Durante o jantar do nosso primeiro encontro, ele disse que aquilo não era um encontro. Que num encontro de verdade, ele entregava muito mais. E eu: “Como assim?”, daí ele disse que no nosso encontro oficial, ele cozinharia pra mim, na casa dele. E mais, cozinharia um risoto, que ele aprendeu a fazer contratando uma cozinheira profissional, especialista em risotos. (Cujas fotos até estão no seu Instagram). No entanto, no dia seguinte, enquanto trocávamos mensagens, ele voltou atrás e disse que cozinharia outra coisa, pois, risoto era benefício de namorada, ele só cozinharia um risoto pra mim, com aliança no dedo. Fiquei chateada por não ser mais o risoto, mas ao mesmo tempo gostei que ele estivesse vislumbrando um relacionamento comigo.
No nosso segundo encontro, ele novamente me buscou em casa e fomos de carro até a sua. (Obviamente deixei a localização ativa em tempo real, compartilhando com alguns amigos).
O apartamento dele era muito bonito e grande. Me mostrou os dois quartos, indicando em qual eu dormiria.
– Como assim, não vamos dormir juntos? – Perguntei.
– Só se você quiser. – Ele se mostrou todo respeitador.
Serviu vinho para nós. Eu estava morrendo de tesão nele, não queria esperar pra transar só depois do jantar, então o seduzi para que desenrolasse logo nesse primeiro tempo. Ele veio na minha e foi uma delícia. Transamos no sofá, uma transa longa, intensa, ele por cima, me olhando nos olhos, tudo encaixou perfeitamente.
Depois cozinhou um delicioso salmão, com legumes salteados – prato que definimos juntos, em uma chamada de vídeo que fizemos durante a semana. -, ficou tudo deliciosamente no ponto certo, ele ainda teve a delicadeza de comprar uvas, queijos e uns morangos orgânicos enormes e super doces, para beliscarmos enquanto tomávamos o vinho.
Ele estava conseguindo me impressionar com cada gesto que fazia. A noite estava perfeita. Depois voltamos para o sofá, na TV enorme passava alguns clipes e a gente sempre conversando. Em alguns momentos ele vinha com umas perguntas estranhas, sobre coisas voltadas para a minha sexualidade, o que reforçava a ideia dele já saber o que eu fazia e estar me testando a falar a verdade.
Transamos 5x naquela noite. Entre conversas, morangos e música, engatávamos uma nova transa naturalmente.
No dia seguinte, ele preparou um café da manhã farto, com waffle e morangos, um sanduíche de pão de forma e pães de queijo. Ainda me presenteou com uma corrente da Vivara, com um pingente de gatinho, exatamente o mesmo gatinho que veio num par de brincos, também da Vivara, que ganhei de um cliente no passado. “Ele com certeza sabe do que eu faço e viu essa gato no destaque “Gifts” do meu Instagram. Pensei, desconfiada. Fala sério, qual boy de aplicativo tem esse empenho todo? Estava perfeito demais pra ser verdade, ele me tratava exatamente igual aos meus clientes apaixonados.
Durante a volta para minha casa, estava contando um pouco mais da minha história com a minha mãe biológica, e o fato de ela já ter trabalhado num bordel. E eu ter dito em outro momento que escrevia coisas eróticas, deu link para ele me perguntar, do neida, se eu já tinha feito conteúdo adulto.
Fiquei muda no carro.
Não queria mentir, mas também não estava preparada para falar a verdade.
Falei que não queria responder e isso foi ainda pior.
Achei que ele fosse seguir com a conversa normalmente, tipo: próxima pauta, mas não. Ele ficou em silêncio também e o clima no carro deu uma pesada. Percebi que ele não voltaria a ser o mesmo de antes, se eu não respondesse aquela questão. E daí especificou que esse tipo de atitude poderia fazê-lo se afastar, pois se eu não respondia, ele criava uma série de interpretações.
Por fim acabei cedendo, pois não queria ser a causadora daquele clima ruim no carro. Achei que respondendo, a conversa normalizaria novamente.
– Já sim. Com meu ex.
– E o que mais?
Eu não queria que ele continuasse explorando aquele assunto, me incomodou ele fazer novas perguntas advindas das minhas respostas.
Forcei a saída do assunto. Foi uma situação estranha. Quando me deixou em casa, o clima parecia de despedida, como se ali ele tivesse perdido o interesse.
Era domingo de Dia das Mães e eu iria para a minha mãe, dirigindo. Tive a ideia de ligar para ele durante esse trajeto, para me certificar de que ainda estava tudo bem entre a gente. Puxei assunto sobre coisas aleatórias, e a sensação que tive era de que não estava tudo perdido, mas também não estava plenamente bem. Conversamos até um dos dois chegar no seu destino e ele chegou primeiro.
– Desligou sem dar beijo rs. – Reclamei manhosa por mensagem, após encerrarmos a ligação.
– E vc jogou uma bomba, e depois não reconstruiu o local. É muito importante apagar o incêndio primeiro. Pra não destruir mais ainda.
Tentei me desvencilhar, puxando outros assuntos, mas ele sempre dava um jeito de me deixar incomodada por não concluir o tema.
– O que você fez de bom durante a tarde? – Perguntei.
– Nada. Fiquei no sofá. Olhando para o teto, comendo uvas.
Uma forma de dizer que ficou reflexivo com a situação. Decidi então entrar logo na conversa que ele estava querendo ter.
– Você disse mais cedo que eu soltei uma bomba no local. Achei um pouco confusa essa metáfora. Eu afirmar sobre a questão do conteúdo adulto foi uma bomba pra você? – Comecei.
– Eu só fiz uma analogia… Vc soltou a bomba, explodiu tudo .. e deixou lá, tudo pegando fogo (no momento em que eu tentei explorar mais o assunto). E como não tive os detalhes, abre margem pra eu pensar um milhão de coisas (o fogo se alastrando). Quando vc ligou, pensei que iria tocar nesse assunto e apagar o incêndio, mas não aconteceu. Entendeu a analogia agora?
– Ahh agora sim. Então vamos retomar tudo completo agora. – Cedi, por fim.
– Mas eu não gostaria que vc retomasse um assunto que vc não se sente confortável.
Claro que queria! Estava o tempo inteiro conduzindo para isso!
– Tem determinadas questões que eu gosto de falar no meu tempo, tendo o devido preparo para falar sobre cada tópico e não sendo pega de surpresa com a pergunta. Por isso agi daquela maneira, mas isso não quer dizer que após um período de processamento eu não possa falar a respeito.
– Se acostume com minha intensidade, meu interesse por você, minha curiosidade… Por outro lado, eu me senti no direito de fazer perguntas pra vc. Eu não sou o cara que está com intenção de te comer e sumir. Eu estou sentido coisas por vc que não senti por ninguém. É natural que eu queira saber onde estou me metendo.
– Você tinha perguntado “e o que mais?” E o que mais que fiz de conteúdo, é isso?
– Sim… no geral qual sua relação com esse mundo da sexualidade. (Falar sobre isso me excita, ao invés de criar julgamentos ok?) Nenhuma pergunta é em vão. Quando uma pergunta é lançada, teve alguma coisa que desencadeou aquela curiosidade ou aquela dúvida.
– O que vc acha sobre eu ter vendido conteúdo adulto?
– Eu não tenho que achar nada. Eu só não posso ficar no limbo sem contexto.
– Eu tbm tenho esse receio de saber onde estou me metendo, o quanto vc talvez possa ser uma pessoa que me julgue muito.
– Então está na hora dos dois colocar as cartas na mesa. É óbvio que está nascendo um envolvimento diferente entre os dois… E não dá pra deixar certas pautas pra depois. Eu sempre te dei a liberdade de me perguntar tudo a meu respeito, e ainda alertei: Só tome cuidado com o que pergunta, pq responderei com sinceridade. Observe que sempre que eu te respondo algo, eu te entrego o contexto … pra não dar margem pra interpretação errada.
– Em alguns momentos fico com a sensação de que vc já sabe muito mais do que de fato te contei e que está apenas me testando.
– Sinceridade pra mim é tudo. Se eu confio, eu confio de verdade. Mas eu preciso estar seguro pra isso. Mas eu queria que as coisas viessem de vc… que fossem ditas diretamente por vc… isso abre um canal de confiança.
Não tá parecendo que ele já sabia de tudo?!
– Sim, concordo plenamente. Mas entenda que são coisas muito particulares da minha vida e estávamos tendo o segundo encontro. Eu queria ter um pouco mais de certeza de que era seguro falar.
– Entendo. (Eu sei que pra vc escrever é mais fácil do que falar).
– Retomando desse ponto então. (O ponto que ele perguntava qual a minha relação com a sexualidade). A minha relação é muito próxima.
– Eu sou literal. Seja detalhista.
Foi como se ele dissesse: CONFESSA! CONFESSA!
E daí, lancei a verdade nua e crua de uma vez:
– Eu sou acompanhante. Faço isso desde 2015, iniciei no intuito de sair de casa. Gosto muito de sexo e vi nessa atividade uma forma de unir o útil ao agradável. Não sei se você já sabia (em muitos momentos pareceu que sim, não sei se foi coincidência ou não, gostaria que me esclarece). A pessoa pra estar comigo não pode ter ciúmes e entender que é importante pra mim ter a minha própria independência financeira. Nunca enganei ngm sobre isso, todos os meus antigos relacionamentos sabiam, mas não foi algo que contei num primeiro / segundo encontro, pois é algo muito delicado e os homens são muito machistas. Pode me bloquear agora.
Descobri que o meu calcanhar de Aquiles é homem. Quando estou apaixonada desestrutura tudo na minha vida. Preparados para mais uma história? Essa vai render muitos capítulos!
Demos match no Bumble e ele já começou interagindo numa foto minha, dizendo algo sobre o meu sorriso ser encantador. Respondi de volta, agradecendo e acrescentei que eles são ainda mais encantadores pessoalmente.
Pensei que ele fosse desfazer o match, por me achar muito atirada, mas, pelo contrário, foi na onda, dizendo que então seria ousado em me fazer um convite. E nesse momento me surpreendeu, quando saiu do clichê de barzinho e restaurante e propôs de irmos ao teatro.
Outras coisas que me impressionaram nele, seu nível de educação e cuidado. Quando a conversa rapidamente migrou para o Instagram, me enviou um vídeo de si mesmo falando, para me assegurar de que não era nenhum fake.
Ele me buscaria naquele mesmo dia, por volta das 19h, e viria de Campinas! Ele sairia de lá pra me buscar, me levaria até a peça, também em Campinas, depois me traria de volta, e ainda retornaria pra sua casa. Ou seja, ele faria quatro viagens pelo nosso encontro! Como não se impressionar com isso?
Ao mesmo tempo que eu sabia do risco que estava me colocando, indo de carro com um estranho numa viagem de 1:30, coisa que eu jamais faria com um cliente, por que com ele eu estava me arriscando? Posso colocar a culpa dessa imprudência na animação de uma sexta feira. Queria que a minha vida acontecesse e estava confiando nas boas vibrações do universo. 🙏🏻✨
Quando nos encontramos, preciso admitir, o carro dele realmente causou impacto. Um BYD grande, lindíssimo. (Agora que também tenho carro, fico reparando). Ele não desceu, mas reconheci que foi pelo inconveniente do lugar onde ele parou, e logo que entrei, já se desculpou:
– Desculpa não descer, tá complicado aqui.
– Sei não, já perdeu alguns pontinhos. – Brinquei.
Minhas percepções sobre ele pessoalmente: Cheiroso, bonito, bem vestido, belo carro, só podia ser um pouquinho mais alto, (éramos da mesma altura).
Sair com ele me remeteu a estar saindo com um cliente. Porque ele tinha classe, foi extremamente gentil em vir de longe me buscar, seu excelente português, todo arrumado e cheiroso, muito diferente dos outros caras que tenho saído na minha vida pessoal. Os anteriores não chegavam nem na ponta do chinelo disso. O tipo de postura que sempre admirei nos clientes e me deparar com isso fora do meu ambiente de trabalho, poder ter um pouco disso na minha “vida real” foi muito bom.
