
Querido diário,
Preparados para um post polêmico?
Esses dias estava refletindo sobre como é uma delícia ser namoradinha de homem casado. Mas calma, não sou nenhuma talárica, apenas estou exercendo o meu trabalho, cumprindo uma função que frequentemente me é atribuída.
90% dos meus clientes são casados, e olha… como são um perfil delicioso de atender! 😎 Outro dia, aconteceu uma coisa muito atípica, que em alguns anos como acompanhante nunca tinha me acontecido. Um cliente que eu já tinha saído algumas vezes, me contratou para uma brincadeira a três com a sua esposa, em que eu precisei fingir que nunca tinha saído com ele, rs.
Sim, os homens são muito safados. Tão safados, ao ponto de cada vez mais eu ter certeza que o matrimônio é uma grande mentira. Uma farsa criada pela sociedade para esconder a hipocrisia. Esses dias, quando estava na Scandallo, conversei com um rapaz muito inteligente, que me afirmou que 99,99999% dos homens são infiéis. Não que seja alguma novidade pra mim, eu também já cheguei a essa concepção, mas vendo um homem reconhecer isso, se apoiando em dados científicos, achei muito agregador na conversa. Ele afirmou que existe uma parte do cérebro masculino que está sempre em busca de dopamina. O homem não trai por falta de amor ou caráter, mas sim porque seu cérebro é programado para isso. Algo que eu até compreendo, não estou aqui para julgar, mas para refletirmos juntos o quanto lutamos contra nossa real essência, ao querermos nos enquadrar em algo que foge da nossa natureza.
As pessoas adoram me perguntar: “Você não quer casar e formar uma família?”, daí eu penso, pra que vou me enfiar numa prisão em que a longo prazo ambos diminuiremos o tesão pelo outro, passar para o lado da esposa que o marido engana saindo com outra, se ser a namoradinha do casado é muito mais gostoso?
E digo mais, é claro que não posso falar por toda a população do planeta Terra, mas diante do que vejo nesses bons anos trabalhando como uma profissional do sexo, é muito provável que todo homem casado tenha uma namoradinha, seja ela paga ou não, para se divertir fora do seu casamento. Eles casam com as puras, mas se divertem com as putas.
As vantagens de ser uma esposa, ao meu ver, são bem poucas, na verdade. A oficial sempre está presente em datas comemorativas e eventos de família. Ponto. Essas são as únicas vantagens.
A namoradinha fica com todas as outras partes boas. Sexo ardente que nunca esfria, pois não tem o desgaste da convivência, passeios diferentes por ele querer fugir do estresse da vida cotidiana, presentes interessantes por ele querer ver o deslumbre nos olhos de alguém que não está acostumado a ter isso todos os dias, não temos os estresses das contas a pagar, dos filhos a educar, dos parentes chatos a socializar, ficamos apenas com aqueles momentos íntimos em que ele se desconecta da sua vida real para ser outra pessoa.
Eu adoro ser namoradinha dos meus clientes. Não tem brigas, falta de tesão ou mesmice. O que você chama de solidão por as vezes eu estar sozinha na minha casa, eu chamo de paz, liberdade e sossego. Tem duas coisas que os homens têm de melhor: sexo e dinheiro. E eu consigo ter isso deles, sem a parte da dor de cabeça. É o paraíso.
Daí você pensa: “Nossa, que coração de gelo”, até que não, sabia? Já me apaixonei perdidamente por dois clientes!
O primeiro foi logo ali no começo, no meu primeiro ano de experiência. Seu apelido aqui no blog é “Habib”, por ele ter traços árabes. Escrevi alguns relatos sobre ele. Empresário, tinha alguns comércios no Brás. Não foi um cliente que me apaixonei de primeira. O achava bonito, mas muito fumante e o sexo nem era lá essas coisas. Sabe como ele conseguiu me conquistar? Me levando para vários restaurantes caros. O meu ascendente é touro, ou seja, me conquistou pela barriga. A primeira vez que fui num restaurante chique, foi com ele. Lembro que fiquei espantada quando vi que a conta tinha ficado R$ 600, isso em 2015, quando o dinheiro tinha outro valor. Mais do que o deslumbre por coisas finas, ele não me contratava pelo sexo, mas sim pela companhia, quantas vezes saímos pra jantar, sem a obrigatoriedade do “algo a mais” depois?
