Cliente 352 – “O Malcheiroso”

A priori combinamos no Apple, mas trocamos para o Lush, a meu pedido, que não fazia a menor ideia do azar que seria atender naquele motel, naquele dia. (O típico: no lugar errado e na hora errada.)

Suíte 707. Cheguei, nos cumprimentamos e assim que terminamos de subir a escada do quarto (ele havia descido para abrir a porta pra mim), começamos a nos beijar. Após um tempo nos beijando de pé, tomei a iniciativa de irmos para a cama e foi nessa hora que começou o meu azar.

Despi sua camisa e senti um forte cheiro de suor vindo das suas axilas. ? Mantive a compostura e perguntei se ele já tinha tomado banho (era óbvio que não, perguntei só pra entrar no assunto do banho mesmo) e, como eu esperava, respondeu que não. Daí delicadamente pedi que se banhasse e o aguardei na cama.

Se já foi bem ruim ele não estar devidamente higienizado para o nosso encontro e ainda ter deixado rolar ao ponto de irmos para a cama, sendo que ainda não tinha se banhado, foi pior ainda quando ele voltou para o quarto, dizendo que não tinha água no chuveiro. Tinha água na pia, na descarga, mas no chuveiro, que era o principal, não. Só podia ser brincadeira.  ??‍♀️

Liguei na recepção e a moça disse que realmente estavam com problema na caixa de água e que iria fazer a transferência. Perguntei para qual quarto e ela disse que todos os quartos estavam assim, que ela tentaria fazer a transferência da água, mas que não era certeza que a água seria restabelecida e tudo isso levaria de 20 a 30 minutos para ser feito (isso se desse certo). Fiquei puta. Onde já se viu não ter água no motel?! ?

Pensei em sugerir que fôssemos para outro lugar, mas eu tinha compromisso depois e isso ia me atrasar toda. O jeito foi fazer dos limões a limonada. Peguei meu lenço umedecido e entreguei para ele se limpar no banheiro. Falei da parte íntima, mas a vontade foi de acrescentar as axilas também. Torci para que ele tivesse o bom senso de dar aquela checada e sentir o próprio cheiro.

Não teve. Voltou e o cheiro ruim continuava. Minha vontade foi de encerrar o atendimento naquele momento e ir embora. Contudo, eu já tinha ido até lá, dispensei um tempo me arrumando, me locomovendo e não aceitava abrir mão do meu cachê. Suportei.

Ele não tinha iniciativa nenhuma na cama. Ficava parado igual uma estátua esperando eu conduzir tudo. Beijei ele e já desci para seu pau, que ao menos estava completamente depilado e, graças ao meu lenço, também estava limpo.

Esperei que ele tivesse alguma iniciativa de me chupar também, mas isso não aconteceu. Ele sequer tocou nos meus seios e é difícil ter muito o que fazer, se a outra parte não interage. Sem contar que enquanto eu o chupava, ele não esboçava nenhuma emoção. Olhava pra ele e o flagrava olhando para os lados, totalmente aéreo. Transar com homem robô definitivamente não é a minha praia. 

Já peguei a camisinha, encapei e fui por cima. A minha posição preferida é papai e mamãe, mas com ele preferia manter uma certa distância. O que não foi possível por muito tempo. Ele acabou sugerindo trocarmos e quis vir por cima. Pensei: “Só respirar pela boca”. Durante as suas investidas, ele me beijava e daí comecei a reparar em como o seu beijo também era ruim. Sem língua, parecia que eu tava beijando o oco. Suas estocadas eram lentas e nada excitantes, não sei como ele conseguiu gozar naquela velocidade 1. 

Quando terminou, ficou arriado por cima de mim por um tempo, até que pedi que ele saísse, antes que o pau ficasse mole e a camisinha ficasse dentro. Fui ver se a água tinha voltado e nada. Liguei de novo na recepção, inutilmente.

Voltamos para a cama, ele sugeriu irmos embora (o que eu não via a hora de acontecer desde o momento em que ele tirou a camisa), mas ainda tínhamos 20 minutos (combinamos 1h). Voltamos a nos beijar e nessa hora não aguentei. Perguntei: “Cadê a sua língua?” (Nunca vi beijo de língua sem língua.) E daí sua língua deu o ar da graça por alguns segundos, até que dali a pouco voltou para a toca de novo. 

Acabamos ficando só na conversa mesmo. Seu pau não voltou a endurecer só com beijos e eu não me arrisquei a chupá-lo de novo, uma vez que ele tinha gozado e eu não confiava na sua lavagem com a água da pia. Tentei pela última vez uma banho antes de ir embora, mas isso não foi mesmo possível. Péssimo. Até para pegar o documento na recepção foi um parto. Não sei nem qualificar o que foi pior nesse dia, a pessoa ou o estabelecimento. ??

5 comentários em “Cliente 352 – “O Malcheiroso”

  1. Putz, Sara! Fazia tempo que você não pegava um ‘desagradável’, e não pegava um ‘perrengue’ num motel…e dessa vez as duas coisas acontecem! O cara era um verdadeiro “Pepe le Pew” e é de impressionar que o Lush, que “se vende” como um motel de alto nível, faça esse verdadeiro ‘gol contra com futebol de botão’.

  2. Pelo relato, parece-me que nem foi culpa do rapaz, mas sim do estabelecimento que não tinha água, o que impossibilitou o devido banho. Às vezes, você já vai com a intenção de tomar um banho quando chega ao local. Talvez ele também seja portador de sudorese, normalmente essas pessoas nem percebem o próprio cheiro diferenciado.

    1. Foi uma soma de tudo. Geralmente quando o cliente vai para o encontro sem tomar banho, ao chegar, a primeira coisa que ele faz é ir para o chuveiro. Esse não. Deixou que os beijos fossem desenrolando e só tentou se banhar porque EU orientei que fosse.

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