Percebi que estar diante de todo aquele requinte, me acionou o carisma da Sara. Fui toda desenvolta, não gaguejei em nenhuma pauta da conversa, sempre muito simpática, segura e encantadora. Não existia nenhuma insegurança em mim, nem medo de falar qualquer besteira. Me senti muito confortável na presença dele.
Em alguns momentos até fiquei com a sensação de que ele já me conhecesse como Sara, como quando um dia, que um estranho qualquer, veio me mandar msg no WhatsApp de trabalho com o print da minha foto com nome real no app de relacionamento. Vai que ele já me conhecia e deu a sorte de eu também ter dado like?
Infelizmente, ou felizmente, pois gostei do seu improviso de última hora, pegamos um trânsito absurdo na Bandeirantes (foi bem no dia que um ônibus pegou fogo e tava tudo parado desde a tarde) e aí ele teve que alterar a rota, pois não chegaríamos a tempo. Inicialmente iríamos num stand Up de um comediante famoso (mas que eu não conhecia) e como atrasamos, ele improvisou outro lugar. Fomos para um restaurante espetacular, que me remeteu aos restaurantes chiques que já fui em outros países, que misturavam uma atmosfera de baladinha, só que com mesas e luzes baixas. O lugar era muito bonito e agradavelmente intimista, chamado: “Elixir”. Tinha até um aquário lindo, gigantesco, música gostosa, um lounge. Nunca que esses caras que tenho saído pelo aplicativo de relacionamento me proporcionariam esse tipo de experiência. Ele tinha bom gosto e etiqueta, o que eu tinha com os clientes, o que reforçava a minha sensação de estar num encontro de “negócios”, o que na hora não achei muito benéfico, pois não queria associá-lo a imagem de um cliente, por mais que eu seja bem tratada pelos meus.
Abaixei meu olhar para conferir o cardápio, e quando voltei a olhá-lo, para fazer uma pergunta do menu, me surpreendi com ele me admirando com aquele olhar de apaixonado, o que reforçou a minha teoria dele já ser um seguidor da Sara, afinal, não era possível todo aquele encanto por uma pessoa que ele acabara de conhecer. Muito intenso.
Em algum momento ele se surpreendeu com a minha resposta, perante a sua pergunta de qual vinho eu gostaria, quando respondi que primeiro seria importante definirmos os pratos.
– Onde você aprendeu essas etiquetas? – Ele perguntou, todo impressionado.
Na verdade aprendi indo a muitos restaurantes chiques com os meus clientes, mas me limitei a dizer que tinha aprendido muito com meu ex, que era apaixonado por vinhos e até viajamos para conhecer algumas vinícolas, o que também era verdade.
Eu sempre me policiava em não mentir pra ele. O via como alguém potencial para ter um relacionamento e quando tivesse que abrir a verdade, não queria ele pensando que tudo que foi falado era uma grande mentira. Falei que trabalhava como ghostwriter e realmente escrevo, inclusive, muitos clientes me conhecem através do blog. Também falei que sou atriz, novamente não menti, só ainda não ganho o suficiente com isso (por enquanto).
Fomos os últimos a sair do restaurante. E perto de irmos embora, quis me fazer uma proposta sobre a minha volta. Eu dormir na sua casa, no quarto de hóspedes, para ele não ter que dirigir até tarde, ou poderia me colocar num hotel, caso eu não me sentisse a vontade de dormir lá. Eu me conhecia o bastante pra saber que se fosse pra sua casa, com certeza transaríamos e eu não queria apressar as coisas desse jeito. Tinha gostado dele e queria que durasse. Respondi que era importante eu voltar pra casa, pois tinha aula no dia seguinte (e tinha mesmo). Me pareceu um teste. Ele era polido demais para facilitar uma situação de sexo no primeiro encontro.
Me trouxe de volta e assim que parou o carro, foi o grande momento do nosso primeiro beijo. Pensei que seria só um de despedida, mas as coisas foram esquentando. Me senti na liberdade de levar minha mão até o meio das suas pernas, por cima da roupa, precisava conferir uma coisa. Ele era magro e da minha altura, não imaginei que pudesse ter todo aquele pauzão, ali meu interesse subiu pra 100%. Ele também começou a ir com a mão para lugares ainda não explorados e começou a me dedar deliciosamente. (O tipo de coisa que não costumo gostar com cliente, mas com ele foi muito bem recebido).
Em algum momento abri sua calça e já segurei seu membro nas minhas mãos. Fiquei com vontade de chupar e senti que poderia, sem que ele me visse como uma vagabunda. Chupei por pouco tempo, ele estava a perigo e não me deixou continuar. Disse que era a sua vez de me chupar também e instruiu para que eu fosse pro banco de trás. Eu estava de meia fina e saia, não tão difícil quanto calça, mas ainda assim teve uma certa logística de precisar tirar até o sapato.
Ele me chupou. E chupava muito bem. Não era possível que encontrei o pacote completo. Depois me sentei em cima dele, mas não transamos, fiquei só masturbando (vontade não faltava, mas fiquei na dúvida sobre ele e não quis arriscar em tomar a iniciativa). Ficamos nesses amassos dentro do carro por duas horas, com moradores de rua remexendo sacos de lixo na nossa frente.
Eu senti a pegação diferente. Ele parecia ser alguém que de fato eu namoraria. Teve um momento em que eu estava sentada em cima dele, que ele falou:
– Por favor, só te peço uma coisa. Não machuca aqui não. – Apontando para o seu próprio coração.
Que tipo de cara fala isso no primeiro encontro? Ou ele era muito emocionado ou um cafajeste profissional.
Quem diria que quase 10 meses depois de eu ter postado a Parte 3 desta saga, eu retornaria para postar o Final Season do porquê eu e o finado Brigadeiro, paramos de sair. (Agradeçam as seguidoras do TikTok que pediram muito por esse desfecho! ?)
Posso dizer que foi difícil retomar essa escrita, pois, que vergonha alheia de mim mesma, do tanto que insisti para que ele continuasse ficando comigo. Preciso confessar que quando estou apaixonada sou muito paspalha, mas, quem não é? Não é mesmo? No entanto, foi um belo aprendizado olhar pra trás dessa maneira e reconhecer que, hoje em dia, independente da pessoa, eu jamais agiria assim novamente (assim espero, kkkkkk).
De lá para cá, tenho notado um certo padrão em mim, quando estou gostando de alguém. Eu me empolgo tanto com a pessoa (emocionada nível master), que acabo sendo intensa demais, muitas vezes roubando o papel do homem na relação.
Basicamente eles não precisam mais se esforçar para sair comigo, porque eu mesma já faço isso pelos dois. Então, demasiadamente tomo iniciativas (ahh mas que legal Sara, uma mulher que tem iniciativa), legal coisa nenhuma, rs. Homem não gosta disso. O homem é atraído pela conquista e se já tá conquistado, acabou o desafio.
E eu sou uma pessoa ansiosa, quero viver intensamente tudo com aquela pessoa e não tenho paciência pra esperar ele dar o próximo passo, então me antecipo e nisso vou colocando o cara numa posição extremamente confortável, de não precisar mais bolar programações para ficarmos juntos.
Bom, com este cidadão aqui foi assim desde o princípio, sempre eu me esforçando para que a gente ficasse, e isso é algo que preciso urgentemente mudar. Deixo essa reflexão para qualquer mulher que esteja lendo e se identificando com esse modus operandi.
Recapitulando a última postagem, após transarmos em casa naquele dia, tivemos alguns contratempos que nos impediram de manter a frequência semanal de encontros. Numa semana a mãe dele ficou doente, noutra eu que fiquei, e aí chegamos na seguinte conversa:
– Sem sexo pra vc então. – Ele debochou, após a minha mensagem desmarcando. – Vou ter que arrumar outro contatinho.
Daí respondi com umas figurinhas zombando das coisas que ele disse, e então continuou:
– Poxa logo agora, com os 3 meses batendo, rsrs. (Relembrando o que ele disse lá atrás, que quando ele está saindo com alguém, o prazo de validade é 3 meses.)
– Esse argumento não me assusta. – Rebati.
– Já enjoou.
– Alguém tinha falado de prorrogação. – Relembrei.
– Então, mas tá ficando muito sério.
– Acho que perdi essa parte. Está se baseando em que?
– Em tudo.
– Que subjetivo. Quero fatos.
– Gostar é subjetivo.
– Você está gostando?
– Rsrs.
– Eu sei que desde o início temos essa dinâmica em que vc se coloca reticente e cauteloso sobre nós, e estamos acostumados a nos provocar sobre isso, mas a essa altura esse tipo de interação não me causa mais divertimento. Acho muito mais valoroso quando a pessoa se apropria do que está sentindo e reconhece para si mesmo do que ficar nessa zona de conforto de só responder “rsrs” quando algo mais sério está sendo dito. – Sapateei em cima do boy.
– Sim senhora. Gosto da sua cia e me sinto bem com vc.
– Já é uma resposta melhor que “rsrs”. – Reconheci.
E ele não disse mais nada depois disso, sequer deu boa noite para finalizar a conversa. Daí, 72h depois, ele reapareceu:
– E aí, tudo bem com você?
– Oi. Estou sim e você?
– Quando não pode transar vc esquece que eu existo rsrs.
– Ué estou esperando você tomar a iniciativa de fazermos algo também rs.
– Sei. Virei seu toy boy.
– Estou um pouco chateada desde sábado e deve ter intensificado com a tpm.
– Chateada comigo?
– Não com vc, rolou um lance da audição e isso acabou me deixando sem paciência com o resto.
– Vc esquecer a coreografia? Isso acontece.
E daí mandei um textão contando detalhadamente tudo o que tinha acontecido. Achei bonitinho ele demonstrar todo aquele interesse e aproveitei para me abrir.
– Ninguém é superior a vc, para com isso. – Ele disse em algum momento, me consolando.
– Nem a Beyoncé? Rs.
– Nem ela, tirando o dinheiro, as pernas e peitos e o jay Z, sou mais vc.
– ?
Conversamos mais um pouco e então retomamos no dia seguinte, com o seu “Bom dia”.
– Melhor hoje? – Ele perguntou.
– Eu te falei que já estava melhor desde terça rs.
– Ontem, por eu ter feito vc falar, pensei que poderia ter ficado na bad.
– Fiquei na bad todos esses dias. Só consegui falar do assunto por já ter superado.
– Muito bom. Eu admiro muito vc! Sempre te falei que vc era uma jovem atriz/ jornalista, com grandes perspectivas. Vc é uma mulher forte vestida numa skin de Barbie frágil, só para enganar as pessoas.
Muito fofinho, né?? ? Me empolguei e soltei:
– Feliz dia dos namorados, ainda que não sejamos. (Era 12 de junho)
– Rsrs.
Depois retomei a conversa da parte que estava esperando ele tomar uma inciativa sobre sairmos:
– Mas de qualquer forma, isso se aplica. – Falei.
– Devo sair do ostracismo só depois do dia 15. Fico reflexivo, até deprimido, perto de aniversário e no final do ano. – O aniversário dele estava próximo.
– Ah sim, inferno astral. Compreensível. E quais os planos pro seu niver? Ficar enclausurado em casa?
– Nossa você me conhece tão bem. O plano é esse mesmo. Em casa, estudando.
– Podíamos fazer alguma coisa pra não passar em branco. Tinha comentado com vc sobre irmos naquele restaurante vegano, Camélia Ododó, lembra?
– Obrigado, mas vou ter que recusar.
– Ok.
– Desculpa.
– Não entendi o motivo da recusa, mas tudo bem. Imagino que será muito melhor e mais divertido passar fazendo o que você já faz todo dia.
– Não tem motivo.
– O que é pior ainda.
– Só eu sendo chato.