– Sabe qual é o meu sonho? – Ele me disse certa vez, durante o sexo, quando eu ainda não estava envolvida.
– Qual?
– Que um dia, nem que seja só uma vez, você transe comigo sem eu precisar pagar. Que você queira transar comigo não pelo dinheiro, mas porque você quer mesmo.
Lembro que quando o ouvi dizer isso, pensei “coitado”, mas o danadinho conseguiu reverter o jogo. Com o passar do tempo, conforme fui me apaixonando (saíamos mais de uma vez por semana), transar com ele passou a ser algo cada vez mais prazeiroso. A paixão é como um filtro de embelezamento numa rede social: traz um brilho extra para cada momento.
O Habib só tinha um problema: era muito ciumento com o meu trabalho. Algo completamente ilógico, visto que me conheceu assim e ainda era casado, com filho pequeno. É ridículo como os homens adoram ter posse, quando nem eles se prendem ao que foi construído.
E já que me queria de forma exclusiva, o que caberia a ele fazer então? Me bancar financeiramente. Tivemos essa conversa e colocamos no papel todos os meus gastos. Ficaria apertado, mas, segundo ele, conseguiria. Eu não poderia ter nenhum luxo extra, seria tudo contadinho, mas como eu estava apaixonada, topei do mesmo jeito.
A grande questão foi que, até isso de fato acontecer, precisei continuar atendendo, o que resultou em mais brigas desgastantes por ciúmes. Eu não podia mais nem aceitar uma carona dos meus clientes. E se tem uma coisa que eu já percebi que detesto é ser controlada por alguém.
Certa noite, o Habib quis me encontrar para discutir a relação e eu recusei. Já estava saturada de brigar e falei para nos resolvermos por mensagem mesmo, e só deixarmos para nos encontrarmos quando estivesse tudo bem. Queria encontrar pra curtir e não pra ter conversas exaustivas, que nunca resolviam o problema de fato. Daí, de pirraça, ele parou de me responder, mesmo eu demonstrando toda uma boa vontade de conversar a distância.
Quando ele voltou a me dar atenção, disse o seguinte:
– Estava jantando com a minha esposa e precisei arquivar a conversa. Eu te chamei pra vir jantar comigo e você que não quis. A minha esposa, apesar de já ter jantado, veio me acompanhar.
Eu apenas respondi:
– Palmas pra ela.
Daí sabe o que ele fez?
– Quem você pensa que é pra ofender a minha esposa? Vai se fuder!!
E me bloqueou. Assim, sem mais nem menos. E vamos combinar que eu nem tinha ofendido ela, apenas fiz um comentário irônico. Foi o rompimento mais ridículo que eu já vivi. Fiquei na maior fossa por vários dias. Não conseguia atender ninguém, fiquei na merda sem dinheiro, e ele tinha cortado o contato completamente. Ainda me senti uma grande idiota, por ter parado de cobrar dele, o que só reforçou o sentimento de ter sido usada.
Quatro anos depois, novamente me apaixonei por um cliente. Aqui no blog ele está como: “O Fenomenal”. Um carioca careca, advogado, gostoso. Diferente do Habib que a conquista levou um certo tempo, pelo Fenomenal foi paixão imediata desde o primeiro encontro. Até aquele momento eu nunca tinha tido uma transa tão gostosa. Ele me apresentou o que era um sexo de respeito. Me conquistou pela cama. E desde o primeiro encontro passamos a nos falar todos os dias. A recíproca foi tão verdadeira que, para o nosso segundo date, ele comprou uma passagem de avião para que eu fosse encontrá-lo numa viagem de trabalho em Porto Alegre, onde tivemos o nosso primeiro pernoite. Transar com o P era coisa de outro mundo. Me apaixonei completamente, se tornou meu muso inspirador aqui no blog. Os textos: “P de Paixão”, “Romanticamente Safada” e “Eu, Tu e Ela” foram escritos inspirados nele.
