Cliente 365 – “O Desagradável”

A princípio pareceu um contato como qualquer outro. Rapaz gringo. Me enviou uma mensagem em fevereiro, perguntando quanto eu cobrava para fazer pernoite. Em março me contatou novamente, dessa vez para agendar já com a data definida e foi a partir daí que comecei a achar ele estranho.

Não sei para vocês, mas para mim ficou bem clara a forma como passei o valor. Onde ele estava vendo um 350 ali? ? Definitivamente ele foi o gringo que mais tive dificuldade na comunicação (e olha que pessoalmente ele também falava um pouco de português).

E foi ficando ainda mais estranho…

A essa altura minha intuição já gritava que esse cara seria a maior furada. Mas… fui adiante. As suas mensagens até a data do encontro também não ajudaram, ou eram estranhas ou inconvenientes.

Posso ter sido ríspida, reconheço, mas devido a todo o histórico, não consegui ser simpática perante uma pergunta tosca dessas. Daí, como podem ver pelo tanto de mensagem apagada, ele escrevia, me enviava e apagava logo em seguida. Eu nem me preocupava em perguntar o que era, pois via-se que ele era xarope e quanto menos atenção eu desse, melhor.

Suas próximas mensagens foram fotos. Foto do hotel que ele se hospedaria, foto do seu passaporte, vídeo do avião decolando… enfim… coisas chatas que não tinham a menor relevância pra mim. Chegou uma hora que não aguentei.

Até mesmo poucos minutos antes do encontro tivemos outro atrito, pois eu estava pedindo que ele me esperasse na entrada do hotel (para que eu não precisasse passar pela recepção e mostrar meu documento) e ele insistia em dizer que já havia deixado avisado na recepção que a Sara Müller chegaria (como se eu tivesse algum documento com o meu nome de guerra ?). Enfim, cheguei.

Ele falava português, espanhol e inglês. Pelo jeito toda a dificuldade na comunicação não era nem culpa do idioma, mas da sua falta de destreza mesmo. O hotel era muito caído, nunca pensei que atenderia num buraco como aquele (Real Castilha Hotel). Para variar, o quarto que ele pegou não funcionava o ar condicionado, nem as luzes acendiam, nem o telefone tinha linha, como se tivessem desligado a chave geral daquela suíte. Achei ainda mais impressionante, ele não ter se preocupado em trocar de quarto, quando viu que tais itens estavam inativos para uso.

Abrimos a janela para entrar um ar, perguntei se ele tinha conseguido tomar banho e disse que sim, que a água estava quente. Logo de cara ele me deu um presente. Um boné com uma estampa totalmente masculina e uma camiseta gigante que nem servia em mim, disse ser da sua faculdade. O que vale é a intenção né? Não consegui fingir que gostei, apenas agradeci por educação.

Nos sentamos na cama e comecei a conversar com ele, no intuito de deixá-lo mais a vontade, pois via-se que estava super nervoso. Disse que tinha vindo de Nova York só para me ver. Trabalha em uma companhia aérea (não posso citar o nome) e o voo lhe saiu de graça. Isso explicava o muquifo de hotel que ele se hospedou e a confusão com o meu cachê.

Enfim o beijei e visto que ele continuava tenso, lhe ofereci uma massagem tântrica. Daí ele se deitou de bruços ainda vestido. Pedi que se deitasse de barriga para cima e que tirasse toda a sua roupa. Ele tirou apenas a camisa. Novamente pedi que ele tirasse TUDO e ele abaixou as calças, deixando-a entre as pernas, como se tivesse se despido para usar o vaso sanitário. Parecia que eu estava falando com uma criança de 5 anos. Pedi que ele tirasse a roupa por completo e daí ele questionou se as meias também. Eu já ia responder que era o ideal, mas ele emendou dizendo que se tirasse as meias subiria um mal cheiro. Aff, que coisa mais broxante. ?

Me sentei por cima dele e despejei óleo de massagem nas mãos. Comecei a alisar seu peitoral e barriga espalhando o óleo e ele continuava tenso, fazendo mil perguntas ao invés de simplesmente curtir a massagem. Quando cheguei no seu pinto, eu mal movimentava os meus dedos e ele já pedia que eu parasse, pois estava querendo gozar.

Não sei qual o problema desses caras que ficam tão preocupados em segurar o gozo. Ainda tínhamos bastante tempo, se gozasse, depois poderia gozar de novo ué. Tentei dizer isso a ele, mas ele continuou naquela pilha errada e até perguntou o que eu faria depois da massagem. Quase respondi: “Quer o script do encontro, gato?” Umas perguntas tão bobas que até me desconcertavam. Nunca que um cliente se preocupou com o que eu faria depois, todos simplesmente aproveitam o momento.

Daí interrompi a massagem, voltei a beijá-lo e nessa hora aconteceu uma coisa pavorosa. Alguém enfiou a chave na fechadura da porta, do lado de fora e começou a rodá-la. ? Por um milésimo de segundo pensei que pudesse ser um amigo dele e que tivessem planejado fazer algo comigo (uma vez que eu já estivesse dentro do quarto e fossem dois contra um, seria mais difícil eu conseguir me defender), mas daí, quando a porta abriu era a moça da limpeza.