– Tô vendo. Você não toma iniciativa de fazermos algo e quando eu tomo você recusa. Quer parar de me ver logo?
– Nossa. Que brava. Eu sou assim.
Daí eu mandei uma figurinha que dizia:
“Fica com Deus, porque comigo não vai rolar”
– Eita. Tá me dando um fora por emoji.
– Eita digo eu.
– Essa é nova.
– Uma loira linda dessa te dando mole, se propondo de te levar pra almoçar no seu niver e você fazendo o difícil, ao invés de viver a vida. É inconcebível pra mim uma atitude dessa. Se você não faz questão de passar momentos especiais na minha companhia, não sei o que tô fazendo aqui. E não gosto dessa posição de ter que convencer alguém de algo. – Descarreguei sem dó nem piedade.
– Entendo. Na verdade eu sabia que chegaria neste ponto, geralmente minhas atitudes são interpretadas como um tanto faz.
– Não estou te pedindo em namoro, nem pra passar um fim de semana comigo, propus apenas um almoço, numa data que é importante pra você, visto que seus planos são mais do mesmo.
– É só uma inaptidão nata em manter qualquer relacionamento mesmo.
– Não sabia que um almoço era um relacionamento.
– Não gosto de aniversários prefiro não fazer nada. Mas foi bom isso acontecer, eu já achava que estava monopolizando o seu tempo mesmo. Agora que vc me deu um fora vai encontrar seu príncipe rsrs.
– Super monopolizando, uma pessoa que mal vejo. Não preciso de príncipe pra nada, eu me basto.
– Claro que sim, vc é foda, já falei. Eu realmente tenho problemas.
– Devia fazer terapia. Faço toda quinzena, recomendo muito. – Juro que não falei em tom grosseiro, queria mesmo ajudá-lo.
– Obrigado pela dica.
– Falo numa boa mesmo.
– Tô aceitando numa boa tbm.
– Pq ficar com esse papo de “tenho problemas” e não buscar ajuda, não faz o menor sentido.
– Eu sei que meu comportamento não é normal. Não tô justificando nada.
– Se você tem consciência disso, pq nunca buscou ajuda?
– Boa pergunta. Bom, talvez isso me protege de não quebrar a cara. Mas por outro lado, me afasta das pessoas.
– Isso não é necessariamente uma proteção, pq quando você tá bem resolvido consigo mesmo, não se abala com um coração partido, na vdd vai lidar muito bem com a situação. Pode ser confortável agora, mas a longo prazo você ficará cada vez mais sozinho. Hoje você tem sua mãe, seus familiares, no futuro, que você poderia estar vivendo uma coisa boa com alguém, estará empacado, sem nenhuma perspectiva. É isso mesmo que vc quer pra você?
– Não sei. Não vejo mais nenhuma perspectiva, nessa parte da minha vida.
– Mas poderia. Você é um homem super interessante, bonito, gostoso, inteligente, poderia ter a mulher que quisesse se saísse desse buraco que não sei quem te enfiou aí.
– Pois é, agora vc acertou em cheio, me sinto as vezes neste buraco, é um vórtice tão profundo e carregado quanto de um buraco negro, tenho medo de alguém cair aqui comigo e não conseguir sair.
A conversa foi ficando estranha. ?
– Só tento não machucar ninguém enquanto arrasto tudo. – Ele continuou. – De qualquer forma vc cruzar o meu caminho me fez muito bem, espero que não fique com raiva de mim.
– Pois então você deveria iniciar a terapia para ontem. Vamos cuidar disso agora? Me diga no que te fiz bem, se você tá preferindo me deixar ir do que se tratar para viver a vida de forma mais plena?
– Tudo acaba mesmo de uma forma ou de outra.
Ele estava muito derrotado.
– Acaba pq vc não está cuidando da sua mente.
– Ainda não. Um dia, talvez.
– Um dia?
– Agora não tenho tempo para ser doido.
– Nossa, eu não tô acreditando que estou lendo algo tão ignorante, vindo de uma pessoa tão inteligente e articulada.
– Você entendeu, não tenho tempo para essas questões. Gostei de ficar com vc, e as perspectivas que vc gerou.
– Que perspectivas foram essas, afinal?!
– Coisa minha. Não vou compartilhar.
– A sua saúde mental deveria ser prioridade.
– Minha saúde mental está ótima, desde que eu não pense em relacionamentos.
– Isso não é sobre relacionamentos. É sobre alguém que está infeliz na vida.
– Pois é, segundo Aristoteles a felicidade é o que todo homem busca. Duro é definir a felicidade.
– Ninguém é feliz todo o tempo, temos momentos de felicidade. Se você fizer terapia será guiado por esse caminho. Deixa eu te ajudar com isso? Posso procurar um terapeuta pra você. Você já fez alguma vez na sua vida?
– Não precisa, obrigado! ?? Eu vou ficar bem.
– E eu não te dei um fora, falei dessa sexta. Que ESSA SEXTA você ia ficar com Deus. – Tentei salvar a conversa, pois, de fato não era um fora definitivo, mas a prosa tinha tomado um rumo estranho, que corrigir isso foi ficando cada vez mais distante.
– Me deu um fora e mandou eu fazer terapia. Mas tá tudo bem.
– Eu falar pra você fazer terapia só mostra o quanto eu me importo com vc. Isso não deveria ser visto como ofensa.
– A gente pode continuar amigos pelo menos?
– Eu quero continuar transando também.
– Rsrs.
– Inclusive queria agora. Pode vir? Vc tá aqui do lado? – Tentei trazer um tom mais leve e divertido pra conversa.
– Eu tô. – Ele trabalhava perto da minha casa.
– Então vem?
– Não vou não.
– Ué.
– Acho que vc tá certa. Nada a ver eu te colocar nessa situação.
– Vem aqui, a gente transa, conversa um pouco e depois você vai embora, se assim quiser.
– Não é isso, mas vc me fez refletir. Pra que tudo isso?
– Vamos refletir juntos na minha cama. – Eu tava tarada.
– Ok o sexo é bom, mas pra que continuar? Não vai levar a lugar nenhum.
– Pode não levar a lugar nenhum hoje, que você tá aí cheio de paranóias. Mas quando vc decidir fazer a terapia, vai expandir a sua mente. Sério, se vc não vir eu vou ficar muito chateada. Somos adultos. Sexo bom não se recusa.
– ? não tô afim não. Já me sinto mal por não te dar a atenção q vc merece, tbm sempre acho q vc merece mais do q posso te oferecer.
– Mas tem coisas bobas que você poderia me dar e que não te daria trabalho, como vir aqui, conversar olhando olho no olho, como dois adultos que somos.
– No final das contas os 3 meses deram certo. Toda vez que transei com vc, eu gostei, além do sexo de ficar e sentir vc. Não sei se agora isso vai acontecer.
– Só vindo pra descobrir ué. Bom que se não rolar já encerramos os três meses com certeza. Com direito a despedida
– Acho que a gente já encerrou. Só não tínhamos percebido.
– Então tá, você não vai se dispor a vir? Prefere ficar falando essas merdas por mensagem mesmo?
– ??
– Espero que esteja feliz com a sua escolha. Boa noite.
– Não tô feliz. Boa noite.
– Eu devo mesmo ter o dedo podre pra homem, pq nem um contatinho só pra sexo não consigo. Impressionante rs.
– Rs acho que deve ser mais fácil ter um namorado do que um contatinho.
– Dá pra ser um homem adulto e vir aqui finalizar a nossa história direito? – Insisti mais uma vez.
– Pq finalizar, vc não vai mais ser minha amiga? A gente só não vai mais transar.
– Então seja meu amigo e vem me oferecer um ombro amigo. Acabei de romper com o cara que eu tava saindo.
– Kkkkk. Você é boa. Mas neste caso eu estou impedido de atuar, tendo em vista o meu interesse no feito.
– Estou te delegando sua primeira missão no seu novo cargo.
– Rs, Jornalistas são tão boas com as palavras, quanto advogados.
– Obrigada por reconhecer o meu árduo trabalho de te fazer mudar de ideia.
– Você é demais.
– Mas o reconhecimento mesmo que eu gostaria, era o seu ombro amigo aqui então.
– Isso não vai te fazer bem. Eu sei que pra mim não vai.
– Para de sofrer por antecipação.
– Mas de toda forma eu tenho que estudar, muito mais agora. Eu ia te deixar na mão mais cedo ou mais tarde.
– Que eu saiba você não terá nenhuma prova ainda essa semana, então essa desculpa é fraca.
– Tenho algumas chegando em julho e abriu ontem MP MG.
Enfim, ele não cedeu.
Nos dias que se seguiram as conversas continuaram, mas nada demais. Fiquei com a sensação de que ele não fodia, nem saía de cima. Não queria mais continuar transando, no entanto, me enviava foto dele na academia, ou da granola que comíamos aqui em casa, dizendo: “eu não vou te esquecer nunca”, e em outra conversa, ele disse o seguinte:
– Bom, já que a gente parou de ficar, eu posso te contar. Eu ia nessa academia esporadicamente quando tinha algo pra fazer pelo Centro, um dia te vi de quarta, então percebi que era o dia fixo que vc ia, então eu ia só pra te ver, mas nunca foi, nem será a minha academia preferida. – Justificando o fato dele não ir treinar mais na mesma academia, depois que começamos a ficar.
– Pq você precisou esperar não estarmos mais ficando pra me dizer isso?
– Só para vc não se achar.
– Então você já tinha me notado antes de eu te notar? Quanto tempo levou pra eu retribuir o seu interesse?
– Menos de um mês.
– Ou seja, você ficou interessado em mim antes de eu ficar em você, ainda assim fez todo aquele jogo duro, como se só eu tivesse interessada e depois ainda me deu um pé na bunda. Muito bacana suas atitudes comigo.
– Não era pra gente ter ficado. Desculpa por todo o resto.
– Ai por favor né. Se você ficou indo na academia só por minha causa, o seu interesse era só olhar então?
– Sua figura me agrada. Já te falei isso.
– Só pra olhar?
– Esse era o plano.
– Basicamente você só foi pra essa academia até conseguir o que não queria.
– Falando assim, parece q eu articulei um plano mirabolante para te levar pra cama.
– E ainda me descartou depois que perdeu a graça pra você.
– Nossa.
– Não faz o menor sentido pra mim, se você já tinha me curtido, antes mesmo de eu curtir você e romper comigo quando ainda está bom.
– É melhor parar quando ainda está bom, assim ficam ótimas lembranças.
– Então você começou já planejando o fim. Tudo arquitetado. Depois ainda fala de responsabilidade afetiva.
– Não. Mas sabia que o fim era iminente.
– Fortaleci o seu ego, da menina que você tá de olho na academia se interessar em dar pra você, e aí quando já usufruiu tudo que queria, saiu fora.
– Não é isso. Eu amei ficar com vc, sua intensidade é no ponto certo, vc está pronta, vc brilha e isso talvez assuste homens fracos. Eu queria estar pronto do mesmo jeito que vc, não acho justo vc perder tempo comigo ou qualquer outra pessoa que não esteja na mesma sintonia que vc. Isso me deixa mais triste ainda comigo, nessa altura da minha vida já era para eu estar pronto em todos os sentidos.
Enfim, rolaram mais algumas conversas, que me dá extrema preguiça de trazer aqui. Sempre ele justificando que não poderia se relacionar antes de alcançar seus objetivos profissionais e que não poderíamos continuar como estávamos, visto que ele achava que eu merecia muito mais do que ele podia me oferecer.
Decidimos o caminho da amizade, mas é claro que isso também não deu muito certo. Marcamos um treino na academia, num dia que eu não tinha Personal, e vocês acreditam que ele conseguiu ser escroto no treino? Não teve a menor delicadeza de ajustar os equipamentos pra mim, sabendo que temos altura e porte diferentes e eu treino com Personal, logo, não tenho as manhas de ajustar os equipamentos, tal como ele, que sempre treinou sozinho. Ainda zombou num momento que reclamei do banco não estar proporcional para o meu treino, dizendo: “Você acha que eu sou seu Personal pra arrumar tudo pra você?”