Diferente do Habib, o P não tinha ciúmes do meu trabalho, até porque ele morava no Rio e também era casado, com dois filhos pequenos. Mas assim como o primeiro, tentou me manipular para que eu deixasse de cobrar dele.
– Olha linda, vai ter dias que eu vou pra São Paulo, mas não poderei sair com você. Não porque eu não quero, mas porque não posso.
Imediatamente compreendi que se referia a um possível impedimento financeiro. Eu amava transar com o P, muito mais do que foi com o Habib, mas eu já tinha aprendido a minha lição e jamais cometeria o mesmo erro novamente. Deixar de cobrar de cliente casado, quando eu não tenho nenhuma garantia na relação, é a forma mais burra de me tornar uma amante. Obviamente não cai no seu joguinho.
– Tudo bem lindo, quando você não puder sair, a gente não sai.
Mas mesmo assim o P tinha algumas regalias comigo, me pagava o equivalente a um pernoite e eu ficava com ele a noite e o dia seguinte inteiro. Nunca saíamos do quarto do hotel, nossos encontros eram regados a muito sexo. Tenho até um vídeo de 0:23 segundos, transando com ele, que envio no privado, como mimo, para os meus assinantes do Only.
Na última vez que estivemos juntos, saímos para jantar e até tiramos uma foto na mesa do restaurante. Ele nunca tinha saído comigo em público, e naquela noite pareceu que estávamos avançando. Ledo engano, depois daquele encontro, nunca mais nos vimos. E como foi o rompimento? Determinada tarde, enquanto tínhamos nossa costumeira troca de mensagens diária, de repente ele reapareceu dizendo que sua esposa tinha descoberto, que ela estava com seu celular na mão e acabou vendo a minha mensagem. Ou seja, a casa caiu pro lado dele.
Como ele vivia reclamando do casamento e fazia insinuações sobre um possível futuro comigo, achei que se separaria se em algum momento desse merda. Nada disso, quem ficou a ver navios fui eu. Novamente sofri um coração partido. O meu único consolo foi não ter deixado de cobrar dele em nenhum momento. Eu tinha perdido o meu brinquedinho, mas dessa vez não saí me sentindo usada. É muito importante aprender com os erros.
Depois do P, eu tive um novo aprendizado: não mais me deixar enganar por xaveco de homem casado. E a terceira vez que me permiti ter esse envolvimento, foi por um cliente que não me atraiu pela aparência, nem pelo sexo, mas pela forma como ele me tratava. Pelos pernoites em que agendava e cozinhava pra mim em seu apartamento para depois assistirmos filme no sofá da sala, como um legítimo casal namoradinho. Não me apaixonei rapidamente, foi uma construção que levou tempo, resultando em um ano de namoro e um ano morando juntos durante a pandemia. Mas essa história você pode conferir completa em outra postagem, só clicar aqui.
Eu já estive dos dois lados. Já morei junto, já fui casada. É um modo de vida diferente, você ganha a companhia e o amor do outro, mas perde a sua liberdade e solitude. Talvez ainda não fosse o meu momento de me prender a alguém, mas não sei se algum dia isso me fará totalmente feliz, já que todas as vezes que tentei me relacionar, não fui bem sucedida. Até mesmo com o Intenso, ainda que apaixonada e disposta a parar de atender mais uma vez, lá no âmago eu me sentia um pouco castrada ao vislumbrar o meu futuro. E deve ser por esse mesmo motivo que os homens traem, por lá no fundo eles também sentirem essa fobia, com a diferença de que eles dão o seu jeito para terem o melhor dos dois mundos. Mas será que apreciariam suas esposas também terem seus namoradinhos?