Ela nos viu e já fechou a porta logo em seguida. Mas que merda de hotel era aquele?! Ele ficou pedindo mil desculpas pelo ocorrido, mas não consegui voltar ao normal tão rapidamente. Já tinha achado negligente da parte dele aceitar ficar num quarto em que nada funcionava e agora mais essa.

Levantei para lavar as minhas mãos do óleo de massagem e ele ficou lá desnorteado, sem saber o que fazer. Olhei o relógio e ainda restava meia hora. “Respira”, pensei comigo. Voltei a me deitar com ele e a lhe beijar. Sua iniciativa na cama era zero e fiquei esperando que ele fizesse algo de diferente. Daí ele quis tirar o meu sutiã (esqueci de mencionar que quando iniciei a massagem nele, também tirei a minha roupa, ficando apenas de lingerie) e tentou tirá-lo de uma maneira bem desajeitada, levemente grosseira até. Sentei na cama e eu mesma o tirei. Ele deu uma lambida no meu seio e perguntou algo que eu não entendi. Perguntei de volta: “Hun?” e ele voltou a me beijar, ao invés de repetir qual era o diabo da pergunta.

Tava estranho aquele encontro e perdi a paciência quando ele parou de me beijar para perguntar se estava tudo bem (pela milésima vez). Respirei fundo e falei pra ele parar de ficar toda hora perguntando se está tudo bem, pra simplesmente deixar as coisas fluírem e que era chato esse tipo de comportamento dele. Daí ele passivamente consentiu (ainda bem, pois ele poderia ter me mandado tomar no cu nesse momento) e fechou os olhos.

Fiquei preocupada com ele de olhos fechados daquele jeito, como se ele estivesse contando até três para não reagir de outro jeito. Daí comecei a alisar seu rosto e cabelos. Eu estava detestando aquele encontro, mas procurava fazer o possível para que ele tivesse uma boa impressão de mim. Pensava acima de tudo no dinheiro. Se eu fosse embora antes do tempo, ele poderia reaver a quantia e eu já tinha suportado muito para sair com menos do que o combinado. 

Após um tempo lhe fazendo carinho, ele voltou a me beijar, retomou a chupada nos meus seios e foi descendo para a minha menina. Eu sequer conseguia demonstrar alguma satisfação por estar sendo chupada. Me forcei a gemer nem que fosse um pouco para não parecer uma estátua. Não que ele chupasse mal, mas o clima do encontro já tinha sido tão estragado, que eu não via a hora de ir embora.

Quando ele terminou de me chupar, já fui pegando a camisinha e encapei. Não estava nem um pouco a fim de colocar a minha boca no seu pau babento, além de ter percebido uma sutil bolinha no tronco do dito cujo enquanto o massageava. Já fui sentando e por sorte ele gozou rápido. Geralmente eu fico de chamego com os clientes no pós-sexo, mas com ele acabei sendo bem robótica. Gozou, desci e já fui para o banheiro.

Conferi o relógio e ainda faltava dez minutos para o término do encontro. Tentei me banhar, mas só tinha uma toalha (que ele devia ter usado) e desisti. Apenas coloquei a minha roupa e deixei para tomar banho na minha casa mesmo. Ele ficou me agradecendo em vários idiomas, algo que em outra situação eu até acharia fofo, mas naquela achei totalmente tosco. Tentei manter um diálogo enquanto me vestia (sobre o que ele faria para aproveitar São Paulo até o dia seguinte, quando partiria), apenas para disfarçar aquele climão que se instalou. Me senti a mulher mais feliz do mundo quando deixei aquele quarto. Apesar de uma energia bastante ruim ter ido embora comigo.

6 comentários em “Cliente 365 – “O Desagradável”

  1. Nossa Sara !!!
    Que experiência desagradável !!!

    Eu sei que você corre esse tipo de risco.
    Encontrar pessoas desse nível que não merecem nem um minuto de sua companhia.

    Bjs e fique bem !!!

  2. Doi meu coracao lembrar que televava no unique e no maksoud plaza pra uma rapidinha, e agora vc indo em hotel na cracolandia?! Mas pelo menos agora voce nao tem um chato te enchendo o saco

  3. Caramba, Sara! Mas deu tudo errado nesse (des) encontro! Quanto às questão da abertura da porta, realmente é de se pensar se você não deveria voltar com a regra do primeiro encontro ser em locais que você conhece… quanto ao cara, realmente foi um pateta: O mínimo pra se encontrar com uma mulher é ter higiene em dia! Mereceu o título de “O” desagradável.

  4. Que tenso o relato, principalmente a parte da fechadura. Mas sei lá Sara, até fiquei com dó da falta de jeito do cidadão…cada gafe que parece que o cara não tinha experiência nenhuma mesmo. Vou te dizer que minha primeira experiência com GP estava bem nervoso, porém a menina soube me deixar bem a vontade.

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