Em outro momento ele foi ainda pior, quando o flagrei olhando para os meus peitos. Propositalmente é claro que fui treinar com um top interessante, que valorizasse o meu colo e quando vi ele olhando, brinquei: “Está olhando pros meus peitos?”, e ao invés dele se apropriar disso, entrar na brincadeira e talvez até levar para um contexto mais sexual, ele fez um comentário tão infeliz, menosprezando o meu corpo, dizendo: “que peitos?”, me senti na quinta série. Ele ficou com vergonha por ser confrontado e se protegeu me ofendendo. Sério, que homem adulto e maduro agiria dessa maneira? Minha vontade foi de ir embora naquele mesmo momento, mas achei que essa atitude seria de uma garotinha mimada, então continuei, mas fechei a cara na mesma hora, foi difícil engolir essa e seguir com o treino numa boa.
– Não gostei da forma como você se referiu ao meu corpo hoje na academia. – Falei depois, por mensagem.
– Eu percebi. Besteira sua pq eu sempre gostei do seu corpo. Mas peço desculpa e não falo mais nada sobre nada.
– Tem certos temas que são sensíveis para fazer brincadeira. Da mesma maneira que você não gostaria se eu fizesse comentário zombando do seu pau. Percebi que não fez na maldade, mas ainda assim achei bastante indelicado na hora. Enfim, fica de aprendizado para você, nunca mais faça brincadeiras desse tipo com nenhuma mulher, que nunca vai pegar bem.
– O que tem meu pau? Rsrs. – É sério que ele se achava esse gostosão todo, com aquele pau fino?
– Está perguntando dessa forma prepotente pq?
– Rsrs.
Fiquei com muita vontade de falar o que eu realmente achava do pau dele, mas optei por ser elegante e deixar pra lá, pois ia parecer reatividade minha e não que eu achava que era fino mesmo.
Mas a tentativa de amizade encerrou completamente dois dias depois. Meu gato estava tendo crise de espirro, algo que nunca tinha acontecido antes, me deparei com tal adversidade e fiquei desesperada, várias idas ao veterinário, buscando entender o que estava acontecendo.
Enfim, em meio a todo esse caos, determinado dia, enquanto eu estava indo para a academia, quis otimizar o tempo e liguei para a clínica veterinária com o objetivo de marcar uma consulta. Eu nunca mexo no celular na rua, sei dos assaltos, mas eu tava tão preocupada com o meu gato, que ignorei tudo isso. E aí, enquanto eu estava falando com a atendente, um filho da puta de bicicleta passou e roubou o meu celular. A merda nunca vem sozinha.
– Pintadinho tá melhor? – Ele perguntou naquele mesmo dia, a noite.
– Não. ? – E enviei um vídeo dele espirrando sem parar.
– Tadinho.
– Estou exausta. Comprei até um inalador hoje. Isso que é só um gato, imagine se fosse uma criança. ??
– Eu imagino.
Eu tinha comentado com ele que a única coisa diferente que tinha entrado dentro da minha casa, foram umas flores que eu tinha ganhado (de um cliente), mas que a veterinária esclareceu que orquídeas não causam alergia em pet. E ele pareceu um pouco enciumado, dizendo para eu falar para o meu admirador secreto do prejuízo que tinha me dado, meu gato espirrando, meu IPhone roubado e mais os gastos veterinários.
– Eu sempre vou culpar as flores. – Ele finalizou, debochando.
– Acho que mais importante do que apontar culpados é focar na solução. – Me irritei.
– Sim, vc eu posso ficar só culpando mesmo.
– Te acho um pouco babaca as vezes, olha esse seu áudio, rindo e debochando, “esse gato aí”, não é “esse gato aí”, é o Pintadinho, vulgo meu filho. – Foi nesse tal áudio que ele reclamava das flores e do meu “admirador secreto”.
– Vc q disse que é só um gato. – Ele resgatou da parte que eu falava “Isso que é só um gato, imagine se fosse uma criança.” – Adoro o Pintado, mas realmente sou meio babaca mesmo.
– Pois saiba que a pessoa que me deu as flores foi a mesma que me ajudou com o problema do celular, mesmo sem ter nenhuma ligação de que foi culpa das flores. Diferente de certas pessoas que quando tem a oportunidade de estar comigo, fica fazendo piadinha de mau gosto, inferiorizando o meu corpo. E mesmo vendo que me chateou, não teve a menor humildade de se desculpar na hora. Te falta muito tato pra lidar com mulheres.
– Ok.
– Boa noite. – Finalizei irritada.
– Pois é. Paramos por aqui. Boa noite.
Daí, meia hora depois, ele voltou na conversa, dizendo o seguinte:
– Só era brincadeira com um pouco de ciúme envolvido, e as piadinhas de mau gosto, eram só piadas, pela quantidade de vezes que a gente transou, pensei que era evidente que gosto do seu corpo. Mas percebi que a gente não pode ser amigos, pois sempre vai ficar um mal estar, vou ter que ficar medindo palavras para não parecer ofensivo e isso demanda mais energia que o próprio relacionamento. Então é isso, te desejo tudo de bom, melhoras para o Pintadinho e sorte com o cara das flores.?
Eu nem respondi. Já estava de saco cheio das atitudes dele e percebi que era importante pra ele, parecer que era ele que tava colocando um ponto final na história.
17 dias depois ele postou no status do WhatsApp a seguinte frase:
“Será que todo ***** (o nome dele) está destinado a ser um cuzão?”
Não me aguentei e cutuquei:
– Está lidando bem com a solidão?
– Lido melhor com ela do que magoar as pessoas.
E foi isso. Nunca mais nos falamos. Deixei de segui-lo no Instagram e quando ele percebeu, retribuiu.
Paramos de ficar em junho de 2024 e desde então não consegui ter qualquer envolvimento mais profundo com ninguém. Está mesmo muito difícil se relacionar hoje em dia.
Esses dias, uma seguidora sugeriu uma pauta completamente inédita, em um dos meus vídeos no TikTok:
Isso me fez refletir muito e cheguei à conclusão de que não poderia simplesmente gravar um vídeo respondendo, sem mencionar o quanto cada conquista significou pra mim. E nada como um post escrito para esmiuçar mais esse assunto. Vamos começar com o meu objetivo principal, que me motivou a iniciar na atividade:
A vontade de sair de casa
Desde nova sempre quis ter o meu próprio dinheiro. Ainda na adolescência, por volta dos quinze, dezesseis anos, revendia Avon e fazia bordados em roupa (uma vizinha pegava roupas para bordar de uma fornecedora, bordado este feito com miçangas, vidrilhos, paetês e etc, e distribua para suas “funcionárias”), tínhamos prazo para entregar as peças e o valor da mão de obra era muito baixo, coisa de R$ 0,25 por peça (a mais cara que bordei foi R$ 1,00 por ser jeans, uma coisa horrível, o dedo ficava todo furado da agulha), o máximo que pude tirar num mês bom, em que me matei de bordar, foi R$ 50. Pra você ver como pagava pouco, rs.
Também sempre tive muita vergonha do lugar onde eu morava. Bairro ruim, barulhento (os vizinhos ligavam o carro de som bem alto no meio da rua), casa simples e pequena, sem reboco… eu tinha vergonha de levar qualquer amiga lá.
Então minha grande ambição sempre foi sair dali. Ir morar num lugar bonito, que eu me sentisse segura, sem goteiras no telhado, sem entulho na porta de casa quando chovia, enfim, nunca me conformei com a pobreza.
Antes de ingressar neste meio, trabalhei em call center, como recepcionista em uma escola de idiomas, vendedora numa agência de viagens e meu último emprego CLT foi na loja de uma companhia aérea, vendendo passagem. Quando decidi começar a trabalhar com os encontros, não vi essa oportunidade com maus olhos, pelo contrário, me empolguei muito com a ideia, obviamente pela questão financeira, mas também pela aventura sexual, pois, sempre fui muito interessada em sexo, mesmo antes de fazer de fato. Aprendi, sozinha, a me masturbar, muito nova, e, ainda virgem, me masturbava, fantasiando que estava transando com algum cara que eu tava a fim naquele momento. (Já rolou até com personagens de filmes, rs, muito tarada). O curioso era que na presença desses tais caras eu era muito tímida, mas, sozinha, em casa, eu me acabava na imaginação. Enfim, tudo isso pra dizer que realmente me encontrei nessa atividade.
Ao iniciar, o intuito era unir o útil ao agradável e juntar o montante necessário para comprar um apartamento à vista. Por que apartamento e não casa? Achava sofisticado, seguro, elegante, sempre me imaginei morando em um. Iniciei em janeiro de 2015 e em dezembro de 2016 me mudei para a minha primeira moradia sozinha. De aluguel mesmo, queria viver essa experiência logo e esperar até completar o montante do imóvel à vista, me pareceu adiar um sonho de algo que eu sequer sabia se estaria viva para realizar, se demorasse muito, afinal, nunca sabemos o dia de amanhã. Então chegamos aqui na minha primeira 1º conquista: A Independência. Fui morar sozinha, num condomínio grande e muito aconchegante, próximo do Centro de Guarulhos. Foi um belo upgrade de moradia e localização.
Depois meu sonho passou a ser comprar aquele apartamento que eu morava, mas, após um ano morando nele, fui convencida a me mudar para São Paulo, afinal, eu ia e voltava todos os dias para atender e cursar a faculdade de Jornalismo, que ingressei no mesmo mês em que iniciei os encontros.
Chegamos então na 2º conquista: Conquistei um sugar daddy que me ajudou bastante e graças a ele me tornei uma moradora paulistana. Me mudei para São Paulo e morei por alguns meses na Av. Brigadeiro Luís Antônio.
Com influência de um outro cliente, consegui tirar meu visto para os Estados Unidos, algo que, alguém na minha condição, estudante universitária, sem emprego fixo, jamais conseguiria sozinha. O plano era que eu viajasse com ele, mas a viagem acabou não dando certo, porém, meu visto sim e aí viajei sozinha para Miami, para assistir ao show da Taylor Swift no Hard Rock Stadium! ? Chegamos então na 3º, 4º e 5ºconquista: Visto para o país que eu sempre tive muita vontade de conhecer; a oportunidade de fazer uma viagem internacional sozinha e a chance de assistir ao show de uma artista que eu sou muito fã e que, até então, nunca tinha vindo para o Brasil. (Para ler o relato dessa viagem, só clicar aqui.)
Deixo aqui o meu agradecimento a esse cliente que me ajudou e infelizmente não viajou. ?
Não vou citar a faculdade de Jornalismo como uma conquista advinda do “Job”, pois, quando ingressei, pagava as mensalidades com o meu salário CLT, contudo, o meu TCC, um livro documentário com o tema: “O Preconceito com a Prostituição” (o qual tirei a nota máxima), sim, pois só fiquei interessada em abordar este assunto, por trabalhar nesse meio. E também, posteriormente, pude pagar pelo curso de atuação na Escola de Atores Wolf Maya, que foi mais caro que a faculdade, cujo curso eu jamais teria condições de arcar, se não tivesse essa renda mais abundante. Então chegamos na 6º e 7º conquista: O TCC de um tema que só tive interesse e conhecimento por trabalhar com isso; e os recursos necessários para poder cursar uma outra área que despertou o meu interesse nesse processo.
No final de 2018, no mesmo ano em que viajei para os Estados Unidos pela primeira vez, alcancei uma outra conquista ainda mais significativa, a que me motivou a entrar para esse trabalho: A aquisição do meu apartamento!! ?? Curioso que quando me mudei para a Brigadeiro Luís Antônio, minha mãe profetizou que dali eu sairia para o meu próprio, e assim foi concretizado. Eis então, minha 8º conquista. ?