Talvez um dia eu volte a escolher o outro lado. Talvez não. Hoje, a verdade é que prefiro a lucidez à ilusão. Já fui esposa, já fui amante, hoje sou namoradinha de aluguel. E se tem algo que aprendi estando em todos esses lugares, é que o problema nunca foi onde eu estava, mas a mentira que contaram sobre onde deveríamos estar.
No fim das contas, talvez o problema nunca tenha sido a namoradinha do marido. Talvez o problema seja a fantasia que insistimos em sustentar sobre amor, posse e fidelidade, mesmo quando a realidade se apresenta todos os dias de forma oposta. Eu não sou vilã, nem heroína. Sou apenas uma mulher que escolheu não fingir. E enquanto o casamento continuar sendo um acordo social que ignora a natureza humana, sempre haverá uma esposa acreditando… e uma namoradinha sabendo. 😏
Ok, eu entendo a sua lógica, mas veja que não importa a sua posição, sempre terá um lado cego.
Vamos começar pelo numero de homens que traem, sua amostra é viciada, tirei este dado da super interessante; “uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), que ouviu as confissões sobre infidelidade de quase 4 mil pessoas casadas em 17 cidades. De acordo com o estudo, metade dos homens já deram uma escapada ”
50% é um índice alto mas longe de ser 100%.
Com relação a qualidade do tempo que se passa junto, vc está certa, a amante sempre sairá ganhando porque não é um momento real, é superficial. Tanto é que quando vc se aprofundou com alguns dos clientes o resultado foi desastroso. Nenhum dos seus clientes são príncipes encantados, ninguém é, mas para uma tarde, um dia, podemos tentar ser.
Com relação a lucidez, vc tem lucidez dentro desta realidade que vive mas também se ilude dentro do que faz parte da sua realidade.
Se ilude que os clientes tem caráter, e o caráter deles não está em cheque porque contrataram seus serviços, mas porque não colocaram pessoas que amam em posição de igualdade. É muito fácil para eles dizerem que uma mulher jamais aceitaria, na real, eles não querem as que aceitariam, preferem esconder este desejo de relacionamento aberto no armário e mentindo para as esposas na cara dura pq as consideram burras, posse, animais de estimação, garantem poder na relação e se satisfazem de gozar de uma vida sem limites conquistados pela mentira, manipulação e desonestidade. Ai está a falta de caráter. São inseguros e são levados a pressão social e incentivos diretos a competirem em sua posição social pelas mulheres que consomem.
Você não está errada em dizer que vive lúcida, você opta por curtir a fantasia da superficialidade, tem auto conhecimento para escolher isso no momento ao invés de correr o risco de se relacionar com alguém tóxico.
Imagine uma esposa que cuida de crianças 24×7, evita gastos exagerados, descobrindo que o maridão usou das economias do casal para pagar jantares caros e experiências das quais não foi convidada. Este cara tem caráter? Este cara vai cuidar da esposa quando ela não estiver em condições de cuidar de ninguém?
Se ele quer tanto satisfazer o “desejo animal “ pq ele não assume um relacionamento aberto? Pq ele não quer sexo, quer poder, fosse sexo casava com alguém que gosta.
Uma amiga minha com 3 crianças pequenas descobriu que o marido saiu com uma acompanhante. Resultado? Eles ficaram um mês separados e voltaram mas ele jogou na cara dela que ela não conseguiria abandoná-lo pq tem no momento 3 crianças e não tem emprego.
A solução está em a profissão de acompanhante desaparecer? De jeito nenhum.
Está em as pessoas assumirem para si e para os parceiros a real de cara é ir em busca do par real, se o cara gosta de liberdade, se permita e permita-se conhecer alguém livre.
Nisso vc ganha nota 10, vc está em busca do par ideal para vc e não para a sociedade.