pra transar com ele, fiquei muito atiçada na noite do barzinho e só não fui para os finalmentes por motivo de força maior. Não estava aceitando a derrota e fui lá mexer na merda mais um pouco. Pedi que ele me esclarecesse o que tinha acontecido. 

– Não tem nada a ver com não embarcar com a conversa sexual eu não sair no sábado com você. Mas se você reage assim a eu não te responder na mesma hora é melhor a gente não continuar o papo mesmo.

Entendo completamente que ninguém tem obrigação de ser rápido nas mensagens, mas a falta de prontidão me pareceu muito proposital, visto que houve uma mudança significativa de comportamento, pois, quando estávamos na fase de combinar o date, ele respondia rápido e agora demorava até mesmo para visualizar o que eu mandava, mesmo ele estando quase sempre online.

Levei toda essa análise para ele, que, com certeza, me achou controladora e possessiva. Eu só piorava as coisas. 🤦🏼‍♀️

– Okay, eu não vou fazer nada pra reverter a situação. E desculpas por ter cancelado algo que eu tinha combinado antes. Aconteceu que eu marquei outro compromisso. Foi isso. Eu esqueci. 

Fiquei me sentindo a louca da história. 

Eu ainda estava querendo transar com ele, então, mais tarde, no mesmo dia, fiz uma última tentativa de reverter a situação:

– Posso te chamar pra ir lá em casa hoje a noite então? Já que pelo visto eu tive uma interpretação errada das coisas… Não quero que fique com a imagem de que eu sou uma surtada rs, além de eu realmente ter curtido você.

Quem adivinhar a resposta dele, sem ler a continuação, vai ganhar um encontro de 1h comigo! 😄

Ele disse:

– Oi *****. Não quero, mas obrigado pelo convite.

E encerrou assim. Fim. 🤡

Aceito análises e teorias nos comentários. 👀