Deixo aqui o meu agradecimento para o meu ex sugar daddy, que contribuiu muito para esse sonho. ?
No começo de 2019 me formei (em Jornalismo), me mudei para o apê novo, e aí nasceu um segundo sonho dentro de mim: Proporcionar o mesmo para a minha mãe. Queria que ela também deixasse de morar naquele bairro feio que eu detestava ir para visitá-la. Mas, como nesse momento era um sonho que necessitava de maior planejamento, fiz o possível para tornar a sua moradia mais aconchegante, chegando então na 9º conquista: A reforma da sua casa. Rebocamos, colocamos piso, azulejo, telhamos uma parte do quintal, tudo que foi possível fazer para melhorar aquela estrutura precária, fizemos. O que até valorizaria a venda do imóvel depois.
Posso colocar como 10º conquista, meu relacionamento com um ex cliente que resultou em casamento, durante a pandemia. Não no papel, mas moramos juntos por um ano e pouquinho, fazendo com que eu parasse com as atividades nesse período. Vivi uma experiência de relacionamento completamente nova, que foi muito boa para o meu desenvolvimento pessoal. Descobri como é ser bem tratada, como também que não gosto de ser limitada. Pude conhecer mais sobre mim mesma.
Ao retornar para os atendimentos, em 2022, chegamos a minha 11º conquista: Mais viagens internacionais! Pude realizar o sonho de conhecer Paris, depois também viajei para Londres, Roma, Bogotá e Nova York. Só quem já viajou pra fora sabe como é uma experiência gostosa. (Lá no começo também viajei para o Chile, Argentina e Uruguai.) E detalhe, todas essas vezes, com tudo pago pelo cliente.
Falando em viagens, não poderia deixar de citar a 12º conquista: A oportunidade de fazer Cruzeiro. Graças a esse trabalho, pude viver tal experiência três vezes! Duas com clientes e uma viajando com a minha mãe, para que ela também conhecesse.
Ainda falando em viagens, vamos a 13º conquista: Assistir apresentações artísticas em outros países. Conheci o cabaret “Crazy Horse” em Paris, no qual fiquei apaixonada! ? (Atrações com temática sensual, música e dança, me atraem bastante.) Também assisti a peça “Moulin Rouge” duas vezes! Sendo uma em Londres e outra em Nova York, (amei tanto esse espetáculo, que vê-lo, de novo, em outro país, foi como assistir pela primeira vez, senti a mesma emoção). Assistir aos famosos espetáculos da Broadway, ir ao museu de cera em Nova York, são conquistas culturais que não poderia deixar de citar também. Ainda assisti a um espetáculo musical de ópera em Paris! (Tudo bem que eu dormi durante a apresentação, tava muito cansada com a rotina de turista, dorme tarde e acorda cedo, mas valeu a experiência!) Consumir cultura e entretenimento é um dos meus hobbies, então imagine como me senti, conhecendo representações artísticas mundo a fora. ?
Na 14ºconquista, preciso mencionar a Disney!! Não fui na de Orlando (ainda), mas a de Paris deu pra sentir o gostinho!! ?
Agora vamos para conquistas mais sérias. Pude assumir a responsabilidade de oferecer um plano de saúde melhor para a minha mãe. Fiquei indignada com a qualidade do seu antigo convênio, (o que ela podia pagar), uma vez que precisei acompanhá-la numa cirurgia, e ali me despertou um alerta. Eis então a 15º conquista: Poder proporcionar um acompanhamento médico melhor para a pessoa mais importante da minha vida.
Falando nessa mulher maravilhosa, responsável por eu estar nesse mundo, ao voltar para os atendimentos, pude realizar o meu segundo principal sonho: Uma moradia melhor para ela! Cinco anos após a aquisição do meu primeiro apartamento, pude adquirir um segundo para a minha véia. E sabe o que é mais incrível? Consegui exatamente naquele condomínio grande que morei sozinha! Não o mesmo apartamento, um ainda maior! ?? Deus é pai e não padrasto! (Os haters vão ficar loucos comigo usando o nome de Deus nas minhas conquistas como acompanhante. ?) A 16ºconquista foi muito, mas muito significativa. No mesmo instante em que eu estava no uber, em Londres, me locomovendo do aeroporto para o hotel, minha mãe estava pegando as chaves com a corretora, foi um dos momentos mais felizes de nossas vidas! ?
Agora voltando a falar de estudos, é claro que não parei na escola de Atores Wolf Maya, como 17º conquista, pude participar da montagem de um musical, com o empurrãozinho de um cliente, (ele tinha essa parceria com a instituição por eles locarem o seu teatro) que me deu esse curso de presente. Vivi essa experiência por um ano, resultando em seis belíssimas apresentações em São Paulo. (Clientes mais íntimos me assistiram e super gostaram! ?)
Deixo aqui um agradecimento a esse cliente que acreditou no meu talento. Merda pra gente! ?
Como 18º conquista, ainda mantendo a linha dos estudos, posso colocar aqui as aulas de canto, dança, de interpretação, Workshops que pude fazer, tudo em prol do meu desenvolvimento como artista, graças a essa renda e a disponibilidade de tempo, que nenhum trabalho CLT me concederia.
Agora falando de conquistas supérfluas, presentes caros, na 19º conquista, vamos de bolsa Louis Vuitton, outra da Yves Saint Laurent (essa eu mesma comprei), pulseira da Pandora com vários charms, anel da Tiffany, acessórios da Gucci, perfumes importados, entre outros… os clientes são mais generosos do que qualquer homem que já me relacionei na minha vida pessoal.
No início desse ano atingi a 20º conquista: Me tornei uma mulher motorizada! ? Vrum! Vrum! Já tinha carta de motorista desde os dezoito anos, mas, pela falta de prática, tinha medo de dirigir. Após demasiados estresses com motoristas de aplicativo, que odeiam levar e buscar em motel, e taxistas folgados, que param longe e não manobram de volta, de propósito, decidi dar um jeito nisso, não dependendo mais deles. Fiz algumas aulas em dezembro do ano passado e em janeiro já rompi essa barreira! (Que delícia ter mais essa independência!! ??)
Para fechar, com a 21º conquista, coloco aqui o meu desenvolvimento sexual por me relacionar com diversos tipos de homens. Alguns preconceituosos dirão: “Credo! Dez anos transando com tudo que é macho”, mas eu vejo com outro olhar: “Dez anos descobrindo os prazeres, ao estar na intimidade com outras pessoas.” Esses homens me mostraram como é sentir prazer, cada um a sua maneira. E mesmo aqueles que não foram bons, também me ensinaram algo, graças a eles pude descobrir o que eu não gosto, o que eu não quero e o que eu não aceito. Tem coisas que eu fazia antes e hoje não faço mais e tem coisas que antes eu não fazia e hoje eu gosto. Um constante aprendizado. Me desenvolvi muito como pessoa e como mulher, desenvolvimento esse que não viria vivendo a minha antiga vida.
Obviamente nem tudo foram flores, (é importante destacar, senão vão dizer que estou glamorizando), mas quem disse que a vida é flores o tempo inteiro? Não somos felizes 100% do tempo, não fazemos o que queremos a todo momento. Em qualquer profissão terão dias bons e ruins, o importante é o bom se sobressair. Dou bastante destaque para as coisas boas sim (e não estou romantizando), pois são elas que fazem tudo valer a pena. As coisas ruins deixo para entretenimento, na sessão “Clientes Desagradáveis” e “Soltando o Verbo”, se deleite!
Sempre bom lembrar, que o intuito das minhas postagens não é incentivar que outras mulheres entrem no “Job”, que isso seja uma vontade genuína delas mesmas. Ninguém me influenciou a entrar nesse meio, além da minha própria ambição e vontade. Sim, eu tenho a Mentoria para mulheres que querem ingressar, mas não com o intuito de incentivar ou lucrar, tanto que sempre peço para que leiam essa postagem antes de tudo e reflitam sobre os aspectos psicológicos, e o investimento cobrado é simbólico, apenas para dificultar para as curiosas, senão toda mulher entraria em contato querendo, só pelo entretenimento. A mentoria foi lançada justamente para que essas mulheres ambiciosas e sem nenhuma vivência no assunto, não caiam em situações ruins, aumentando ainda mais o percentual de profissionais do sexo traumatizadas.
Enfim, então por que compartilho? Apenas para que, quem sabe, possa tocar o coração daquelas pessoas preconceituosas, que acham que nada de bom pode surgir disso. Para que vejam que aquilo que elas apontam como indigno, sujo e ruim, talvez não seja desse jeito. Vivo muito bem com o que eu faço, sou bem resolvida, em paz com a minha consciência, e tenho um legítimo apreço pelo sexo. A mulher tem todo o direito de gostar de transar tanto quanto o homem, e ainda poder ganhar com isso é incrível. A profissional desse meio merece respeito.
P.S.: Não falo pelas que não gostam e entram nessa por extrema necessidade. Essas eu concordo que jamais deveriam.
Ainda não alcancei tudo que almejo, mas estou no caminho.
Acho que nunca contei nessas páginas sobre o meu último relacionamento. O tal que morei junto e que parei de atender por conta dele. Sempre fui muito discreta em relação a ele, pela forma como nos conhecemos: era cliente. Mas ao contrário do Habib e Fenomenal, já relatados aqui, que me deixei envolver e eram casados, com este o curso da história foi totalmente ao contrário.
Na primeira vez que saímos, ele também era comprometido, casamento nas últimas, até me mostrou a foto da esposa e me surpreendi que ela fosse tão mais bonita do que ele. Sobre o nosso encontro, sinceramente falando, não gostei muito. Não me atraiu em nada e a parte sexual também não teve nada de surpreendente.
Meses se passaram e ele voltou a me procurar. Desta vez, recém separado, reconstruindo sua vida. Neste encontro lhe fiz uma deliciosa massagem tântrica – lembro dele dizendo que tinha sido muito intenso –, e ao final do encontro lhe indiquei um filme que o ajudaria muito nesse processo de “voltar pra pista”, chamado “Amor a Toda Prova”, pelo nome parece um filme mela cueca, mas, pelo contrário, tem uma trama muito interessante e condizente com esse momento de vida, do homem mais velho que termina um casamento de anos e precisa reencontrar a sua masculinidade.
Mais alguns meses se passaram, até que ele voltou a me procurar. Agora o atendimento foi direto no seu apê de homem solteiro. Eu fiquei bastante surpresa quando ele abriu a porta, estava repaginado! Tinha deixado a barba crescer, fez uma tatoo grande no braço e tinha emagrecido! Uma outra versão muito melhorada. ??
– Adorei a dica do filme, me ajudou bastante. – Ele reconheceu, agradecido.
Se tornou meu cliente fixo, saindo comigo toda semana, inicialmente encontros de 4h que passaram a ser pernoite. Com o passar do tempo, atender ele não parecia mais trabalho, ele me tratava como uma legítima namorada, cozinhava pra mim – e mandava muito bem, poderia abrir um restaurante que seria sucesso –, assistíamos filme juntinhos no sofá, me levava pra jantar fora, enfim, dates que fugiam do estereótipo sexual de programa.
Na última vez que saímos pagando, lembro dele ter contratado um pernoite de sexta para sábado e no dia seguinte eu não queria ir embora. Tive que decidir naquele momento se ultrapassava essa linha ou não, e acabei decidindo por sim.
– Você sabe que essa é a última vez que você sai comigo pagando, né? – Admiti pra ele.
– Ainda bem, já estava ficando sem dinheiro. – Ele brincou, rs.
Logo mais veio a pandemia, o que intensificou ainda mais o nosso envolvimento. Em um mês saindo, sem que houvesse mais a parte financeira envolvida, oficializamos o namoro.
– Você está namorando com essa *******? Todo fim de semana só fica com ela! – Um amigo dele o questionou, e ele estava me contando.
– E o que você respondeu? – Perguntei.
– Que sim.
– Você me pediu em namoro, por acaso?
– Precisa pedir?
– Mas é claro!
Daí ele se ajoelhou e me pediu em namoro, fazendo toda uma cena. Foi muito fofinho. Confesso que levei algum tempo para desvincular a sua imagem a de um cliente. Muitas vezes tinha receio de compartilhar alguma coisa dos encontros, pensando nele como um cliente também, como se eu estivesse sendo antiética, não o vendo como alguém que eu poderia compartilhar qualquer coisa. Foi uma delícia quando a minha chavinha virou e já não o via mais como alguém que um dia precisou pagar para sair comigo.
No começo ele lidava bem com o meu trabalho, mas conforme foi ganhando mais importância na relação, começamos a ter sérios desentendimentos, por ele não se sentir confortável de eu continuar atendendo, com receio de que da mesma forma que me envolvi por ele, também me apaixonasse por outro. Quando completamos um ano de namoro, decidimos morar juntos, como uma forma de reduzir os meus gastos. Foi nesse período que criei minha conta no OnlyFans, com o intuito de migrar a minha fonte de renda.
E lá fomos nós, entramos de cabeça nessa vida a dois. Coloquei meu apartamento pra alugar, ele também saiu do que ele estava e nos mudamos para um maior. Me senti muito feliz durante esse período, estava completamente apaixonada, já imaginando o dia que nos casaríamos oficialmente e teríamos filhos.
Ele tinha uma vida social bastante ativa, todo final de semana íamos para eventos diferentes com a sua turma, sempre viajávamos com dois casais de amigos, festas, churrascos, esse povo rico sabe viver a vida. O curioso é que nunca consegui me conectar completamente com as namoradas/esposas dos amigos dele. Isso me incomodava muito por dentro, como se eu não me encaixasse naquele meio. Não que elas me tratassem mal, muito pelo contrário, mas nunca rolou uma amizade profunda, organicamente.
Tentei fazer dar certo a minha carreira de atriz, trabalhando em alguns eventos, mas nada que me trouxesse a renda que eu tinha antes, é claro, o que, com o passar do tempo, começou a me gerar incomodo. Uma vez, o chamei pra conversar e falei sobre eu voltar a atender, apenas para estruturar a minha saúde financeira, já que parei de atender abruptamente por conta do nosso relacionamento – ele bancava a casa, nossos passeios e viagens, mas as minhas despesas mensais ficavam por minha conta –, e ele não foi nada flexível, dizendo que se eu voltasse a atender, terminaríamos. Egoísta. Pensando apenas na sua insegurança masculina, mesmo as minhas contas não fechando, todo mês no vermelho, desde que começamos a morar juntos.
Com o passar do tempo, o meu sentimento por ele foi diminuindo, uma vez que eu precisei me diminuir para estar com ele. Eu não tinha mais autonomia financeira, não podia mais fazer as coisas que eu gostaria, como aulas de canto e dança para me desenvolver nas artes, eu nem andava mais de uber e também tive que reduzir o amparo que fornecia a minha mãe. Me vi num grande retrocesso de vida. Tinha saído de casa, aos 25, pra ter a minha independência, pra agora estar presa num pseudo casamento, sem nenhum puto no bolso.
Por outro lado, eu não tinha o que me queixar dele. Era um lord comigo, cozinhava pra mim, me tratava como uma rainha. Pagou até coach profissional para que eu descobrisse outras áreas que eu pudesse me desenvolver profissionalmente. Mas num destes tantos testes que precisei fazer com ela, descobri que estabilidade financeira é um valor muito importante pra mim, e talvez por isso que eu estivesse cada vez mais tão incomodada de continuar naquele relacionamento.
A chavinha não virou do dia para a noite. Aos poucos fui ficando sem paciência, sem vontade de transar e calhou dele passar um mês fora viajando a trabalho. Eu ainda mantinha as minhas redes sociais da Sara e, um dia, enquanto ele viajava, decidi responder uma mensagem no Twitter, em que a pessoa me perguntava se eu atendia casal. Num primeiro momento respondi que não mais e indiquei a Manu Trindade. Mas depois voltei na conversa e especulei para quando gostariam. Eu não confirmei que os atenderia, no entanto, cogitei essa possibilidade.
Para o meu azar – ou não –, o meu Twitter estava logado no celular dele. Ficou furioso e desconfiado de que eu já estivesse atendendo escondido, já que ele estava o mês inteiro fora. Eu não estava, mas também não fiquei me desculpando por nada, não era novidade que eu estava sem dinheiro e chegou um certo ponto em que comecei a pesar na balança o que era mais importante, um relacionamento ou minha independência financeira. Diante das circunstâncias, continuar com ele já não tinha mais o mesmo brilho e vê-lo me acusando de estar atendendo pelas suas costas, me causou mais revolta ainda, pois, odeio ser acusada de algo que não fiz. Por outro lado, suas acusações me fizeram me imaginar naquele cenário – o de estar atendendo novamente – e gostei de me ver nesse lugar, tendo a minha antiga vida de volta.
Nesse momento o jogo inverteu. Vendo que eu terminaria com ele para voltar aos atendimentos, ficou mais flexível, querendo ceder a um pedido meu do passado, quando propus que eu voltasse a atender até me estruturar financeiramente. Mas agora era tarde demais, eu não queria ter que ficar mais dando satisfação para ninguém e voltar a ter a minha total liberdade para fazer o que eu bem entendesse. Lembro como se fosse ontem a nossa conversa que culminou no término, foi a mais difícil que conduzi em toda a minha vida.
Ele chegou de viagem e me buscou no meu trabalho de atriz. Ali eu vi que não sentia mais nada por ele, pois fazia dias que não nos víamos e eu sequer estava com saudade. Ele tentou me beijar no carro, mas me esquivei da sua investida e falei que em casa conversaríamos, eu que não ia lhe provocar emoções enquanto dirigia. Quando chegamos, na maior calma, falei que ia tomar banho e enquanto eu estava no chuveiro, estruturei toda a conversa na minha mente. Eu sabia o que eu queria, mas não sabia como colocar pra fora de forma condizente, mas, conforme aquela água caía sobre a minha pele, veio tudo naturalmente.
Nos sentamos na sala e então comecei.
– Eu não estou mais feliz nesse relacionamento.
Pausa.
– Sinto um carinho e gratidão enorme por você, mas, os sentimentos que mantém uma relação viva, eu já não sinto mais. – Continuei.
Mais pausa.
– Quero voltar a atender e ter a minha independência financeira de volta.
– Não tem nada que eu possa fazer?
– Não.
– E se alinhássemos sobre você voltar a atender, ainda estando juntos?
– Quero ter minha liberdade pra atender tranquilamente.
Em resumo, foi uma conversa bastante difícil, ambos choramos. É difícil romper um ciclo, ainda mais um ciclo bom como tinha sido aquele. Ele foi tão evoluído que, dias depois, ainda me ajudou a empacotar as minhas coisas, mesmo que a minha partida doesse nele. Choramos muito no dia da minha mudança. Eu estava triste por estar indo embora, mas não triste o bastante pra continuar ali.
Ao todo nosso relacionamento durou pouco mais de dois anos e estamos separados há dois anos e quatro meses. Mantivemos contato, afinal, não tinha acontecido nada de grave para que terminássemos, traição ou coisa do tipo, apenas momentos de vida diferentes. Vez ou outra trocamos mensagens, nada que tivesse segundas intenções de nenhum dos lados.
O fato novo é que, recentemente, retomei o contato com uma grande amiga, – uma que estávamos há meses sem nos falar, mas que sempre fomos muito próximas, inclusive na época que eu ainda estava com ele – e descobri que esse homem que eu nutria um certo respeito e admiração por toda a nossa história, estava dando em cima dela! (Talvez pensou que por estarmos afastadas, tudo bem cortejá-la, ignorando o fato de sempre ter sido uma pessoa muito próxima a mim e que poderíamos retomar a amizade a qualquer momento). Não é uma amiga qualquer, mas justo uma que frequentava a nossa casa, que sempre estava presente nos eventos que organizávamos para reunir a galera.
Quando ela me contou, não pensei muito na perplexidade que aquela informação representava e reagi numa boa.
– Amiga, se você quiser tudo bem, dou o maior apoio, não sinto mais nada por ele. – Até me diverti com a possibilidade.
Mas conforme ela avançava no relato e me mostrava as mensagens trocadas, se mostrando perplexa e nem um pouco interessada, que foi caindo a minha ficha do grande papelão que ele havia cometido, ao ponto ainda dele argumentar com ela, que a minha amiga não estava embarcando no flerte dele por medo de mim, ignorando o fato dela não estar interessada e também de haver um respeito e código de ética entre amigas, quando se refere a ex-namorados (que dirá ex maridos). Entendo que não estávamos mais juntos, mas ainda assim achei feio, pra não dizer péssimo.
A imagem que eu tinha dele ruiu completamente. Eu o via como um cara super legal, correto, decente, até mesmo por ainda mantermos contato de forma respeitosa, interagindo vez ou outra sobre algum assunto, mas saber que ele deu em cima da minha melhor amiga (ainda que estivéssemos brigadas) me fez criar um certo desprezo e ranço, ainda que, de verdade, eu não tenha mais o menor interesse nele há muito tempo. Será que estou sendo antiquada?
Você que é homem, acha normal e plausível dar em cima de alguém muito próximo da sua ex? E vocês mulheres? Como receberiam algo desse tipo, mesmo que não sentisse mais nada pelo cara? Não ficariam com a sensação de que sempre houve esse interesse por parte dele, mesmo quando ainda estava com você? Estou sendo careta? Qual a visão de vocês sobre o assunto?
Sei que tenho algumas pendências de postagens, mas, preciso admitir, essa semana está sendo uma merda. E como é difícil a vida adulta, quando você não pode nem sofrer pelas suas dores, por falta de tempo pra isso. O que é muito estúpido, afinal, no fundo, ninguém consegue performar com o seu emocional batendo na porta. Olha, pensando na proposta da série Ruptura, até que não seria má ideia.
Agora entendo quando dizem que de tudo de ruim que acontece com a gente, se ganha um aprendizado. Não que nunca tenham me acontecido coisas ruins antes, mas, conforme vamos amadurecendo, aprendemos a refletir sobre o que nos aconteceu, e não somente passar pelo ocorrido reclamando e não compreendendo o aprendizado daquilo.
Tem coisas que acontecem com a gente que reprimimos para evitar a dor, mas são justamente essas questões que precisamos trazer pra fora. Em sua maioria, as pessoas vivem a base de anestésicos, incentivando umas as outras a deixar tal assunto pra lá, ignorar que passa, sendo que não tem aprendizado nenhum agindo dessa maneira. Somente quando colocamos todas as emoções pra fora e pensamos sobre determinada situação por muito e muito tempo, que os aprendizados vêm surgindo, podendo às vezes serem, até piores do que a própria experiência. Aprendizados que custamos a acreditar que seja verdade, pois, por estarmos tão anestesiados desde sempre, o sabotamos, dizendo que é paranoia da nossa cabeça.
Uma vez eu estava na praia, viajando com alguns colegas (nem vou dizer amigos, pois em dois anos não tenho mais qualquer contato), e nunca vou esquecer de uma frase que ouvi de determinada pessoa, enquanto estávamos em pé, na areia, conversando. Essa pessoa disse: “Sempre que estamos sentindo algo, temos que parar e nos perguntar do porquê estarmos sentindo aquilo.” Achei muito profundo quando ouvi, pois, de fato, vivemos camuflando o que sentimos o tempo inteiro, e quando falo isso, não digo sobre confrontar terceiros com os nossos sentimentos, mas, sim confrontar a nós mesmos. O que é ainda mais difícil, nos darmos essa devida atenção. É tanta coisa acontecendo na nossa vida, que lidar com o que você está sentindo é o menos importante naquele momento. Por isso que muitas pessoas fazem retiro, porque não tem como você se desligar das coisas para cuidar de si mesmo, sem que seja arrancado de tudo isso.
Sempre que você estiver mal, não tente se anestesiar com prazeres momentâneos, mas também não se obrigue a fazer coisas que você precisa fazer, mesmo não estando bem. Não faça nem um, nem outro. Fique um tempo só com você e os seus pensamentos. Por mais que tenham pessoas queridas, que se importem com você, ninguém te aconselhará melhor do que você mesmo. Existe esse “eu” que você vê e controla, mas tem um outro “eu” lá dentro, que quer se conectar e não consegue. Temos tantas barreiras e camadas internas que muitas vezes não conseguimos nos ouvir.
Não jogue um tapete em cima de nenhuma situação, esmiúce todos os desdobramentos do ocorrido. Quando estamos dentro de determinada situação não temos uma visão imparcial das coisas, mas, se olharmos de cima, naquele momento em que estamos refletindo, o tão sofrido aprendizado vem!
Vi essa frase numa cena do filme que conta a história da Marilyn Monroe e, por um segundo, refleti se eu não me enquadrava...
Querido diário,
Na primeira noite do ano tive um sonho erótico. Enquanto no réveillon de 2024 eu transei na virada, desta vez fazia dias que eu não transava e a conta chegou na primeira noite de sono de 2025. Acordei excitada e, às 7h da manhã, lá estava eu mandando mensagem para meus dois contatinhos, sondando se algum deles seria a minha primeira transa do ano.
Acho que acordei sentida por, na noite anterior, ter visto que outros dois contatinhos do passado estão namorando. Um desses, inclusive, está na SEGUNDA namorada, desde que paramos de ficar (duas num curto período de um ano). E por que paramos de ficar? Esse é aquele que mencionei na primeira postagem do quadro “Desaventuras Amorosas em Série“, o tal do Escorpiano, sobre ele ter se afastado após eu lhe fazer uma surpresa vestida de empregada sexy. Toda vez que a gente se encontrava eram de três a quatro transas por noite, eu achava que éramos super compatíveis, então não me acanhei em surpreendê-lo de uma maneira diferente.
Quando tento entender o porquê dele ter se afastado, já que deu uma desculpa de estar focado no trabalho e no mês seguinte apareceu namorando, a única justificativa que vem é o fato de eu tê-lo assustado. Homens gostam que a mulher seja safada, mas não mais do que eles. Talvez achou que a longo prazo não daria conta do meu fogo e terminou antes que pudesse vir a levar um chifre. Não que eu seja esse tipo de pessoa, mas, é o que o homem faz quando a mulher não dá conta, então, talvez, ele deduziu que eu também o faria, se em algum momento ele não me suprisse.
Durante um tempo fiquei me culpando, achando que eu que causei o nosso afastamento com a minha taradice, mas, como uma amiga me disse, essa sou eu, é a minha essência, se não fosse isso, em algum momento eu mostraria outra coisa que ele não iria gostar do mesmo jeito, então melhor no começo, do que após mais envolvimento.
O outro contatinho que descobri estar namorando, e esse foi uma novidade, é aquele que relatei aqui, nessa postagem, inclusive, é o mesmo da minha viagem para NY, em agosto do ano passado. Aliás, acabei não relatando sobre esse evento. Inicialmente viajei com um cliente, daí esse contatinho viu no meu insta que eu estava em NY e me contatou, dizendo que chegaria tal data também. Sugeriu que eu esticasse a minha viagem e acabei abraçando a ideia. Alterei minha passagem de volta e no término do meu combinado com o cliente, migrei para outra hospedagem, a que eu ficaria mais quatro dias com esse meu ex contatinho.
Na época fiquei muito empolgada com a aventura, pois, não sendo a trabalho, eu nunca tinha viajado sem estar namorando, com um contatinho foi a primeira vez e a premissa era de muita adrenalina. Pensei até que voltaria apaixonada. Contudo, algumas coisas saíram do planejado.
Infelizmente, entrei no meu período menstrual logo no primeiro dia em que nos encontramos e, o fato de eu estar ‘naqueles dias’, diminuiu o seu tesão em transar comigo. Nossos dias juntos tiveram um total de apenas uma transa diária, o que achei pouco, visto que estávamos em NY, full time together, a combinação perfeita para muito sexo envolvido. Imaginem quão frustrada fiquei com a quantidade limitada de endorfina.
Durante a viagem também descobri que ele curtia um perfil de mulher meio louca imprudente (me contou umas histórias que fiquei impressionada), enquanto eu faço mais o estilo louca responsável. Não combinávamos tanto assim. Saímos pra beber numa noite em um rooftop, tínhamos programado uma noitada de curtição, mas, o drink do lugar tinha uma qualidade tão ruim, que no primeiro copo já fiquei enjoada. Abandonei o barco antes dele e não passei no teste. Depois que voltamos para São Paulo tentamos sair umas duas vezes, numa eu chamei e ele não pôde, noutra ele tentou e eu que não pude.
Daí, esse final de ano, acompanhando seus stories, descobri que possivelmente está namorando, não tem postagens deixando claro um romance, mas quem postaria cavalgando com uma menina, em época de final de ano, se não tivesse rolando um negocinho? Pra ele que nunca posta nada, isso já é muita coisa.
Então cá estou eu, primeiro dia do ano, enquanto escrevo, 8:30 da manhã, me achando uma frigideira. Dizem que todo mundo tem a sua tampa da panela, mas, sendo uma frigideira é muito mais difícil. Me enquadro bem nessa categoria, sou útil nos momentos de diversão, quando a pessoa quer um lanche, nem sempre sou viável no dia a dia, mas necessária em alguns momentos.
Não que eu esteja buscando um relacionamento, gosto da minha liberdade e variedade, mas, quando vejo meus ex contatinhos namorando, fico me questionando: será que estou condenada a ser apenas desejada e nunca amada?
Três meses se passaram desde a última postagem deste quadro. Como o tempo passa rápido! ? Enfim, eis que retorno com mais uma nova experiência desses boys de aplicativo (Bumble). Decepcionante para mim e divertido para vocês! Incrível como os caras de hoje em dia não estão servindo nem pra sexo! ?
“O Folgado”
Demos match num domingo e rapidamente ele conduziu para que eu lhe passasse o meu WhatsApp. Fui na onda, afinal, perder tempo pra que?
No dia seguinte, ele chamou no meu número. Novamente sendo rápido na condução das coisas, propondo de irmos beber alguma coisa e trocar ideia, naquele mesmo dia. Eu tinha acabado de chegar em casa de um atendimento de casal, ainda estava um pouco alegrinha das taças que tomei no encontro e achei que seria legal outra aventurinha, em plena segunda-feira. Aceitei. Por volta das 17h ele passou para me buscar em casa (adorei que tinha carro) e seguimos para um barzinho roots, na Santa Cecília, chamado “Moela”, por sugestão dele. Me arrumei bem básica, afinal, encontro no meio da tarde, num barzinho na Santa Cecília, não era algo que merecesse uma grande produção, sem ficar over.
Minhas percepções sobre ele: não era um Brad Pitt, mas daria pra dar uns pegas. O estilo dele não era muito o que eu curto normalmente, mas, estava com a mente aberta para conhecer novos ares. Eu gosto dos Faria Limers e ele era um Santa Cecilier. Suas roupas pareciam de skatista, nada a ver com a patricinha que vos fala. Mas era independente, tinha carro, morava sozinho e trabalhava com publicidade. “Deixa a vida me levar”, pensei, empolgada com o encontro.
O papo fluiu super gostoso, bebemos dois drinks, cada um, e comemos uns croquetes. Ficamos umas 2h no bar. Eu já tinha avisado que não poderia ficar muito tempo, por conta da minha aula online a noite (que na verdade era um Job, eu que não iria perder dinheiro por causa dele).
Dividimos a conta (ele perguntou se eu queria dividir e respondi que poderia ser), 100 conto pra cada. Paguei de bom grado, mas, confesso que não vejo com bons olhos homem que não faz esse cortejo num primeiro encontro. Contudo, as minhas expectativas já estavam baixas, então não foi uma grande surpresa. Ao me deixar de volta em casa, demos um beijo na hora da despedida. Achei gostosinho.
Na mesma noite ele me enviou um invite do Spotify, coisa que eu nem sabia que era possível, para a plataforma criar uma playlist compartilhada com as músicas dele e as minhas. Achei criativo. Como também sou vidrada em música, foi bom para mantermos a conversa, graças a isso a interação rendeu bastante, ora eu comentando de alguma música dele que eu gostei, ora ele falando de algumas minhas também.
Na noite seguinte, ele, ousadamente, me enviou a seguinte mensagem:
– Tá de boa? Tomo um banho e passo ai pra gente jantar? haha
Eu já estava jantando num restaurante, com uma amiga que eu não via há muito tempo. Levei horas pra responder sua mensagem. Combinamos de sair no fim de semana, mas, na noite seguinte, antecipamos o encontro.
*
Quando ele chegou no meu apê, lhe servi uma taça de vinho e nos sentamos no sofá. Conversamos bastante, demorou até que rolasse o beijo e começássemos com a pegação.
Quando o sexo foi desenrolando, foi muito frustrante perceber que ele não tinha muita iniciativa na cama. Não me chupou em nenhum momento, o que me decepcionou profundamente. Ainda que muitas vezes eu prefira chupar, do que ser chupada, valorizo muito quando o parceiro demonstra essa vontade em agradar. E tenho bastante experiência com homens para saber que se ele não me chupa de primeira, dificilmente vai chupar depois. E como não me chupou, direitos iguais, também não me prontifiquei em fazer sexo oral nele.
Daí lá vem ele com aquele dedo mexendo na minha pepeka, podia ser a língua, né? Mas tudo bem. Já que era masturbação que ele queria, era masturbação que ele iria ter. Fui com a minha mão para o pau dele também.
Em algum momento perguntou se eu tinha camisinha (por que ele mesmo não trouxe a dele?) e após encapado o dito cujo, pediu que eu fosse por cima. Se eu já não tinha gostado que ele não me chupou, o achei ainda mais preguiçoso, querendo que eu trabalhasse primeiro.
Todas essas minhas queixas não transpareci na hora, para não azedar o clima, e fui por cima sem falar nada. Até que estava gostoso sentar nele, porque o abençoado tinha sorte de ter um pau apetitoso. Porém, quando invertemos e ele veio por cima, não gostei nada do jeito que ele metia. Ficava quase tirando e colocando, detesto quem transa assim, primeiro porque me dá aflição de entrar no buraco errado, segundo que a camisinha vai secando, não sendo mais tão gostoso com o negócio entrando seco.
Por conta do meu trabalho, estou tão acostumada a transar em prol do prazer do outro, que quando estou em encontros civis, às vezes esqueço de me priorizar também. Então por mais que não estivesse tão gostoso e confortável transar com ele daquele jeito que ele fazia, não interrompi logo de cara, pois pensei que ele pudesse estar quase gozando e não quis cortar seu barato, mas, pra variar, ele não gozava nunca, e eu só deixei para interromper quando chegou no meu limite de desconforto com aquilo. Deveria ter interferido bem antes.
Daí ele tirou a camisinha, e se sentou do meu lado, de modo que seu pau ficasse na altura do meu rosto. Percebi o que ele estava tentando fazer, olhei pra cara dele e dei uma risadinha, do tipo “é sério isso?”, daí ele perguntou se eu não queria chupar. Afffff. O cara que nem chegou perto da minha pepeka, estava querendo ser chupado? ? A minha vontade foi de responder: “você não me chupou”, mas, respirei fundo e consenti, pra evitar um climão na hora.
Enfim, gozou na minha barriga.
Após meu banho, ficamos deitados na cama conversando, até que o bonitão se convidou pra dormir, dizendo: “Você não vai desligar a TV e a apagar as luzes?”. Minha vontade era de dizer: “Sim, depois que você for embora”, mas, novamente não quis ser indelicada e consenti que ele dormisse comigo. Ainda reclamou que um dos meus travesseiros parecia uma pedra. ?
Eu não quis ficar de chamego, nem dormir abraçadinho, quando ele vinha encostando em mim, eu já dava um chega pra lá. Permiti que ele dormisse apenas por ser de madrugada, acreditando que ele iria embora bem cedo na manhã seguinte. Mas, o meu grande erro é sempre esperar que as pessoas tenham o mesmo bom senso que eu teria.
De manhã, ele veio tentar um sexo matinal, já cortei, falando pra parar de mexer comigo, pois queria dormir mais. Por volta das 9h acordei e o bonitão ainda estava capotado. Levantei, fiz meu pré treino, peguei minha roupa de academia e fui me trocar no banheiro.
Quando voltei para o quarto, felizmente ele já tinha acordado, estava mexendo no celular, mas, reforçando a minha percepção de ser um folgado, continuou a vontade na minha cama, como se a casa fosse dele, mesmo vendo que eu já estava na ativa. Abri a persiana e nada do bonitão levantar e se arrumar pra ir embora, só faltou pedir um café da manhã na cama.
Vendo que ele não se levantava e como eu também não estava a fim de fazer sala, comecei a fazer minhas tarefas domésticas, como, tirar o lixo e ir limpar a areia dos gatos, colocar roupa pra lavar e lavar a louça. Nem arrumar a minha cama, que ele dormiu, o folgado não teve a educação de fazer. Se vestiu e foi sentar no meu sofá, esperando não sei o quê para ir embora.
Ele tentou puxar assunto, comentando de um quadro que eu tinha na parede, respondi seca, sem dar muita conversa. Em outro momento, ele ainda teve a audácia de pedir para que eu colocasse uma música, pois estava muito silêncio. A minha vontade foi de responder: “Já não deu a hora de você ir embora não, querido?” Mas novamente fui educada e apenas respondi que não gostava de ouvir música pela manhã, o que é uma grande mentira, só não queria que ele se sentisse ainda mais a vontade e confortável de continuar na minha casa.
Em algum momento ele justificou que estava esperando dar 10h por conta do rodízio do seu carro, o que não justificou pra mim, pois, se eu estivesse na casa de alguém e percebesse que a minha presença não era mais bem vinda, eu já teria vazado e esperado no carro. Mas vai saber se ele percebeu, né? Pelo visto não.
Depois que eu já tinha adiantado todas as minhas tarefas, me sentei e falei que só ia esperar ele ir embora para poder estudar um pouco. Daí ele se tocou e disse que já estava indo, faltando 10 para as 10. Geralmente, quando recebo um boy que eu curto muito, fico fazendo companhia até o elevador chegar, mas com ele só falei:
Hoje estou aqui para divagar sobre um tema que tem aparecido muito no meu TikTok (criei a conta há uma semana) e caixinha de perguntas no Instagram. Algumas pessoas têm me perguntado nos comentários dos meus vídeos, sobre a minha profissão atrapalhar o meu futuro, quando eu decidir constituir uma família.
Percebi que essas perguntas começaram a me incomodar, como quando você vai visitar um parente distante e vem aquela tia chata perguntando: “e os namoradinhos?”, como se isso fosse o mais importante de tudo. Como se eu devesse alguma satisfação por ter esse estilo de vida. Como se eu não fosse uma mulher de valor ao ponto de um dia me casar, tendo toda essa bagagem. Por outro lado, também me incomodou por alguém induzir que por eu ser mulher, é claro que eu quero tudo isso.
Essa questão me abriu uma série de reflexões comigo mesma sobre a instituição do casamento, filhos e como isso foi moldável a vontade da mulher. Afinal, é da natureza feminina querer ser mãe, casar e viver no padrãozinho da sociedade perfeita.
Continuei indo mais fundo nas minhas reflexões e cheguei à conclusão de que, para início de conversa, talvez, eu não acredite na instituição do casamento. E eu não sou uma pessoa fria, muito pelo contrário, sou bastante romântica e acredito no amor. No amor, mas não no casamento.
Não estou dizendo que não existam casamentos genuinamente felizes, que dão certo e duram até o fim da vida. Mas acredito que esses são as exceções e não a regra. E antes que você pense: “Que propriedade essa menina tem para falar do assunto?”, te digo que eu tenho muita, pois, atendo muitos clientes casados e também já vivi esse modelo de relacionamento.
Não julgo os meus clientes, pois, já estive do mesmo lado. Você ama a pessoa, mas se atrai por coisas novas. Aí vem os moralistas e falam que é falha de caráter, a falha é obrigar a pessoa a viver num sistema monogâmico porque assim foi estipulado pela sociedade há milhões de anos.
Com meu último namorado moramos juntos e terminei sem que nada de grave tivesse acontecido. Simplesmente aquilo perdeu o sentido para mim. Desde então fui buscar terapia, pois, na minha cabeça também era inconcebível que eu tivesse me cansado daquele modelo lindo e seguro de relacionamento.
Eu mesma, quando era mais nova, achava que queria tudo isso. Estava dentro de um namoro desgastado de 8 anos, com o meu primeiro, e mesmo não sendo plenamente feliz, queria intensificar ainda mais os laços com ele, pois achava que era assim que tinha que ser. Você namora, casa, tem filhos e é isso. O ciclo da vida. Como se eu tivesse sido programada para ser assim.
Não eu.
Eu gosto de ser livre, independente e o casamento é uma privação de tudo isso. Isso não quer dizer, obviamente, que não quero ter alguém legal para dividir alguns momentos da vida. Mas por que precisa ser 8 ou 80? Quando eu falo sobre ter contatinhos, muitos se divertem achando que estou contando uma piada, não, eu realmente acho que a vida é curta demais para ficarmos presos a uma única pessoa, nos privando de termos várias experiências diferentes, com pessoas diferentes.
Sim, não vou ser hipócrita e dizer que quando estou apaixonada por alguém, eu não me iludo com o pensamento de que quero ficar somente com aquela pessoa até o fim, também. Todo mundo é fiel no estágio da paixão. O grande ponto aqui é que isso não se sustenta. Em algum momento, o fato de a pessoa sempre estar disponível pra você, te tirará a grande emoção do desafio.
Daí os moralistas vão dizer: “É natural você desejar outra pessoa, mas o que não pode é se sucumbir aos desejos”. Que merda de vida é essa que você precisa ficar se reprimindo, transando com a pessoa que você está junto e pensando em outra? Por que as pessoas não podem simplesmente aceitarem que é normal você estar com alguém e se atrair por outra? Que é normal você não querer ficar passando vontade?
Daí você me pergunta: “Então quer dizer que quando você casar será compreensiva se for traída?”, esse é o X da questão, eu não quero casar e passar por isso, porque eu já sei que o modelo de casamento não é compatível.
Então a pergunta certa não é se eu não acho que o meu estilo vida vai me atrapalhar, como se eu tivesse que me moldar ao que é aceito e bem-visto pelo/alguns homens, mas sim, o que será que é preciso para um homem me conquistar a este ponto?
Tenho reparado que toda vez que abro uma caixinha de pergunta no Instagram, sempre surge alguém querendo saber o porquê que eu decidi mostrar o rosto, logo eu, que sempre fui muito cuidadosa e restritiva quanto a isso. Por que decidi mostrar só agora e não desde o início? O que me motivou para tal? Andei refletindo bastante sobre o momento de vida em que estou vivendo e resolvi trazer um pouquinho nessas páginas.
Já faz algum tempo que vivo um grande conflito interno sobre o que devo fazer da minha vida. Sou acompanhante de luxo, ganho um bom dinheiro, alcanço as minhas conquistas dessa maneira, mas, o que farei futuramente? Afinal, tenho plena ciência de que em algum momento não poderei mais exercer tal atividade, e o que eu terei construído profissionalmente até lá para poder migrar sem passar nenhum perrengue?
Nessa incessante busca por um direcionamento, participei de uma imersão muito importante que vem contribuindo para esse meu processo. Chegou até mim através de uma postagem patrocinada no Instagram e captou a minha atenção com um chamado sobre procrastinação. De fato sou muito – ou pelo menos era – procrastinadora. Tenho vários projetos literários e não consigo finalizar nenhum. Começo mil coisas e não termino. A postagem do Instagram foi de um cara chamado Fábio Fray e ele convidava para uma palestra gratuita num hotel, que ocorreria em determinada data.
Encaminhei para mais dois amigos, que também se interessaram, mas, no dia, acabei indo sozinha. Cheguei um pouco atrasada, a sala estava cheia, notei que o público era mais velho e me senti orgulhosa de mim mesma por estar buscando essa evolução consideravelmente cedo, em relação aos demais. O palestrante já estava falando, por sorte encontrei um lugar vazio na primeira fileira, me sentei ao lado de uma senhora e me desconectei completamente do mundo lá fora.
Eu fiquei hipnotizada pelo conteúdo da palestra. Ele falava sobre crenças limitantes, inteligência emocional, PNL, rolou até um exercício bem simples, para nos mostrar o quanto a nossa própria mente nos bloqueia. Antes que a palestra se encaminhasse para a venda de alguma coisa, eu já tinha um Sim bem grande dentro de mim, mesmo sem saber o que de fato ele venderia. “O que esse cara vender, eu quero comprar!” Senti no fundo da minha alma que eu precisava daquilo.
No final o Fray vendeu um pacote de dois dias de imersão, que aconteceria no Expo D. Pedro, em Campinas, dali a alguns meses, com uma condição especial para quem fechasse ali na hora, no término da palestra. Comprei sem pensar duas vezes. A parte da hospedagem e alimentação era por nossa conta, então fechei o hotel indicado com bastante antecedência, o ideal era ir para Campinas numa sexta a noite, já que a imersão seria sábado e domingo bem cedo, das 8h às 22h30!
Foram dois dias MUITO INTENSOS. É o tipo de experiência que eu recomendo para qualquer pessoa. Se você for na palestra do Fray e se conectar com as coisas que ele disser, então é o seu momento! Posso lhes garantir que senti uma grande mudança de chave na minha vida depois disso. Tive insights valiosos, descobri coisas em mim que eu não fazia a menor ideia que existiam (trarei tais descobertas só na minha biografia rsrs), e lá ainda acabei comprando mais dois cursos dele, a fim de me desenvolver ainda mais como pessoa.
Ao regressar da imersão, nos dias que se seguiram pude sentir as coisas a minha volta fluindo diferente e, principalmente, também me senti diferente. Voltei dia 29 de julho. Dia 19 de agosto, pela primeira vez, gravei um storie no Instagram falando e mostrando o rosto, respondendo justamente uma pergunta sobre isso.
Disponível no Destaque “Perguntas” no meu Instagram
Eu já vinha mostrando mais o rosto em algumas publicações do meu último ensaio, mas, gravar storie falando e mostrando, nesse dia foi a primeira vez!
Nesse storie eu respondi que o meu último ensaio fotográfico, o que originou as fotos de fundo vermelho, foi a centelha para que eu fosse desbloqueando isso em mim, pois achei as fotos belíssimas e seria um desperdício postar cortando o meu rosto. O que não deixa de ser verdade, mas, talvez, isso não aconteceria se já não fosse algo que eu estivesse buscando internamente. E a imersão veio para me desprender ainda mais.
Comecei a mostrar o rosto e mudei a cor do meu cabelo (agora estou morena). Está sendo um longo processo de autoconhecimento e rompimento de barreiras. Não estou 100% destemida, claro que carrego alguns receios do que está por vir, conforme as pessoas que me conhecem na vida pessoal forem descobrindo, no entanto, seria um retrocesso com o meu amadurecimento interromper agora.
Essa sou eu. Não estou fazendo nada de errado para ter que me esconder. Quero fazer a diferença na vida das pessoas e não poderei alcançar tais propósitos me escondendo.
Então… eis aqui uma explicação mais completa sobre o porquê de eu estar mostrando o rosto para o mundo somente agora. E quem concorda e está curtindo essa minha nova fase, deixa o seu comentário de incentivo! 🙂